Projetos Apoiados em 2022
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Percepção ambiental de algumas comunidades das UCs da Ararinha Azul sobre a reintrodução de uma espécie ameaçada, Curaçá/BA
Este projeto de pesquisa buscou compreender como os moradores se percebem inseridos nesse processo e nas pautas que tratam o tema “reintrodução da ararinha-azul”? O que eles esperam do projeto? Durante o levantamento da percepção dos moradores das UCs foi utilizada a técnica denominada de “árvores dos sonhos”, através da qual os participantes deveriam indicar o “qual o seu sonho para as ararinhas e o projeto de soltura num prazo de 01 ano” e “como podemos alcançar este sonho?” Esses sonhos foram guardados em uma caixa denominada “Caixa dos sonhos” para consultas futuras, após a segunda soltura. Assim as ações indicadas serão revisitadas e reavaliadas, indicando se foram suficientes e quais adequações e sugestões podem ser inseridas para efetivo sucesso do projeto de soltura. De maneira geral eles indicaram como sonhos/expectativas uma reintrodução bem sucedida, maior e continuo envolvimento comunitário para o sucesso do projeto e mais medidas de proteção para a espécie ameaçada.
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Monitoramento reprodutivo de longo prazo da tartaruga-verde Chelonia mydas no Arquipélago de Fernando de Noronha, PE. Análise dos resultados de 38 anos de conservação
Neste projeto serão analisados dados reprodutivos da população de tartarugas-verdes (Chelonia mydas) no Arquipélago de Fernando de Noronha, entre os anos de 1984 e 2022. O monitoramento e as ações de conservação se iniciaram em 1984. Tendências da população, número de ninhos por temporada, distribuição temporal entre outros aspectos da biologia reprodutiva serão descritos e analisados. Os esforços de longo prazo fornecem uma excelente oportunidade para avaliar o sucesso das ações e políticas de conservação para as tartarugas marinhas.
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Diagnóstico, monitoramento e mitigação de conflitos entre fauna silvestre ameaçada de extinção e populações tradicionais no Parque Nacional do Jaú
O projeto busca desenvolver atividades que contribuam para a execução dos Planos de Ação dos Pequenos Cetáceos (Ação 1.4), da Ariranha (Ações 1.1 e 1.6), da Onça-Pintada (Ação 1.3), da Onça-Parda (Ações 1.4, 5.3, 5.4), dos Pequenos Felinos (Ações 2.4, 3.2, 3.5) e ainda gerar informações sobre conflitos envolvendo espécies constantes na lista oficial da fauna brasileira ameaçada de extinção, mas ainda não abrangidas nos Planos de Ação Nacional. Os resultados obtidos até o momento indicam que: (i) as populações residentes no Parna Jaú são predominantemente extrativistas e, portanto, as atividades investigadas são realizadas para a subsistência destas populações; (ii) embora as comunidades da Cachoeira e Patauá apresentem algumas áreas compartilhadas, as demais comunidades utilizam áreas distintas para a realização das suas atividades; (iii) todas as atividades investigadas apresentaram algum grau de conflito com a fauna silvestre local; (iv) de modo geral, os conflitos estão predominantemente relacionados ao roçado e as etnoespécies amplamente citadas como causadoras de conflito são os porcos-do-mato (catitu e queixada); (v) as ameaças/riscos relacionadas à fauna silvestre aparentemente têm menor importância que os prejuízos causados por estes animais. Os resultados do projeto podem subsidiar estratégias de manejo que minimizem conflitos envolvendo populações tradicionais e fauna silvestre, contribuindo assim para a conservação das espécies e para a segurança alimentar das populações humanas residentes no Parque.
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Diagnóstico sobre o trânsito de veículos nas praias de desova de tartarugas marinhas na Ilha de Guriri, Espírito Santo
As entrevistas com os usuários das praias da Ilha de Guriri, São Mateus/ES, foi realizada no dia 29 de julho de 2023 e foram abordados 119 usuários da praia, que responderam ao mesmo questionário aplicado em 2022. No entanto, não tivemos como publicar estes resultados junto ao resumo que foi apresentado no XIV Seminário de Pesquisa e XV Encontro de Iniciação Científica do ICMBio (2023) porque a amostra de 2023 foi bem inferior à amostra de 2022, devido ao tamanho da equipe de campo. É necessário aumentar a amostra de pessoas entrevistadas para diagnosticarmos melhor a percepção dos usuários e fazermos a comparação com os dados de 2022. Portanto, temos apenas os dados de 2022 com potencial de subsidiar alguma tomada de decisão das autoridades públicas a respeito do trânsito de veículos nas praias da Ilha de Guriri, mesmo assim, sem base de comparação.
