Notícias
Cooperação técnico-científica
Seção de Parasitologia do IEC realiza treinamento para técnicos da SESPA
A esquistossomose, doença parasitária relacionada ao saneamento precário e causada pelo Schistosoma mansoni , afeta milhões de pessoas no mundo. Dados divulgados no Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, Volume 53, N.º 20, de Maio 2022, revelam que, no período de 2015 a 2019, ocorreram 2.517 óbitos por esquistossomose em pessoas residentes no Brasil. O Pará não apresenta as maiores taxas de mortalidade, no entanto, para o enfrentamento desse problema de saúde pública os estados e municípios devem fortalecer as medidas de prevenção e controle.
O Instituto Evandro Chagas mantém acordo de cooperação técnica com a Secretaria de Saúde do Estado do Pará - SESPA, realizando ações em conjunto com vistas ao desenvolvimento de programas, projetos e atividades no campo da pesquisa e investigação biomédica em saúde pública, envolvendo pesquisas sobre Esquistossomose, Helmintos de importância médica e tracoma, identificados pela Organização Mundial da Saúde e Ministério da Saúde do Brasil como as doenças negligenciadas.
Este mês, uma parceria entre o Laboratório de Parasitoses Intestinais e Esquistossomose da Seção de Parasitologia do Instituto Evandro Chagas e a Coordenação Estadual de Controle de Esquistossomose, Filariose, Geohelmintíases e Tracoma – CEFGT/DCE/DVS/SESPA possibilitou a realização de um treinamento para técnicos que atuam em áreas endêmicas para esquistossomose em nove municípios do Estado. O treinamento, realizado no período de 12 a 16 de setembro, acontece duas vezes por ano e tem como objetivo fortalecer as atividades de monitoramento da esquistossomose e das geohelmintíases.
“Nós temos uma colaboração técnico-científica com a SESPA em relação ao controle da esquistossomose, então esse é um esforço conjunto. Nós, do IEC, entramos com a expertise e a Secretaria fica responsável por chamar as pessoas porque ela sabe quem são os técnicos que estão à frente desse trabalho”, explica o pesquisador Martin Enk, que coordena o Laboratório de Parasitoses Intestinais e Esquistossomose do IEC.
Segundo ele, a capacitação envolve técnicos que ingressaram recentemente na equipe de vigilância na SESPA e ainda possibilita uma atualização para aqueles que atuam no programa de controle da esquistossomose há algum tempo. “É importante que essas pessoas tenham um ponto de referência no IEC. Por exemplo, aqui nós também trabalhamos com microscopia, então se um técnico tem um problema com uma imagem, ele tira foto e envia para nós. Aí a gente faz o diagnóstico para ajudá-lo. Outra vantagem é que o treinamento contribui para manter um padrão bom dos microscopistas, pois eles vêm aqui, a gente esclarece as dúvidas que eles têm e depois eles levam isso ao município, passando a multiplicar a informação”, acrescenta Martin.