A pesquisa científica que tem como objetivo entender o funcionamento das doenças que afetam populações negligenciadas, tem por obrigação ética, humana e operacional , aliar a assistência médica no dia-a-dia de suas metodologias de trabalho.
Nesse sentido o Instituto Evandro Chagas, tem desenvolvido a maioria dos seus estudos que visam o entendimento de doenças, quase sempre tem em seu cerne esta importante transversalidade da atenção médica, seja no diagnóstico, seja na intervenção/inovação terapêutica.
Desde seus estudos primordiais de atividade científica, essa característica já estava presente em seu precursor, o médico Evandro Chagas. O pesquisador veio a região muito jovem para estudar doenças pouco entendidas naquele período, tais como as Leishmanioses, Malária, Bouba, Filarioses, além de outras parasitoses de interesse. Evandro Chagas montou em 1936 um laboratório improvisado em Piratuba, interior do município de Abaetetuba com sua equipe na época, formada por médicos paraenses.
Mais tarde, na década de 1940 os pesquisadores médicos do IEC realizaram inúmeros estudos visando entender a situação de saúde das populações locais, utilizando inquéritos em diversas regiões do Pará, como a Ilha do Marajó e a região da Amazônia Atlântica. Além disso, com a expansão dos grandes projetos da região, como a abertura da BR 010 e a implantação de mineradoras, principalmente no Estado do Pará, os pesquisadores estavam presentes para o monitoramento e a elucidação de doenças que ocorriam na região, durante o processo de instalação destes projetos desenvolvimentistas. Com essa expertise, o IEC ficou conhecido, pela população por ser uma instituição que agregava profissionais com habilidades ímpares, tanto para as descobertas de pesquisa quanto para a identificação de doenças de difícil diagnóstico.
Já na primeira década dos anos 2000 com objetivo de convergir para um único ponto a entrada de pacientes suspeitos de doenças de origem infecciosa no IEC e, com isso, exercer melhor controle na vigilância à saúde do homem e do meio ambiente, a instituição criou o
Setor Atendimento Médico Unificado (SOAMU)
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A proposta era de facilitar a visibilidade de problemas de saúde inusitados ou de difíciil diagnóstico relacionados às Doenças Tropicais na população que eram referenciadas para a instituição. Esta demanda recebe atenção médico–diagnóstica não caracterizada como atenção primária e ênfase no direcionamento rápido e preciso do diagnóstico, beneficiando diretamente o paciente e a notificação imediata às autoridades, se este for de natureza notificável compulsoriamente. Consequentemente, suas atividades desencadeiam e facilitam aplicação das medidas pertinentes à Vigilância Epidemiológica e às ações das secretarias estaduais e municipais de saúde, tais como vigilância de surtos, bloqueios vacinais e todos os níveis de atenção médica.
A partir de 2011, o setor vem se estruturando para formalização de atividades de Pesquisa clínico-epidemiológica com aplicação direta nas áreas médico-diagnóstica e de vigilância epidemiológica em demandas ativas e passivas associando-se a instituições de saúde e ensino locais. Assim, espera-se reforçar a pesquisa operacional de agravos infecciosos ou não infecciosos com ênfase em exposições a tóxicos ambientais e/ou doenças de populações negligenciadas, buscando a excelência da aplicação prática de seus resultados, com base em evidências não somente científicas, mas também comunitárias e ambientais.
O público desse atendimento tem duas origens, sendo uma demanda passiva ligada à vigilância sindrômica febril ou exantemática e outra, de demanda forçada.
Esta última compõe as atividades de linhas de pesquisa seculares do IEC, com por exemplo: Doença de Chagas, Leishmanioses, Febre tifoide, algumas Arboviroses e mais recentemente, os agravos humanos na perspectiva de Saúde ambiental .
Assim, suas demandas se constituem de pessoas com suspeição clínica de síndrome infecciosa, referenciadas ao IEC por médicos das redes pública e privada, em busca da expertise diagnóstica acurada e rápida.
O setor atua tanto na área científica (Projetos e Ensino) quanto na técnica (Vigilância), contribuindo bilateralmente com as outras áreas científicas e reforçando o potencial institucional em suas três principais missões: a Vigilância, a Pesquisa e o Ensino, se utilizando metodologicamente para isso, da transversalidade da Atenção Médico-Diagnóstica de padrão especializado em Saúde Pública, visando as populações que mais necessitam.
COMO SER ATENDIDO NO IEC:
Para atendimento no IEC é necessário o encaminhamento de um médico do Sistema Único de Saúde (SUS) ou de profissionais da Vigilância epidemiológica para o IEC. Por motivos contingenciais da Pandemia da COVID-19, o contato inicial deve ser feito por telefone, pelo sistema de Teleatendimento/Teleorientação.
TELEATENDIMENTO TELEFÔNICO: (91) 3214 – 2063/ 2189
Segunda a Sexta-feira de 09h às 12hs e de 13h às 16hs.