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INSTITUTO EVANDRO CHAGAS IDENTIFICA A PRESENÇA DE CIANOBACTÉRIAS COM POTENCIAL TÓXICO A SAÚDE HUMANA EM BARCARENA
A Seção de Meio Ambiente (SEAMB), do Instituto Evandro Chagas (IEC), órgão vinculado a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde (MS) emitiu Nota Técnica no dia 24 de fevereiro em relação à coleta e análises de águas nas praias do Caripi, Itupanema, Conde e Beja, localizados no município de Barcarena e Abaetetuba, referente à presença de cianobactérias, a pedidos do Ministério Público Federal e Estadual. No documento a Instituição traz informações e características, assim como esclarece os resultados e recomendações, de acordo com o trabalho de investigação realizado pelo Laboratório de Cianobactérias e Bioindicadores Aquáticos com apoio do Laboratório de Toxicologia.
As cianobactérias são bactérias semelhantes às microalgas do fitoplâncton e possuem uma coloração verde. Elas naturalmente são encontradas em rios, igarapés, reservatórios e lagos, nos quais participam de processos importantes no ambiente. Porém, quando estas são encontradas em grande quantidade (bloom) podem ser prejudiciais à saúde humana.
Microcystis wesenbergii, um dos três tipos de Cianobacterias encontrada na floração
A partir de analises realizadas pelo IEC, foram encontradas mais de 1 milhão de células de cianobactérias por ml nas águas do rio Pará próximo ao Porto de Vila do Conde em Barcarena. Essa quantidade encontrada é pelo menos 22 vezes acima do estabelecido pela legislação ambiental vigente. As cianobactérias identificadas são conhecidas como produtoras de microcistinas com efeito hepatotóxico. Dessa maneira, de acordo com as análises realizadas em Barcarena e Abaetetuba o IEC alerta para os riscos associados, tais como, possíveis intoxicações pelo contato primário com as águas.
A floração dessas bactérias na água é causada, especialmente, pelo aumento de concentração de nutrientes no ambiente, como matéria orgânica enriquecidas e minerais. Nesse sentido, os efluentes sanitários, residuários, industriais, tais como despejos de água de lastro de grandes embarcações que circulam na região, assim como o pH das águas acima do normal para rios da região são condições propícias a sua proliferação.
Até o momento não é possível identificar o agente preponderante desse impacto ambiental, ainda sendo necessários mais estudos, que estão em desenvolvimento pelo IEC.
A Seção de Meio Ambiente do IEC atende a demandas relacionadas a analise de cianobactérias, desde os anos 2000 e possui hoje laboratórios de referência com selo de acreditação do INMETRO para realização de amostragens e o desenvolvimento de ensaios físico-químicos e toxicológicos.