MEIO AMBIENTE
A Seção de Meio Ambiente, criada em fevereiro de 1992 tem como finalidade desenvolver estudos sobre a influência das alterações ambientais na saúde das populações, e ampliou o escopo de atuação do IEC introduzindo a saúde ambiental na identidade institucional.
Como primeiras linhas de pesquisa, a Seção se dedicou aos estudos sobre exposição de grupos populacionais expostos de forma ambiental ou ocupacional ao mercúrio e aos estudos de avaliação da qualidade da água.
Os primeiros trabalhos científicos, voltaram-se à exposição ao mercúrio e efeitos à saúde em garimpos de ouro e em comunidades ribeirinhas na bacia do rio Tapajós. Ambas as linhas de pesquisa foram fortalecidas e ampliadas ao longo do tempo.
Os estudos da SEAMB foram pioneiros no estabelecimento de níveis regionais de mercúrio em áreas e populações sem influência da garimpagem de ouro, mostrando que esses níveis podem ser elevados mesmo em áreas de conservação ambiental.
Os estudos sobre a exposição de comunidades a metais tais como cádmio, chumbo, manganês em áreas industriais na Amazônia, tem contribuído também de forma pioneira para esclarecer esse cenário na região, a fim de subsidiar políticas de vigilância em saúde. As pesquisas com biomarcadores de efeitos da exposição a poluentes na saúde humana tem indicado evidências precoces de alterações em sistemas orgânicos, em diversas bacias hidrográficas amazônicas.
A SEAMB elucidou, a nível molecular, os mecanismos de fermentação da sacarose em cepas amazônidas de Vibrio cholerae O1 da sétima pandemia, que são sacarose negativas, diferindo do padrão de cepas epidêmicas que são sacarose positivas.
Além disso, nos estudos ambientais sobre os vírus da hepatite A observou-se que predomina regionalmente o genótipo I do vírus da hepatite A 1, com a cocirculação dos subgenótipos IA e IB.
No contexto da vigilância, o IEC tem colaborado na investigação de surtos de hepatite A ocorridos em diferentes Estados do Brasil, contribuindo na identificação de suas fontes de contaminação.
A partir de agosto de 2020 a SEAMB vem realizando o monitoramento ambiental do Sar´s Cov2 em Belém e região metropolitana, com amostragens realizadas nas entradas e saídas das Estações de Tratamento de Esgoto - ETE, além de oito canais a céu aberto que recebem efluentes sanitários na capital do estado.
A SEAMB também desenvolve pesquisas e atua na vigilância ambiental da qualidade da água em relação a poluentes orgânicos, cianobactérias e cianotoxinas, contribuindo no esclarecimento de contaminações de recursos hídricos e ocorrências de cianobactérias com potencial tóxico para a saúde humana.
A SEAMB possui laboratório acreditado pelo INMETRO segundo a ABNT ISO/IEC 17025 e tem atuado em emergências químicas, como os desastres ambientais recentes ocorridos no Brasil.