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IEC realiza ação de vigilância em saúde no bairro do Coqueiro para prevenir surto de Doença de Chagas
O registro do caso de um barbeiro, inseto transmissor da Doença de Chagas, encontrado em uma casa no bairro do Coqueiro, em Ananindeua, motivou a realização de uma ação conjunta envolvendo o Laboratório de Doença de Chagas (LabChagas/IEC), a Seção de Epidemiologia do Instituto Evandro Chagas (SAEPI/IEC) e a Diretoria de Vigilância e Saúde de Ananindeua da Secretaria Municipal de Saúde de Ananindeua (SESAU). Na manhã do dia 29 de novembro, pesquisadores do IEC e agentes de saúde da SESAU foram até o bairro orientar a comunidade com o objetivo de prevenir a ocorrência de surtos. Além de informar sobre as formas de transmissão da Doença de Chagas e os cuidados para se proteger do barbeiro, as equipes coletaram amostras de sangue de moradores que quiseram ser voluntários e de cães que estavam no local.
A pesquisadora e coordenadora do Laboratório de Doença de Chagas do IEC, Ana Yecê Pinto, explica que a coleta também foi feita nos cães porque os parasitas causadores da doença de Chagas, além de acometer humanos, têm um ciclo de vida em vários hospedeiros animais, circulando em mamíferos silvestres e domésticos. No entanto, é importante lembrar que os cães não transmitem Doença de Chagas diretamente às pessoas. Para isso, precisam sempre dos vetores chamados de Triatomíneos. “As pessoas não precisam ficar preocupadas com os cães, basta que sigam as recomendações já conhecidas dos cuidados higiênicos e de vacinação disponíveis nos serviços afins para eles, pois há inúmeras outras doenças que podem advir caso descuidemos destes companheiros maravilhosos. Dessa forma, podemos nos proteger também”, esclarece. A pesquisadora afirma ainda que a educação tem sido uma ferramenta poderosa e estratégica para o trabalho da vigilância em saúde. “As pessoas estão sendo orientadas a levar os insetos suspeitos de serem barbeiros nos PITs, que são os Postos de Identificação de Triatomíneos, que temos tanto no IEC como em Ananindeua. Nesse caso aqui do bairro do Coqueiro, o estudante que encontrou o inseto no seu domicílio reportou o ocorrido ao PIT do Instituto e, como ele mora em Ananindeua, nós reportamos ao PIT de Ananindeua. E aí houve todo esse movimento que vocês estão vendo agora”, afirmou.
O estudante de Medicina João Vitor Santos não esperava encontrar o barbeiro na sala da sua casa. “Incialmente, achei que podia ser só um percevejo, não tinha ideia. Guardei em um potinho e levei para o IEC. Eu nunca pensei que encontraria um barbeiro na minha casa, já que estamos no centro de uma cidade e nós tínhamos essa ideia de que eles acometiam mais as zonas rurais. Isso me deixou com medo, pela minha família, meus vizinhos... Então ver todo esse trabalho do IEC e da SESAU aqui, explicando como prosseguir, o que é a doença e até como identificar o inseto, é muito confortante porque prepara a gente para lidar com um possível surto acontecendo aqui no bairro”, afirma o universitário.
Segundo o Diretor de Vigilância e Saúde da SESAU, Diego Moura, denúncias de invasões de barbeiro em domicílios têm sido registradas com frequência pela Secretaria. Para ele, a parceria com o IEC é fundamental para levar ações de saúde à população e adotar métodos de prevenção e de controle de doenças. “É importante que pesquisa e vigilância trabalhem juntas e o IEC sempre foi parceiro de Ananindeua. Nós colocamos armadilhas e fizemos um monitoramento para verificar de fato de onde estavam vindo esses barbeiros e se eles estavam infectados. Depois de uma semana fazendo esse trabalho de pesquisa, conseguimos capturar alguns triatomíneos e mais de sessenta por cento estavam infectados, o que gerou preocupação, por isso a ideia é montar estratégias para a região, para que a gente consiga continuar monitorando e orientando a população a respeito disso”, afirmou.
Atendimento nos PITs – O IEC e a SESAU orientam a população a procurar os Postos de Identificação de Triatomíneos (PITs) sempre que encontrarem qualquer inseto com suspeita de ser um barbeiro. A pessoa pode levar o barbeiro ou bater uma foto do inseto. No Posto, ela também recebe dicas de como capturá-lo, sobre como se prevenir e o que fazer nesses casos.
O PIT do IEC funciona na Seção de Epidemologia (SAEPI/IEC), que fica na BR-316, Km7, s/n, Ananindeua-PA. Fone: 91 3214-2063/2189.
O PIT da SESAU funciona no prédio da Vigilância em Saúde, que fica na Passagem São Domingos, nº 04, Cidade Nova II, Ananindeua-PA. Fone: 91 98140-9004.
Texto: Vanessa Campêlo
Edição: Kelvin Souza