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A exploração de avoante pela caça na APA Chapada do Araripe
Coordenador do Projeto: Priscilla Prudente do Amaral - priscilla.amaral@icmbio.gov.br
Unidade responsável pelo desenvolvimento do projeto: CEMAVE
A avoante (Zenaida auriculata) é uma pomba de hábitos gregários que se junta em milhares de indivíduos no período da reprodução. Desde 1980, o CEMAVE vem desenvolvendo pesquisas com esta espécie na região semiárida. O objetivo sempre foi compreender os impactos causados na espécie e buscar a proteção das áreas reprodutivas. O projeto passou por diversas fases, contando com parceiros que atuaram na pesquisa, na marcação de indivíduos, na reprodução e manejo em cativeiro e até mesmo em uma rede de monitoramento envolvendo os estados do Nordeste. Associada à pesquisa, sempre houve repressão à caça nas colônias, atividade arraigada na cultura local mas que prejudica severamente as populações. Atualmente, o CEMAVE atua no monitoramento de colônias em parceria com a APA Chapada do Araripe, estimando a população reprodutiva e trazendo informações sobre impactos das atividades antrópicas na espécie. Os dados trazidos por essa pesquisa permitem um melhor planejamento de uso da área e a atuação conjunta com os gestores da unidade de conservação fornece maior proteção a essa espécie emblemática.
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A importância dos pequenos remanescentes florestais para a persistência dos mamíferos em paisagens fragmentadas do sul da Bahia
Coordenador do Projeto: Luanne Helena Augusto Lima - luanne.lima@icmbio.gov.br
Unidade responsável pelo desenvolvimento do projeto: CENAP
Através da metodologia de DNA Ambiental (eDNA) utilizando amostras de solo e água coletados na RPPN Estação Veracel e Parque Nacional do Pau Brasil, foi confirmada a ocorrência de 20 espécies de mamíferos, sendo três de pequeno porte (< 1 kg), 14 de médio e grande porte (> 1 kg) e três voadoras, pertencentes a oito ordens e 17 famílias. Estes registros acrescentaram ao monitoramento realizado por armadilhamento fotográfico 6 novas espécies (16% do total de 37 espécies somando as duas metodologias), incluindo morcegos e pequenos roedores. Do total de 20 espécies registradas por eDNA, 17 foram registradas na RPPN Estação Veracel, enquanto 11 foram registradas no PARNA do Pau Brasil, sendo 35% das espécies compartilhadas entre as áreas. Existe elevada riqueza de espécies nestas duas unidades da Mata Atlântica, essas áreas abrigam mamíferos sensíveis à perda de habitat e de grande porte, comparáveis a algumas das áreas mais ricas deste bioma. Ambas as áreas resistiram a diversos ciclos econômicos desde a colonização do Brasil, e continuam representando uma esperança para conservação da biodiversidade nessa parte megabiodiversa do bioma. A metodologia de eDNA tem a vantagem de necessitar de menos esforço de campo, neste estudo foi feita apenas uma campanha de 15 dias, bem como detectar espécies que o armadilhamento fotográfico não registra.
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Caracterização dos campos de murundus do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros- PNCV
Coordenador do Projeto: Suelma Ribeiro Silva /suelma.silva@icmbio.gov.br
Unidade responsável pelo desenvolvimento do projeto: CBC
A descrição e o entendimento dos padrões de comunidades de plantas são fundamentais para o estabelecimento de programas de conservação e restauração, especialmente quando se trata de comunidades ameaçadas que necessitam de ações de restauração. Os Campos de Murundus (CMs) são áreas úmidas compostas por microrelevos característicos dos cerrados do Brasil Central, em forma de pequena elevação ou montículo, arredondado. Esses ambientes ocorrem ao redor dos cursos d’água que formam as bacias hidrográficas, apresentando configuração e distribuição distinta em cada setor da vertente. Desempenham, portanto, um papel fundamental na conservação das águas de superfície e da biodiversidade, especialmente por abrigar espécies da flora e da fauna típicas do Cerrado. Os CM são ecossistemas de áreas abertas extremamente ameaçados, especialmente pelo grande interesse econômico da região do Brasil Central, representado pelas atividades de agricultura extensiva envolvendo a implantação de drenos para o escoamento de água do solo. Esse cenário constitui uma ameaça ao conhecimento e à preservação desse ecossistema, ainda pouco conhecido tanto no seu aspecto científico, bem como social e político. No tocante à vegetação a mesma ainda é pouco estudada, especialmente a comunidade herbácea. Os CM são, em geral, caracterizados por áreas de inundação sazonal dominadas predominantemente por um campo limpo onde estão situados vários montes de terra (ou murundus) revestidos por vegetação savanna arbórea. Nesse campo limpo predominam as comunidades herbáceas, as quais ocorrem adaptadas às condições ambientais diversas do habitat. A variação no regime de inundações, com forte oscilação no nível do lençol freático deve ser um fator determinante na diversidade florística do campo limpo que inunda no período chuvoso. Assim, espera-se que as variações no fluxo de água durante as enchentes atuem como determinantes dos padrões de distribuição das comunidades herbáceas do CM. Esse projeto tem como objetivo determinar os fatores determinantes da distribuição de comunidades vegetal dos Campos de Murundus.
