Notícias
Dose de Reforço
Pesquisadores do Instituto Evandro Chagas em parceria com a Universidade de Queensland, na Austrália reforçam a importância de novas doses para COVID 19, em estudo publicado na revista cientifica Vaccines
O estudo foi realizado na região metropolitana de Belém com 212 voluntários e detectou a queda de anticorpos entre 4 a 6 meses depois da aplicação da vacina
Pesquisadores do Instituto Evandro Chagas (IEC), em parceria com a Universidade de Queensland na Austrália publicaram artigo cientifico na revista suíça Vaccines que comprova a importância da terceira e outras possíveis doses da vacina contra COVID-19. O trabalho é fruto de um projeto de pesquisa da Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas (SAARB) e Virologia (SEVIR), da instituição, que estuda a resposta imunológica do organismo em relação à doença.
Daniele Henriques, coordenadora do projeto explica o resultado a partir das analises sorológicas de 212 voluntários da região metropolitana de Belém: “Foi possível observar claramente a necessidade da terceira e outras possíveis doses, devido à queda de anticorpos observadas após o pico de produção. Fato este que é consequência de uma imunidade não duradoura variando de 4-6 meses. Também foi observado que com a possibilidade de infecção por novas variantes o reforço vacinal é extremamente necessário para a manutenção de estimulo de produção de anticorpos, visando uma resposta mais rápida”.
O Estudo foi desenvolvido entre os meses de agosto de 2020 e 2021 e compreendeu 212 voluntários da região metropolitana de Belém, que foram imunizados com a vacina CoronaVac, sendo que destes, 116 tiveram sido infectados com COVID-19 e com sintomas da doença. Esses participantes foram divididos em grupos, e foram avaliados os seus anticorpos após 7, 10, 15, 20, 30, 45, 60, 90, 120 e 180 dias do início dos sintomas.
“Durante o desenvolvimento da pesquisa foram utilizadas duas metodologias. Uma das metodologias trata-se do ELISA, o qual foi utilizado um antígeno recombinante produzido pelo grupo de pesquisa da Universidade de Queensland - Austrália, sendo validado pelo grupo de pesquisa SAARB/IEC e a segunda metodologia utilizada foi o PRNT que foi padronizado e validado pelo grupo IEC”. Explica Danielle Henriques.
O Estudo desenvolvido pelo IEC se une a outros semelhantes que reforçam a importância de doses de reforço para a COVID-19.
Danielle Henriques finaliza esclarecendo a importância de estudos como esses para a Saúde Pública: “Essa pesquisa se une a outros trabalhos, sendo extremamente importante, principalmente por se tratar de um trabalho realizado com grupos e períodos bem definidos, sendo realizado de forma contínua durante mais de 1 ano. É um estudo inédito no Brasil, principalmente quando se trata de vacina com vírus inativado. Desse modo, o trabalho colabora imensamente para a estratégia de vacinação do país, identificando o melhor momento para a realização da aplicação das doses de reforço na população, sendo importante que esta aplicação ocorra ainda na presença de anticorpos prévios, a fim de induzir uma resposta mais efetiva, aumentando a capacidade de impedir infecção e, principalmente, gravidade.”
O grupo acrescenta ainda que não pode deixar de agradecer todo o apoio institucional recebido durante a execução do projeto que teve como principal foco a saúde pública, mas agradecimento especial se deve a cada participante que aceitou fazer parte do estudo, por vezes abrindo as portas de suas residências, além do grande número de técnicos, bolsistas e pesquisadores que estiveram envolvidos nas diferentes etapas do trabalho e contribuíram efetivamente para seu desfecho.