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Chagas em Evidência
Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença de Chagas: estratégias inovadoras dos PIT’s são tema de palestra no IEC
“Estratégias inovadoras dos PITs para controle de Doença de Chagas sob todas as formas de transmissão” foi o tema da palestra ministrada pela coordenadora de Entomologia da Secretaria de Estado de Saúde do Pará (SESPA), Bárbara Almeida, que também é discente do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia e Vigilância em Saúde do Instituto Evandro Chagas (PPGEVS/IEC).
A programação foi promovida pelo Grupo de Pesquisas em Doenças Negligenciadas do Setor de Atendimento Médico Unificado (SOAMU/IEC) em referência ao Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença de Chagas. A data corresponde ao dia 14 de abril e aconteceu pela primeira vez em 2020, após aprovação pela Assembleia Mundial da Saúde na OMS em maio de 2019.
Os PIT’s são os Postos de Informação de Triatomíneos, sendo determinados triatomíneos os transmissores do Trypanosoma cruzi, o protozoário da doença causador da doença de chagas. Durante a palestra, Bárbara Almeida explicou que a vigilância entomológica dos vetores da doença de chagas é feita por meio de estratégias ativas e passivas. A vigilância ativa corresponde à busca ativa pelo vetor na unidade domiciliar feita pelas equipes de vigilância.
VIGILÂNCIA – A pesquisadora esclareceu ainda que os Postos de Informação de Triatomíneos (PIT’s) fazem parte das estratégias de vigilância passiva e são locais escolhidos onde a comunidade pode entregar os insetos encontrados em sua casas ou locais de trabalho e que sejam suspeitos de transmitir a doença. “A proposta é que os PIT’s facilitem o acesso dos moradores às ações de vigilância, por isso devem ser instalados em locais acessíveis às pessoas como unidades básicas de saúde ou postos de saúde que atendam vilarejos e localidades de difícil acesso”, afirmou a palestrante.
FLUXO – “O fluxo do PIT começa com a coleta do inseto pelos moradores, que levam o exemplar ao posto de informação de triatomíneos. O PIT, por sua vez, encaminha o inseto para o laboratório de referência, onde será feita a análise taxonômica para a identificação da espécie, e de infecção, para investigação da presença ou não do protozoário no estômago do inseto,” ela continua: “Se a resposta for negativa para a presença do vetor, o morador é avisado. Em caso de resposta positiva, uma equipe é destacada para realizar uma busca ativa no local onde o inseto foi encontrado.” finaliza, Bárbara.
Durante o evento, a Dra. Ana Yecê, coordenadora do Grupo de Pesquisas em Doenças Negligenciadas do IEC, destacou a importância do Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença de Chagas e abordou as peculiaridades da epidemiologia da doença na região amazônica. A pesquisadora fez ainda um apanhado de algumas contribuições científicas dos especialistas e alunos do IEC para o conhecimento e combate da doença em mais de 50 anos de estudos, entre eles, estudos entomológicos e epidemiológicos. Também destacou a importância das parcerias entre a pesquisa e o serviço como o caminho mais rápido para gerar evidências que sustentem as ações de controle e, assim, diminuir ou eliminar o risco de adoecimento.