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Caracterização e impactos do turismo interativo com jacarés no Parque Nacional de Anavilhanas
Coordenador do Projeto: Marcelo Derzi Vidal marcelo.vidal@icmbio.gov.br
Unidade responsável pelo desenvolvimento do projeto: CNPT
O projeto busca analisar o turismo com jacarés desenvolvido no Parque Nacional de Anavilhanas, atividade baseada na captura e manipulação de indivíduos em ambiente natural. Resultados indicam que a manipulação e a fotografia com flash no turismo de interação podem induzir reações fisiológicas relacionadas ao estresse de curto prazo em jacaré-açu (Melanosuchus niger), mas não em jacaré-tinga (Caiman crocodilus), o que sugere que seria melhor focar o turismo interativo nesta espécie. Resultados indicam ainda que, apesar das limitações de gestão do PARNA de Anavilhanas, observa-se que as estratégias de manejo, proteção e gestão desta UC estão resultando num aumento populacional das espécies de jacarés em estudo nesta pesquisa. Os conceitos e informações compartilhados durante as reuniões e capacitações do projeto contribuem para que guias/condutores de turismo ofereçam mais e melhores informações sobre os jacarés amazônicos aos visitantes do Parque Nacional de Anavilhanas, bem como potencializam e qualificam o trabalho dos técnicos das instituições governamentais. Os resultados do projeto contribuem para a elaboração de um arcabouço técnico científico robusto para fomentar a discussão e a tomada de decisão por parte de órgãos governamentais das áreas de meio ambiente e de turismo, empresários, comunidade local e demais atores afetados ou interessados pela temática de turismo com jacarés em áreas protegidas.
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Diagnóstico sobre o trânsito de veículos nas praias de desova de tartarugas marinhas na Ilha de Guriri, Espírito Santo
Coordenador do Projeto: Kelly Bonach
Unidade responsável pelo desenvolvimento do projeto: Centro TAMAR
As entrevistas com os usuários das praias da Ilha de Guriri, São Mateus/ES, foi realizada no dia 29 de julho de 2023 e foram abordados 119 usuários da praia, que responderam ao mesmo questionário aplicado em 2022. No entanto, não tivemos como publicar estes resultados junto ao resumo que foi apresentado no XIV Seminário de Pesquisa e XV Encontro de Iniciação Científica do ICMBio (2023) porque a amostra de 2023 foi bem inferior à amostra de 2022, devido ao tamanho da equipe de campo. É necessário aumentar a amostra de pessoas entrevistadas para diagnosticarmos melhor a percepção dos usuários e fazermos a comparação com os dados de 2022. Portanto, temos apenas os dados de 2022 com potencial de subsidiar alguma tomada de decisão das autoridades públicas a respeito do trânsito de veículos nas praias da Ilha de Guriri, mesmo assim, sem base de comparação.
