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Em 2021, o Instituto Evandro Chagas completou 85 anos e passou a ser reconhecido como uma Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação
Confira os destaques do ano de 2021 no IEC, primeira Instituição de Pesquisa em Saúde da região amazônica brasileira:
Em Julho de 2021, o IEC passou a ser reconhecido pelo Ministério da Saúde como uma Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICTI), o que proporciona à instituição melhores condições para o desenvolvimento de pesquisas na perspectiva da inovação em saúde. O status de ICTI do Ministério da Saúde facilitou a aproximação do IEC a outros Ministérios, como da Defesa e da Ciência e Tecnologia, e a outras instituições atuando em tecnologia e inovação em saúde, a exemplo do SENAI CIMATEC, para o estabelecimento de parcerias que possibilitem ao IEC atender aos anseios da sociedade com produtos e serviços tecnológicos na área de saúde. Na condição de ICTI, surgem também variadas linhas de financiamento ao IEC, facilitando aos pesquisadores a captação dos recursos necessários ao desenvolvimento de pesquisas e produtos para a saúde pública.
Nesse mesmo ano, o IEC foi ainda designado Centro Colaborador da OMS para Arboviroses Emergentes e Reemergentes e outros Vírus Zoonóticos ( WHO Collaborating Centre for Emerging and Re-emerging Arboviruses and other Emerging Zoonotic Viruses ) .
O IEC encerra 2021 com 281 pesquisas em desenvolvimento. Todas representam a busca de soluções para problemas de saúde pública, com especial referência aos agravos ambientais e doenças infecciosas, incluindo a COVID-19. Entre os variados estudos há pesquisas no campo da proteômica, genômica e metagenômica com uso da bioinformática, que balizam descobertas de novos produtos ou estratégias para a saúde pública; produção de kits de diagnóstico; elaboração de novas estratégias para vigilância genômica de patógenos; vigilância epidemiológica e ambiental; diagnóstico e monitoramento de problemas ambientais; estudos sobre a ocorrência e dispersão de vetores e outras ameaças à saúde pública; elucidação da epidemiologia e transmissão de novas doenças ou agravos reemergentes; prospecção e ensaios experimentais para avaliar a bioatividade de moléculas candidatas a fármacos, sobretudo de plantas do bioma Amazônia; pesquisas em modelos animais – incluindo primatas não humanos – para ensaios pré-clínicos de moléculas bioativas; pesquisas epidemiológicas; ensaios clínicos para testes de vacinas ou medicamentos; pesquisas no campo da medicina dos viajantes e tantas outras.
Em 10 de novembro de 2021, o IEC completou 85 anos. Para comemorar, realizou várias atividades, incluindo uma exposição para divulgar as ações da Instituição à sociedade, com atividades de disseminação e popularização da Ciência em Saúde. Cerca de cinco mil pessoas participaram desse evento, realizado em um shopping center de Belém, capital do estado do Pará.
Ainda em novembro, o IEC nomeou o seu campus, na cidade de Ananindeua, de Campus Gilberta Bensabath, em homenagem à médica e pesquisadora que atuou no órgão por 60 anos, até o seu falecimento em 2020, aos 95 anos.
Pela sua importante contribuição à sociedade, o IEC foi matéria em diversos veículos de comunicação, incluindo TV, rádio e jornais impressos e digitais.
Em junho de 2021, o IEC teve a reforma da Seção de Virologia finalizada, e concluído o Núcleo de Pesquisas Clínicas em Belém, obras realizadas com recursos da Fundação Bill & Melinda Gates e gerenciamento da Fundação de Apoio e Desenvolvimento da Pesquisa (FADESP). Hoje, a Seção possui uma estrutura adequada para testes clínicos de fármacos e vacinas em parceria com outras instituições. Além disso, o Instituto recebeu qualificação e suporte para aumentar o seu parque tecnológico destinado à vigilância genômica do vírus SARS-CoV-2.
Também em 2021, foram entregues as reformas da Seção de Parasitologia e Meio Ambiente.
No momento, estão em fase final as obras do novo prédio da Seção de Hepatologia e Laboratório de Microscopia Eletrônica, devendo ser concluídas nos primeiros meses de 2022.
No final de 2021, o IEC também recebeu a visita da Dra. Yara Barreira, uma consultora especializada em biotérios de criação e experimentação animal baseados em diretrizes internacionais de pesquisa. O objetivo foi avaliar a necessidade de adequação e ampliação desses espaços na instituição, dadas as perspectivas de crescimento e desenvolvimento do IEC como ICTI do Ministério da Saúde.
Em 2021, o IEC esteve focado na vigilância genômica, realizando, nesse processo, o sequenciamento de amostras do SARS-CoV-2, nos estados de sua abrangência, a partir de uma das metodologias mais avançadas e com maior cobertura genômica, diminuindo a possibilidade de erros no processo, ou seja, maior fidelidade dos resultados. Com essa expertise , o IEC identificou os primeiros casos da variante Delta no Brasil em alguns estados da região norte, como Pará, Amapá e Acre.
