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Instituto Evandro Chagas realiza 5ª edição do Curso de Gastroenterites Virais
O Instituto Evandro Chagas (IEC/SVSA/MS), por meio da Seção de Ensino e Informação Científica (SEEIC) e da Seção de Virologia (SEVIR), promoveu, entre os dias 1º e 5 de julho, a 5ª edição do Curso de Gastroenterites Virais. Com o tema “50 anos de pesquisas e vigilância na Região Amazônica”, o evento foi organizado pelo Laboratório de Vírus Gastroentéricos da Seção de Virologia, em conjunto com o Programa de Pós-Graduação em Virologia (PPGV).
O curso, destinado a estudantes e profissionais da área de virologia, teve como objetivo aprofundar o conhecimento sobre os vírus causadores de gastroenterite, suas implicações na saúde humana, animal e ambiental, além de discutir métodos de diagnóstico aplicados tanto na pesquisa básica quanto na vigilância epidemiológica.
Abertura e participantes
A mesa de abertura do curso contou com a presença da diretora do Instituto, Lívia Caricio; da coordenadora do PPGV, Valéria Carvalho; da chefe da SEVIR, Luana Soares; e do coordenador do Curso de Gastroenterites Virais, Hugo Resque.
Os pesquisadores eméritos do IEC, Alexandre Linhares e Joana Mascarenhas, ministraram palestra durante a mesa redonda “Gastroenterites por Rotavírus: 50 anos de Pesquisa e Vigilância na Região Amazônica”, que foi mediada por Luana Soares.
Durante sua apresentação, Alexandre Linhares abordou os 50 anos da descoberta do rotavírus e os mais de 20 anos de estudos com a vacina contra o rotavírus. Ele também apresentou números relacionados a óbitos de crianças menores de cinco anos e estudos realizados ao longo de sua trajetória como pesquisador no IEC. Linhares é médico formado pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e doutor em Biologia Parasitária pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Foi o primeiro pesquisador do Brasil a detectar os rotavírus no país, em 1976, e foi pioneiro a testar uma vacina contra este agente juntamente com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Joana Mascarenhas falou sobre as características do rotavírus, o padrão de migração desses vírus em seres humanos e animais, os mecanismos de evolução, e também apresentou estudos sobre a vacina. Joana é farmacêutica bioquímica pela UFPA, mestre em Biologia Celular e Molecular e doutora em Biologia Parasitária pela Fiocruz.
Formação de novos virologistas
A diretora do IEC, Lívia Caricio, destacou a importância da formação de novos profissionais na área de virologia. “Nós temos uma característica muito forte no IEC no que tange à linha de pesquisa em virologia, por isso temos um programa específico em virologia, na intenção de formar cada vez mais especialistas nessa área. Na nossa região, isso é extremamente relevante, principalmente quando falamos das gastroenterites”, afirmou.
Hugo Resque afirmou que, entre os vírus gastroentéricos que causam gastroenterites, o rotavírus é o mais estudado e é o único que possui vacina disponível para a população. Ele comentou sobre a relevância do evento tanto para iniciantes quanto para profissionais da área. “O público-alvo são alunos que, muitas vezes, não conhecem os vírus gastroentéricos, então essa é uma forma de mostrar quais são os vírus que causam gastroenterite e também de ensinar a eles como tratar, como estudar e como pesquisar sobre o assunto. No caso de quem já trabalha na área, é um aprimoramento de conhecimento. Além disso, tivemos palestras técnicas em que foram mostrados dados mais recentes em termos de detecção, propiciando uma atualização sobre a temática abordada”, completou.
História e Avanços na Pesquisa
A história das pesquisas sobre vírus gastroentéricos remonta a 1973, quando a pesquisadora australiana Ruth Bishop detectou pela primeira vez o rotavírus. Dois anos depois, o médico brasileiro Alexandre Linhares descreveu esse agente no Brasil. Desde então, a pesquisa e a vigilância das Doenças Diarreicas Agudas (DDA) envolvendo vírus gastroentéricos têm se aprimorado continuamente. Utilizando ferramentas de ponta, os pesquisadores conseguem detectar e caracterizar molecularmente rotavírus, norovírus, adenovírus entéricos e astrovírus, tanto em amostras humanas e animais quanto em amostras ambientais, como água e alimentos. Esses avanços permitiram uma melhor compreensão desses patógenos.
As DDAs continuam a ser um grave problema de saúde pública, resultando em altas taxas de mortalidade, especialmente em crianças menores de 5 anos. Os vírus são importantes causadores dessas doenças, responsáveis por casos esporádicos e surtos, exigindo uma vigilância constante e ininterrupta.
RESUMO
- IEC realiza 5ª edição do Curso de Gastroenterites Virais, celebrando 50 anos de pesquisas e vigilância na Amazônia.
- Presença de autoridades do IEC e palestras sobre rotavírus apresentadas por Alexandre Linhares e Joana Mascarenhas.
- Importância formação de especialistas em virologia.
- Evolução das pesquisas sobre vírus gastroentéricos desde a década de 1970.
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