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XVII Reunião Nacional de Pesquisa em Malária reúne esforços para eliminação da doença até 2030
A XVII Reunião Nacional de Pesquisa em Malária (RNPM), realizada pelo Instituto Evandro Chagas (IEC) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), entre os dias 6 e 9 de novembro, encerrou com miniconferência, homenagens, premiações e com o destaque do compromisso de eliminação da malária até 2030, conforme meta do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS). O evento, sediado no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas, em Belém, contou com a participação de mais de 350 profissionais, entre palestrantes, gestores, pesquisadores e estudantes de diversas regiões do Brasil e de países como Colômbia, Peru, Suriname, Venezuela, Paraguai, EUA, Suíça, França, Reino Unido e Austrália. Durante os quatro dias, ocorreram conferências, miniconferências e mesas redondas focadas no cenário e em soluções para reduzir a incidência da malária e fortalecer a saúde pública.
Miniconferência
O último dia da RNPM foi marcado pela miniconferência “Infecção Hepática Latente por Plasmodium Vivax: Desafios e Armadilhas para a Eliminação da Malária”, presidida pelo pesquisador da Universidade Estadual de Campinas, Fábio Trindade Maranhão Costa, e ministrada pelo pesquisador do Centre François Jacob, Institut Pasteur-France, Georges Snounou. Em sua fala, o palestrante defendeu que, para combater a malária de forma mais eficaz, é fundamental melhorar o acesso aos cuidados com a saúde, especialmente em áreas remotas. Ele também destacou a importância de investir em infraestrutura, como a construção de estradas e a melhoria no transporte de medicamentos, para garantir que as populações afetadas possam ter acesso ao tratamento adequado. “Além disso, também é preciso manter avanços contínuos na pesquisa. Só assim será possível desenvolver tratamentos mais eficazes e, quem sabe, alcançar a erradicação da doença em um futuro próximo”, declarou.
Homenagens
Após a conferência, a coordenação do evento homenageou pesquisadores que dedicaram suas carreiras à luta contra a malária no Brasil. Os homenageados foram: Marcos Boulos, do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP); Carlos Eduardo Tosta, da Universidade de Brasília (UnB); Marinete Marins Póvoa, do IEC; Antônio Rafael da Silva, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA); José Lázaro Ladislau, do Programa Nacional de Combate da Malária (PNCM); e Mauro Shugiro Tada, do Centro de Pesquisa em Medicina Tropical (CEPEM/RO). Também foram homenageados o pesquisador da UnB, Pedro Luiz Tauil, que não pôde estar presente no evento; o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha; e a pesquisadora Melissa Mascheretti (in memoriam).
Premiações científicas
Durante a XVII RNPM, quatro pesquisadores concorreram ao Prêmio Jovem Pesquisador Brasileiro de Destaque no Brasil em Malária, cujo vencedor foi agraciado com a Medalha Ruth Nussenzweig. A honraria foi entregue a Jamile Dombrowiski, enfermeira e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), em reconhecimento a suas contribuições para o campo. A RNPM recebeu 200 submissões de trabalhos científicos e uma comissão constituída por pesquisadores de renome na área selecionou os quatro candidatos concorrentes, que realizaram as suas apresentações orais durante a Reunião.
Além da entrega Medalha Ruth Nussenzweig, também foram premiados trabalhos nas categorias de melhor apresentação oral e melhor pôster. Os vencedores das apresentações orais foram Dênis Alex Molina (1º lugar), Klaus Garcia (2º lugar) e Mônica Arruda (3º lugar). Na categoria de pôsteres, Elaine Chagas ficou em 1º lugar, seguida por Ana Carolina e Christopher Gomes.
Encaminhamentos para o futuro e próxima edição
Giselle Rachid Viana, assessora técnico-científica do IEC e presidente da RNPM, destacou em seu discurso de encerramento o simbolismo de sediar o evento em Belém, ressaltando a importância do compromisso com a eliminação da malária nas Américas. "Que as ricas discussões e as apresentações inovadoras que tivemos aqui, nas áreas de entomologia, epidemiologia, diagnóstico, imunologia, ciência “ômicas”, entre tantas outras, nos inspirem a trabalhar em conjunto, fortalecendo nossa determinação na luta contra a malária. Precisamos priorizar as necessidades das populações vulneráveis e assegurar o acesso às intervenções necessárias", afirmou.
As conclusões do evento serão formalizadas na Carta de Belém, que traçará diretrizes prioritárias para o combate à malária no Brasil. A próxima edição da Reunião Nacional de Pesquisa em Malária será realizada em São Paulo, em novembro de 2026.