Notícias
Instituto Evandro Chagas recebe consultora da França para diagnóstico dos biotérios
A médica veterinária e consultora em Ciência do Animal de Laboratório, Yara Barreira, esteve no Instituto Evandro Chagas (IEC), na semana passada, preparando um diagnóstico sobre as necessidades da instituição, relacionadas com a adequação de biotérios e criação de novos espaços de experimentação animal. A consultora, residente na França por cerca de 30 anos, onde orientou a criação de três biotérios, conversou com a direção, pesquisadores e gestores e conheceu a infraestrutura do Instituto. Ao final da semana, ainda como parte das atividades da visita, ministrou a palestra “Biotério: aspectos éticos, científicos e econômicos” no IEC.
O IEC conta com um espaço de experimentação animal vinculado à Seção de Arbovirologia e Febres hemorrágicas e classificado no nível de biossegurança animal 3 (NBA3). Espaços NBA3 permitem a manipulação segura de patógenos contagiosos e perigosos à saúde humana. Contudo, mediante aos permanentes desafios à saúde pública, o IEC investe atualmente no aprimoramento e ampliação dessa estrutura.
Segundo a pesquisadora Lourdes Garcez, Chefe da Seção de Parasitologia, “Temos demandas para o desenvolvimento de novos produtos (fármacos, vacinas, diagnósticos) que carecem da etapa de experimentação em nível de biossegurança animal 2 (NBA2). Então nós precisamos também de um laboratório NBA2 para pequenos animais. Além disso, o CENP, que faz parte do IEC, também necessita de estrutura adequada para experimentação animal”. Para a pesquisadora, a vinda da médica veterinária foi de extrema importância, pois contribuiu para o atendimento a uma necessidade institucional. E complementa, corroborado pelo entendimento da pesquisadora Gilmara Abreu, Chefe doa Seção do biotério do IEC “Nós temos um biotério de pequenos animais excelente, com uma equipe muito bem capacitada, mas que encontra limitações por causa da estrutura. Então, precisamos adequar essa estrutura e a Dra. Yara pode nos ajudar nisso, nos orientando sobre onde deve ficar esse espaço de experimentação animal, de forma que possamos economizar recursos financeiros e tornar o trabalho ainda mais eficiente e acessível para todas as outras seções científicas”.
De posse do diagnóstico feito pela Dra. Yara, a direção do IEC pretende aprimorar os espaços que já possui e criar novos espaços para criação e experimentação animal e, assim, garantir a inovação que nós precisamos para beneficiar a sociedade.
Yara Barreira visitou, de 29/11 a 03/12/2021, os diversos espaços do IEC dedicados à criação e experimentação animal e afirmou ter ficado bastante otimista com a visita. “Gostei muito da infraestrutura do Instituto e, principalmente, da estratégia inteligente da direção e das equipes, pois todos demonstraram que estão conscientes de que têm que melhorar e se atualizar. O principal desafio é se dotar de ferramentas tecnológicas modernas e o Instituto vai chegar lá, pois existe uma vontade política da direção. Além disso, existem possibilidades de fazer parcerias, de obter financiamentos e de conscientizar toda a comunidade científica sobre a necessidade da mudança. Acho que é um momento muito importante para a instituição, que tem um grande projeto para o desenvolvimento futuro, o que, com certeza, vai contribuir para dar ainda mais credibilidade ao IEC”, declarou.
O Diretor do IEC, Dr. Jorge Travassos da Rosa, já iniciou tratativas para o projeto de adequação e ampliação dos biotérios do IEC, o que promoverá avanços no desenvolvimento de novos produtos para a saúde pública. Ele esteve presente no auditório Central do IEC por ocasião da palestra da Dra. Yara Barreira, quando pessoalmente comunicou às Chefias das Seções Científicas e ao CENP, que se encontra em perspectiva um novo projeto para o biotério contemplando a criação e a experimentação animal, com o objetivo de se dispor de melhores condições para inovação em saúde.
Durante a palestra, realizada no dia 03/12, no auditório do Bloco Central, Yara ressaltou que todo projeto científico precisa ser baseado em conhecimento técnico-científico atualizado e em uma metodologia validada para ser reconhecido internacionalmente. “Se queremos ser reconhecidos internacionalmente, temos que nos harmonizar e falar a mesma língua e essa língua também precisa ser cientificamente atualizada”, explicou. “Como veterinária e como diretora de uma unidade animal, que incluía mais de 100 pessoas, eu posso dizer que é preciso pensar muito bem no que vocês querem fazer, porque tudo deve ser planejado. Hoje em dia, em trabalhos com modelo animal, o projeto científico tem que ser planejado bem antes, a fim de conseguir financiamento e, nesse financiamento, a gente tem que colocar tudo o que vai gastar com o modelo animal, o que costuma ser relativamente caro. Por isso é importante ser tudo muito bem organizado para facilitar o trabalho e assim termos um bom resultado”, finalizou a consultora.
POR VANESSA CAMPELO