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Dia Mundial de Combate a Tuberculose
Pela primeira vez em 10 anos, os casos de tuberculose no mundo aumentaram no ano de 2020. É o que diz a Organização Mundial da Saúde (OMS), nesse dia 24 de março, dia de conscientização contra a doença no mundo. De acordo com o órgão, são estimados diariamente 30 mil casos e 4 mil óbitos, o que posiciona a tuberculose entre as doenças infecciosas que mais matam no mundo.
Nesse contexto, em 2022, a campanha da tuberculose da OMS alerta para o aumento dos investimentos em saúde com objetivos de zerar os casos no mundo, somado ainda com a preocupação da doença, que com outras infecções podem, como COVID-19 e HIV, tem mais chances de levar ao óbito.
O Instituto Evandro Chagas, órgão ligado à Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde (MS), vem atuando na vanguarda da luta contra a tuberculose. Desde 1977, a instituição já disponibilizava à população os exames de baciloscopia e cultura e em 1992, com o estabelecimento do Laboratório de Tuberculose (LBTB), a instituição se tornou referência no Estado do Pará para o diagnóstico da doença. Entre os anos de 1995 e 1996, o IEC participou do Primeiro Inquérito Nacional de Resistência à Tuberculose, incumbido pelo diagnóstico do perfil de resistência à tuberculose dos estados do Pará e Amazonas, sob responsabilidade da pesquisadora Maria Luiza Lopes.
O LBTB contribui com o Plano Nacional Pelo Fim da Tuberculose com sua atuação em todos os três pilares que apoiam o programa nacional através da oferta de serviços diagnósticos de média e alta complexidade para detecção precoce e resistência de Mycobacterium tuberculosis às drogas de primeira e segunda linhas do tratamento da tuberculose (1° pilar: Prevenção e cuidado integrado centrados na pessoa com TB); participação no Comitê Estadual de Controle da Tuberculose (2° pilar: Políticas arrojadas e sistema de apoio) e no desenvolvimento e investimentos nas pesquisa em tuberculose, principalmente nas linhas de epidemiologia, biologia do agente e diagnóstico (3° pilar: Intensificação da pesquisa e inovação)
Segundo Ana Roberta Fusco, pesquisadora da laboratório de tuberculose do IEC, as principais ações de vigilância laboratorial do LBTB estão centradas no monitoramento da resistência da tuberculose, tanto por métodos fenotípicos quanto moleculares, além da investigação de genótipos de Mycobacterium tuberculosis regionalmente circulantes. A equipe do laboratório também tem apoiado na formação técnica e científica de profissionais, em especial na Região Norte.
“O LBTB do IEC contribuiu com importantes avanços no conhecimento da tuberculose na Amazônia e no Brasil na descoberta da existência de linhagens de origem europeia e regionalmente restritas e variação de genótipos com o passar dos anos. A tendência de aumento de isolados de Mycobacterium tuberculosis resistentes às drogas de segunda linha no tratamento da tuberculose também tem sido monitorado e investigado com preocupação pela instituição “explica Roberta Fusco.