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VIGILÂNCIA EM SAÚDE
IEC participa de Seminário sobre Oropouche em Pernambuco
Especialistas do Instituto Evandro Chagas (IEC/SVSA/MS) participaram na quinta-feira (01), em Recife, do “1º Seminário sobre Oropouche em Pernambuco 2024 - O que precisamos responder?”. A iniciativa contou com o apoio do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde de Pernambuco, da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e teve transmissão pela internet.
O encontrou reuniu membros da comunidade científica, sociedades médicas e gestores de saúde em torno de debater sobre o cenário da doença no mundo, no Brasil, e no estado. A médica pesquisadora da Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do Instituto Evandro Chagas (SEARB/IEC/MS), Socorro Azevedo, abordou “A experiência acumulada sobre o perfil epidemiológico e clínico de surtos de Febre Oropouche no Brasil”, a técnica em pesquisa da SEARB, Bruna Lais Sena do Nascimento, falou sobre a “Vigilância entomo-virológica” e o médico patologista da Seção de Patologia Clínica e Experimental do IEC (SEPEX), Juarez Quaresma, fez apresentação sobre o “Comprometimento neurológico associado à Febre Oropouche: o que temos de evidência”.
Durante sua fala na abertura do evento, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, abordou o trabalho realizado por especialistas do Instituto Evandro Chagas e da Fiocruz na investigação da Febre do Oropouche no Brasil e a importância das duas instituições para a vigilância em saúde e ambiente e para a ciência do país.
De acordo com a secretária, a realização do seminário contribui para os esforços realizados pelo Ministério da Saúde no enfrentamento às arboviroses. “Nós monitoramos a situação da Oropouche no Brasil em tempo real, por meio da Sala Nacional de Arboviroses. Também ampliamos a oferta e distribuição dos testes laboratoriais para a doença e realizamos apoio técnico nos estados”, detalhou.
Ethel também destaca o reforço nas recomendações para intensificação da vigilância da transmissão do vírus. “Estamos qualificando a rede de assistência médica para diagnosticar e tratar a doença. Mas há ainda muito a ser estudado sobre a Oropouche e o comportamento do transmissor. Por isso, a união de especialistas aqui em Pernambuco irá nos ajudar muito no andamento das investigações e na formulação de políticas de enfrentamento”.
O Seminário ocorre após a publicação da Nota Técnica Conjunta CGLAB/IEC/DEDT/SVSA, que trata da Recomendação para intensificação da vigilância de transmissão vertical do vírus Oropouche. O documento relata estudo da Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do Instituto Evandro Chagas (SEARB/IEC/SVSA/MS) que revela evidências de que ocorre transmissão vertical do Oropouche.
O Ministério da Saúde publicará, ainda em agosto, o Plano Nacional de Enfrentamento às Arboviroses, incluindo dengue, Zika, chikungunya, Oropouche e demais arboviroses identificadas no país.
Oropouche
A Oropouche é transmitida principalmente pelo inseto Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Os sintomas são parecidos com os da dengue e outras arboviroses. O quadro clínico agudo pode evoluir com febre de início súbito, dor de cabeça e dor muscular. Outros sintomas, como tontura, dor atrás do olhos, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos também são relatados.
Casos mais graves podem incluir o acometimento do sistema nervoso, especialmente em pacientes imunocomprometidos. Também há relatos de manifestações hemorrágicas. Parte dos pacientes pode apresentar reincidência, com manifestação dos mesmos sintomas ou apenas febre, dor de cabeça e dor muscular após uma a duas semanas a partir das manifestações iniciais.
Ainda não há tratamento específico disponível. A orientação é permanecer em repouso, com acompanhamento médico e tratamento sintomático. As medidas de prevenção consistem em evitar ou minimizar a exposição às picadas do transmissor, seja por meio de recursos de proteção individual, como uso de roupas compridas e de sapatos fechados, ou coletiva por meio da limpeza de terrenos e de locais de criação de animais, recolhimento de folhas e frutos que caem no solo, além do uso de telas de malha fina em portas e janelas.
O Ministério da Saúde reforça que o uso de medicamentos deve ser feito apenas mediante recomendação médica. Ao apresentar qualquer sintoma, busque uma unidade de saúde para o correto diagnóstico.
Resumo
- Participação do IEC no Seminário sobre Oropouche: O Instituto Evandro Chagas participou do 1º Seminário sobre Oropouche em Pernambuco, que reuniu cientistas, sociedades médicas e gestores de saúde para discutir estratégias de resposta à doença no Brasil.
- Discussões sobre o Cenário Epidemiológico: Pesquisadores do IEC apresentaram dados sobre o perfil epidemiológico, a vigilância entomo-virológica e o comprometimento neurológico associado à Febre Oropouche, destacando a importância da investigação contínua.
- Esforços do Ministério da Saúde: A Secretária de Vigilância em Saúde reforçou a importância do monitoramento e intensificação da vigilância da Oropouche, com planos de lançar um Plano Nacional de Enfrentamento às Arboviroses ainda em agosto.
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Fotos: Maíra Arrais
Com informações de Ministério da Saúde