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Diagnóstico, monitoramento e mitigação de conflitos entre fauna silvestre ameaçada de extinção e populações tradicionais no Parque Nacional do Jaú
Coordenador do Projeto: Marcelo Derzi Vidal marcelo.vidal@icmbio.gov.br
Unidade responsável pelo desenvolvimento do projeto: CNPT
O projeto busca desenvolver atividades que contribuam para a execução dos Planos de Ação dos Pequenos Cetáceos (Ação 1.4), da Ariranha (Ações 1.1 e 1.6), da Onça-Pintada (Ação 1.3), da Onça-Parda (Ações 1.4, 5.3, 5.4), dos Pequenos Felinos (Ações 2.4, 3.2, 3.5) e ainda gerar informações sobre conflitos envolvendo espécies constantes na lista oficial da fauna brasileira ameaçada de extinção, mas ainda não abrangidas nos Planos de Ação Nacional. Os resultados obtidos até o momento indicam que: (i) as populações residentes no Parna Jaú são predominantemente extrativistas e, portanto, as atividades investigadas são realizadas para a subsistência destas populações; (ii) embora as comunidades da Cachoeira e Patauá apresentem algumas áreas compartilhadas, as demais comunidades utilizam áreas distintas para a realização das suas atividades; (iii) todas as atividades investigadas apresentaram algum grau de conflito com a fauna silvestre local; (iv) de modo geral, os conflitos estão predominantemente relacionados ao roçado e as etnoespécies amplamente citadas como causadoras de conflito são os porcos-do-mato (catitu e queixada); (v) as ameaças/riscos relacionadas à fauna silvestre aparentemente têm menor importância que os prejuízos causados por estes animais. Os resultados do projeto podem subsidiar estratégias de manejo que minimizem conflitos envolvendo populações tradicionais e fauna silvestre, contribuindo assim para a conservação das espécies e para a segurança alimentar das populações humanas residentes no Parque.
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Distribuição de mamíferos de médio e grande porte no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros: influência da heterogeneidade espacial quanto à incidência do fogo
Coordenador do Projeto: Lilian Bonjorne de Almeida, lilian.almeida@icmbio.gov.br
Unidade responsável pelo desenvolvimento do projeto: CENAP
A distribuição de espécies sofre influência de diversos fatores, como fatores bióticos e abióticos, além de sua interação com processos de dispersão e históricos em diferentes escalas. Algumas unidades de conservação possuem heterogeneidade de hábitats. O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV) constitui uma unidade de conservação com tais características, possuindo grande variedade de hábitats, que incluem Cerradão, Cerrado sensu stricto, campo rupestre e campos úmidos. Nesse sentido, a avaliação de como os mamíferos de médio e grande porte estão distribuídos nas diferentes fitofisionomias do PNCV é o objetivo deste estudo. Para consecução do objetivo proposto, as armadilhas fotográficas foram colocadas em grade, seguindo o protocolo TEAM em termos de distanciamento entre as câmeras, abrangendo diferentes fitofisionomias da unidade de conservação. Foram registradas 16 espécies de mamíferos de médio e grande porte: veado-mateiro (Ozotocerus bezoarticus), anta (Tapirus terrestris), cateto (Dicotyles tajacu), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), cutia (Dasyprocta azarae), cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), quati (Nasua nasua), veado-catingueiro (Mazama gouazoubira), lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), quati (Nasua nasua), jaratataca (Conepatus semistriatus), paca (Cuniculus paca), jaguatirica (Leopardus pardalis), onça-parda (Puma concolor), tatu-galinha (Dasypus novemcinctus) e gambá (Didelphis albiventris), seguindo essa ordem em termos de quantidade de registros independentes. Algumas dessas espécies foram unicamente registradas em matas de galeria: cateto, cutia, paca, tatu-galinha, quati e jaguatirica, o que indica para a importância da inclusão da mata de galeria em estudos que envolvam a comunidade de mamíferos de médio e grande porte no bioma Cerrado.
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Diversidade florística da Reserva Biológica do Córrego do Veado – ES: Padrões de distribuição geográfica e bases para conservação do Corredor Central da Mata Atlântica
Coordenador do Projeto: Gabriel Fernando Rezende - gabriel.rezende@icmbio.gov.br
Unidade responsável pelo desenvolvimento do projeto: NGI ICMBio São Mateus
As florestas semidecíduas no Espírito Santo erguem-se sobre os tabuleiros terciários e, por essa razão, também são denominadas de matas ou florestas de tabuleiros. É justamente nessas áreas onde se encontram os maciços florestais de maior significação do Espírito Santo.
Na realidade, as matas de tabuleiros não são ocupadas somente por formações florestais, sendo formada por um mosaico constituído por diversos tipos vegetacionais, o que, de fato, contribui para a alta diversidade biológica encontrada nos tabuleiros.
A presente proposta buscou o conhecimento sobre a diversidade de plantas vasculares na Reserva Biológica do Córrego do Veado, no norte do Espírito Santo, um dos estados menos conhecidos, em termos florísticos, no domínio da Mata Atlântica brasileira, mais especificamente no Corredor Central da Mata Atlântica.