Além dos sequenciamentos genéticos de rotina, que são parte da atuação do IEC diante do combate à pandemia, desde abril, o IEC pertence ao Projeto da Rede Nacional de Sequenciamento Genético para a Vigilância em Saúde, gerenciado pela Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB), do Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde (DAEVS), da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde (MS). O Projeto realizou o sequenciamento de cerca 1.200 amostras em todo o território nacional.
Com o aumento do número de ocorrências de H3N2 no Brasil, o Instituto já está atuando na investigação dos casos por meio do sequenciamento genético, a fim de contribuir com a vigilância genômica do vírus Influenza no Brasil.
Após receber estrutura tecnológica e pessoal do Ministério da Saúde, em 2021, o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) do IEC tem se estruturado e já desenvolveu diversas ações que aprimoraram as respostas da vigilância em saúde na região amazônica brasileira, como a comunicação de eventos, emissão de Notas Técnicas, clipping , além de análises e estudos visando à implantação de novos fluxos internos e externos a fim de melhorar a inteligência relacionada à vigilância em saúde.
O IEC, em 2021, por meio da Seção de Meio Ambiente, atuou em, pelo menos, três ocasiões de grande repercussão. Em fevereiro, realizou a investigação de cianobactérias com potencial tóxico no município de Barcarena. Em setembro, com o aumento de casos da doença de Haff (doença da urina preta), criou um Grupo de Trabalho com onze pesquisadores, objetivando acompanhar a situação epidemiológica no Pará.
No início de dezembro, o IEC foi acionado para investigar a poluição atmosférica e risco à saúde humana ocorrida em Barcarena, em decorrência de incidente em um dos depósitos de uma mineradora, que armazenava Hidrossulfito de Sódio.
O IEC, por meio da Seção de Parasitologia, além de contribuir com o combate precoce e efetivo a surtos de malária em 2021, ocorridos até em área extra-Amazônica, participou de mais uma ação do Grupo de Trabalho de Malária da Coordenação-Geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial da SVS, realizando curso para disseminar as orientações/atualizações referentes às diretrizes técnicas do diagnóstico da malária. O curso ministrado no IEC foi destinado a representantes de diversos Laboratórios Centrais (LACENs) de estados da Amazônia.
Aos poucos, em 2021, com a chegada da vacina contra a COVID-19, o IEC retornou com suas atividades relacionadas ao ensino, recebendo os discentes de maneira presencial, com o retorno total das atividades presenciais dos 94 bolsistas do Programa de Iniciação Científica (PIBIC/IEC) desde agosto.
Em outubro, mais de um ano após o processo seletivo ter sido finalizado, os discentes aprovados no Curso Técnico em Análises Clínicas iniciaram as atividades presenciais a serem concluídas em 2022.
No final do ano, houve ainda o processo de seleção ao Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia e Vigilância em Saúde, já iniciado em 2021, e a abertura dos processos seletivos de Mestrado e Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Virologia para início em 2022.
Halmilton Mourão e Marcelo Queiroga nas instalações do IEC
Em setembro de 2021, o Instituto foi movimentado pela visita de autoridades do Brasil e de outros países. A primeira foi da comitiva formada por 10 embaixadores representando países de diferentes continentes, com a presença do Vice-Presidente, General Hamilton Mourão; do Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga; do Secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros; e dos senadores Nelsinho Trad e Kátia Abreu, no dia 10/09. A visita fez parte da estratégia do Conselho Nacional da Amazônia Legal para mostrar a realidade amazônica e apresentar as ações implementadas pelo governo federal em defesa da região. É a primeira vez que um vice-presidente visita as instalações da instituição em 85 anos. Esse evento deu ainda mais visibilidade ao IEC no Brasil e no mundo.
Para a segunda visita, com o objetivo de criar oportunidades de transformar produtos de pesquisa em tecnologias de saúde a favor da sociedade brasileira, o IEC organizou, nos dias 23 e 24 de setembro, o I Workshop de Integração entre o IEC, os Ministérios da Saúde, da Ciência Tecnologia e Inovação, da Defesa e da empresa CIMATEC, que é gerenciada pelo SENAI. Dentre as autoridades presentes estavam, o Secretário Adjunto da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde (MS), Alessandro Vasconcelos; Secretário de Vigilância em Saúde do MS, Arnaldo Correia de Medeiros; Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do MS, Hélio Angotti Netto; Secretário de Atenção Especializada do MS, Sérgio Yoshimasa Okane; o Diretor do Departamento de Saúde e Assistência Social do Ministério da Defesa, Brigadeiro Médico Laerte Lobato de Moraes; e o Diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação, Gen Bda Moacir Rangel Junior. No mês de novembro, o IEC também participou do II Workshop de Integração, organizado pelo SENAI CIMATEC, no estado da Bahia.
O ano de 2021 foi mais um em que o IEC enfrentou os desafios impostos à saúde pública e mostrou que é possível fazer ciência mesmo com todas as dificuldades apresentadas. A Instituição está preparada para enfrentar, no ano de 2022, novos desafios e contribuir ainda mais para salvaguardar a saúde e a vida dos brasileiros.