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Treinamento
Instituto Evandro Chagas capacita laboratórios de referência de países da América Latina
Na semana de 26 de fevereiro a 01 de março, pesquisadores da Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do Instituto Evandro Chagas (SAARB/IEC/SVSA/MS) promoveram o treinamento “Atualização sobre as Metodologias de Vigilância Entomo-Virológica para Vetores de Arbovírus”, que teve como público alvo sete profissionais das áreas de entomologia e de diagnóstico laboratorial para vírus, pertencentes a laboratórios de referência de diversos países da América Latina. A ação, realizada no campus do IEC de Ananindeua, fez parte da agenda que o Instituto mantém junto à Organização Pan-Americana de Saúde da Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) por ser Centro Colaborador para Arboviroses Emergentes e Reemergentes e outros Vírus Zoonóticos Emergentes. Atualmente, a realização de treinamentos de virologistas, entomologistas, médicos e epidemiologistas em diagnóstico laboratorial de arbovírus e em procedimentos de vigilância está no escopo de atuação dos centros colaboradores da OMS.
Durante o treinamento, os participantes foram divididos em três grupos: Biologia Molecular, Isolamento Viral e Entomologia. Eles realizaram atividades práticas, como técnica de maceração e extração de RNA; e atividades de campo, como técnicas de coleta de mosquitos para detecção viral. Além disso, assistiram a palestras sobre Biossegurança e boas práticas nos laboratórios; Vigilância entomo-virológica no Brasil; e Técnicas de maceração em mosquitos para detectar a existência ou não de vírus; entre outros temas.
Segundo a pesquisadora da SAARB/IEC, Ana Cecília Cruz, que coordenou o treinamento, o objetivo foi preparar os profissionais dos laboratórios para detecção de arbovírus em artrópodes (insetos) vetores de importância médica. “Essa capacitação é importante para a preparação da rede de vigilância das arboviroses, no intuito de descobrir antes ou durante a ocorrência de epidemias, qual artrópode participa da transmissão, e para que, ao final desse trabalho, seja possível tomar as medidas de controle que forem necessárias”, afirmou a coordenadora.
A técnica em Saúde Pública, Andréa Koishi, do Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz-Paraná), considerou a experiência positiva. “As aulas teóricas são ricas e estou aprendendo bastante. Aqui é um Instituto de referência, por isso pretendo aplicar tudo o que estou vendo no laboratório em Curitiba. A gente não precisa reinventar a roda. Às vezes, a gente vai iniciar um procedimento novo e não sabe muito bem como começar, o que é que tem que ter de equipamentos, insumos... e com esse curso a gente já dá uma clareada”, declara.
Para a bióloga Miriam Salcedo, do Instituto Nacional de Salud del Perú (INS), a participação no treinamento é importante porque possibilita o aprendizado e a disseminação de informações valiosas na área da vigilância. “Eles, do Instituto Evandro Chagas, estão nos repassando conhecimentos práticos e nos dando orientações sobre procedimentos que eles conhecem muito bem. Agora tenho a responsabilidade de transferir o que estou aprendendo para o meu grupo porque a ideia é implementar uma vigilância entomo-virológica no meu país”, planeja Miriam.
Centro Colaborador – A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) designaram a Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas (SAARB) do Instituto Evandro Chagas (IEC) como Centro Colaborador da OPAS/OMS para Arboviroses Emergentes e Reemergentes e outros Vírus Zoonóticos Emergentes. A designação tem validade até 2025. O IEC também integra a Rede de Laboratórios de Diagnóstico de Arbovírus (RELDA), que compreende laboratórios e centros colaboradores na América do Norte, Central, do Sul e Caribe, e que foi criada como uma forma de introduzir um sistema de gestão de qualidade e de integrar capacidades técnicas e científicas disponíveis para garantir a resposta a surtos e epidemias de arbovírus em tempo hábil. Em 2023, a SAARB foi designada a coordenar a Rede de Vigilância Entomo-virológica da América Latina das OPAS/OMS, sob a coordenação dos pesquisadores, Ana Cecília Ribeiro Cruz e Joaquim Pinto Nunes Neto.