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Instituto Evandro Chagas Recebe a Visita do Vice-Presidente, Ministro da Saúde e Embaixadores
O evento aconteceu nessa sexta-feira (10/09) e teve como objetivo conhecer laboratórios e tecnologias, que há 85 anos atuam em defesa da saúde na Amazônia
Uma comitiva formada por 10 embaixadores, com a presença do Vice Presidente, General Hamilton Mourão, do Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, do Secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, além dos senadores, Nelsinho Trad e Kátia Abreu visitaram nessa sexta-feira (10), a sede do Instituto Evandro Chagas (IEC), órgão ligado a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, localizado em Ananindeua, região metropolitana de Belém (PA). A visita faz parte da estratégia do Conselho Nacional da Amazônia Legal que pretende mostrar a realidade amazônica e apresentar as ações implementadas pelo governo federal em defesa da região. É a primeira vez que um vice-presidente visita as instalações da instituição em 85 anos.
Hamilton Mourão esclarece que o Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL) atua com foco em três frentes: proteção, preservação e desenvolvimento sustentável. Após a visita, o vice-presidente ressaltou que o Instituto Evandro Chagas atua nessas três frentes de atividade “ele trabalha na proteção, quando pesquisa os vírus e os diversos patógenos que ocorrem aqui na região e por consequência protege a saúde os brasileiros; ele preserva, quando pesquisa os efeitos do meio ambiente nos diversos materiais; e desenvolve, quando coopera em torno da rica biodiversidade da Amazônia, buscando melhorar essa cadeia de valores e consequentemente permite que a população daqui, tenha emprego e renda”.
Durante a visita, a comitiva visitou três seções cientificas das oito existentes na instituição: a área de estudos de Arbovírus (vírus transmitidos por artrópodes hematófagos, como mosquitos, por exemplo), de Meio Ambiente e de Parasitas. Na oportunidade os participantes puderam conhecer um pouco da atuação do IEC, que em 85 anos, foi responsável pelo monitoramento das mais diversas questões de impacto na saúde, envolvendo vírus, bactérias, parasitas, e meio ambiente, trabalho que tem sido fundamental para compreender os impactos sanitários das obras de grande vulto que são desenvolvidos na região amazônica, com estudos que propiciaram ações e políticas de saúde adequadas à região.
Ao final, Marcelo Queiroga ressaltou que o Ministério da Saúde tem um compromisso inarredável com o IEC “Em julho, o Ministério da Saúde reconheceu o Instituto Evandro Chagas, como Instituição Cientifica e Tecnológica, com isso a instituição poderá firmar parceria com organismos internacionais, inclusive com os países amigos que aqui estão presentes”.
O INSTITUTO EVANDRO CHAGAS
: Pesquisa, tecnologia e inovação sempre estiveram na missão do Instituto Evandro Chagas (IEC), primeiro órgão na área de pesquisa em saúde da Região Amazônica. Fundado há 85 anos a instituição atua na defesa da saúde coletiva da população brasileira, em uma região onde a ocupação humana tem sido acompanhada frequentemente pela diminuição da qualidade de vida das populações residentes, que convivem com baixos níveis de educação, falta de saneamento básico, aumento progressivo de doenças e com a diminuição proporcional do atendimento em saúde.
No período de 1960 a 1970, o IEC realizou estudos sistemáticos na Amazônia Ocidental, devido à incidência de uma doença chamada pelos amazonenses de “Febre Negra de Lábrea”. Ao final do trabalho, concluiu-se que a doença se tratava de uma superinfecção causada pelo vírus da Hepatite D em pessoas já infectadas pelo vírus da Hepatite B.
Ao longo de 85 anos, o IEC isolou milhares de arbovírus (vírus transmitidos por artrópodes hematófagos, como mosquitos,) e outros vírus de vertebrados que também foram caracterizados desde então, culminando com uma coleção de 216 espécies de arbovírus e outros vírus de vertebrados. Além disso, o IEC trabalhou na descoberta de dezenas de espécies de protozoários – várias patogênicas – e de insetos vetores de patógenos aos humanos.
Com todo esse arcabouço, o IEC tem atuado fortemente no ensino, como o Curso Técnico em Análises Clínicas, que acontece desde a década de 1940, e com os cursos de pós-graduação que acontecem na instituição desde 2012, formando mestres e doutores nas áreas de virologia, epidemiologia e vigilância em saúde.
Em 1992, o IEC criou uma seção voltada para os estudos ambientais, que tem atuado em pesquisas sobre a influência das alterações ambientais na saúde das populações, e esteve presente na investigação de diversos desastres ambientais, como Brumadinho e Barcarena. Somente, nos últimos três anos a seção emitiu cerca de 370 mil resultados de exames, na área de estudos ambientais.
Em 2020, o IEC se tornou uma das instituições de pesquisa que está na linha de frente do combate à COVID-19, tanto na vigilância laboratorial e genômica como na pesquisa.
No decorrer dos anos, o IEC passou por diversas transformações: cresceu e se consolidou, especialmente no espaço da Amazônia Legal. Hoje tem seu trabalho voltado para estudos sobre doenças parasitárias, bacteriológicas, virais e relacionadas à contaminação ambiental. Dispõe de laboratórios de referência regional e nacional, mantendo importantes parcerias internacionais. Destaca-se como um relevante centro de pesquisas em uma região que faz parte da maior floresta tropical do mundo, de clima quente e úmido, propício à proliferação de determinadas doenças e com grande variedade de agentes infecciosos, muitos de importância em saúde pública.
FOTOS: Diego Ferreira – ASCOM/IEC