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BIOSSEGURANÇA
Gestão de risco para laboratórios é tema de workshop realizado no IEC
No dia 10 de maio, foi realizado, no Instituto Evandro Chagas, o workshop “Estratégias para Gestão de Risco para Laboratórios de Alta Contenção no Brasil”. O evento foi organizado pela Sociedade Brasileira de Biossegurança e Bioproteção (SB3), com apoio da Health Security Partners (HSP) e do Biosecurity Enhanced Program (BEP), do governo dos EUA, e reuniu gestores e profissionais de laboratórios de alta contenção (NB3) que integram a rede de laboratórios do Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública (SISLAB). O workshop, que vinha acontecendo desde o dia 08, no hotel Mercure Belém Boulevard, teve a programação do dia 10 realizada integralmente no IEC, com atividades que incluíram dinâmicas de grupo e visitas técnicas ao Complexo NB3 da Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas (SAARB/IEC).
A diretora do IEC, Lívia Carício, esteve presente e destacou a relevância dos temas discutidos. “Nós sabemos a dificuldade para manter um laboratório de alta contenção e sabemos que existem cenários completamente diferentes, por isso precisamos fortalecer uma política nacional em relação a esses laboratórios. E como vamos dar suporte para isso? Porque, desde a concepção deles, quando foi feito o projeto, se pensou muito na infraestrutura, mas nem tanto na manutenção. O risco disso é o sucateamento de estruturas importantes. São desafios que se colocam e que tornam esse evento ainda mais importante. Que bom que estamos aqui discutindo proativamente esses riscos para visualizarmos o melhor caminho. Tenho certeza de que esse último dia fecha com excelência a programação e que vamos continuar fortalecendo essa pauta que é de extrema importância, não só para o nosso país, mas para o cenário mundial”, afirmou.
AMPLIAÇÃO DA BIOPROTEÇÃO
Segundo Cláudio Mafra, presidente da SB3, o objetivo foi discutir estratégias para ampliar a bioproteção nos laboratórios de alta contenção, abrangendo aspectos relacionados à segurança física de dados, de amostras, de biobancos e de sistemas de resposta em contingências. “Nós estamos desenvolvendo exercícios práticos para que eles possam avaliar quais são as vulnerabilidades e fraquezas das instalações que eles têm. Em todo laboratório de alta contenção, existem instalações de risco e você tem que prover a segurança, não apenas para o indivíduo que está trabalhando, no caso o operador, aquele que mantém o sistema, mas também para a comunidade e para toda uma região”, declarou. Ele afirmou ainda que o IEC foi escolhido para receber o evento devido às pesquisas inovadoras que realiza e pela importância que tem no sistema de resposta para alertas no Brasil, não somente em relação às arboviroses, mas também em relação a outros patógenos zoonóticos de grau de risco 3 ou 4.
Fernando Molento, assessor técnico especializado do Serviço de Gestão Técnica e Administrativa (SEGAD) e um dos palestrantes do workshop, considerou a iniciativa importante por ter sido uma oportunidade de reunir as melhores práticas de gestão de biorisco de unidades de alta contenção e proporcionar a troca de experiência entre os participantes. “Não é sempre que temos momentos como esse e a SB3 tem proporcionado eventos importantes dessa natureza. Belém foi sede em razão da necessidade de trazer esse grupo seleto de profissionais para visitar um ambiente de alta contenção que teve a oportunidade de conquistar melhorias em estruturas e processos. Essas melhorias, no entanto, somente foram possíveis em razão de esforços de múltiplos atores e apoio da gestão institucional, que entende a importância das instalações de alta contenção enquanto uma ferramenta importante de resposta às demandas de pesquisa e vigilância em saúde pública”, concluiu.