Esta proposta vem de encontro a duas necessidades prementes, uma relacionada ao conhecimento da diversidade vegetal em áreas pouco conhecidas da Mata Atlântica, e outra relacionada às políticas públicas de conservação das espécies ameaçadas de extinção.
A Mata Atlântica na Reserva Biológica do Córrego do Veado é caracterizada como floresta de tabuleiro e os registros de espécies nessa fisionomia no Espírito Santo são notoriamente descontínuos.
Estas coletas, no entanto, ainda estão longe de refletir toda a diversidade de plantas dos tabuleiros, representando registros fragmentados ao longo de sua área de abrangência. O conhecimento da flora dessa área contribuirá com a efetivação do corredor Central da Mata Atlântica, na medida em que se passa a conhecer as principais populações de planta de cada Unidade de Conservação da região e seus níveis de ameaça de extinção e similaridades florísticas.
Um total de 529 espécies de plantas, envolvendo Briófitas, Licófitas, Samambaias, Gimnospermas e Angiospermas foram registradas para a região. Destas, 16 são consideradas vulneráveis e 14 estão em Perigo de extinção, segundo a lista do MMA de espécies ameaçadas.
A partir dessas informações poderão ser propostas novas rotas com a criação de outras áreas protegidas e restauração ecológica de trechos vizinhos.
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Ecologia de movimento de pumas no Parque Nacional da Serra de Itajaí e entorno como ferramenta para priorização de áreas visando a conectividade de remanescentes florestais de Mata Atlântica
Coordenador do Projeto: Lilian Bonjorne de Almeida, lilian.almeida@icmbio.gov.br
Unidade responsável pelo desenvolvimento do projeto: CENAP
O fato de o estado de Santa Catarina apresentar um relevo acidentado em algumas regiões garantiu a existência de remanescentes florestais importantes para a conservação do bioma, tais como o Parque Nacional da Serra do Itajaí (PNSI), com 57374 ha, a Floresta Nacional de Ibirama (FNI), com 519 ha, a Reserva Biológica de Sassafrás (RBS), com 5229 ha e a Reserva Biológica da Canela Preta (RBCP), com 1889 ha. Projeto anterior, realizado entre 2012 e 2014 permitiu o monitoramento via satélite de dois indivíduos no PNSI e revelou grandes áreas de vida, sendo que a análise de Kernel mostrou que a área de um macho subadulto foi de 16914,95 ha (90%) e para um indivíduo adulto foi de 10644,17 ha, áreas que representam cerca de 45% da área do PNSI. A baixa densidade na qual a espécie ocorre localmente no PNSI e as grandes áreas de vida reforçam a necessidade de manter a conectividade com outros remanescentes para garantir a dispersão e o fluxo gênico e a perpetuidade das populações de pumas. O puma é uma espécie-focal útil para garantir que um plano de conservação que mantenha uma área de hábitat suficiente para formação de corredores, podendo subsidiar as estratégias de conservação e motivar os esforços de conservação que beneficiam muitas outras espécies. Sendo um predador de topo de cadeia, o puma é uma espécie-chave para o equilíbrio dos ecossistemas e sendo ainda raras as pesquisas sobre a espécie no Brasil, com o monitoramento via satélite serão obtidos dados importantes que irão preencher uma grande lacuna existente no conhecimento da ecologia da espécie na região. A identificação dos hábitats preferenciais e dos corredores de dispersão poderão subsidiar o planejamento ambiental regional, a partir da definição de áreas prioritárias para a proposição de um corredor ecológico e de um mosaico de áreas protegidas, visando garantir sua sobrevivência a longo prazo.
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Efeitos do fogo sobre a abundância e diversidade de vertebrados do Parque Nacional da Serra da Canastra
Coordenador do Projeto: Christian Niel Berlinck - christian.berlinck@icmbio.gov.br
Unidade responsável pelo desenvolvimento do projeto: CENAP
O aumento da intensidade das atividades antrópicas tem gerado significativos impactos sobre o meio ambiente. O aumento do número dos focos de calor e o aumento da ocorrência de grandes incêndios denunciam o agravamento das mudanças climáticas. Nesse contexto, o aumento da ocorrência e da intensidade de grandes incêndios está sendo responsável pela degradação de ecossistemas e espécies. É urgente frear e minimizar esses impactos para preservar os ecossistemas. Entretanto, os estudos voltados para entender os impactos do fogo ainda são muito incipientes, especialmente estudos relacionados a fogo e fauna. Nesse contexto, o presente estudo visa entender como a passagem do fogo - incêndio ou queima prescrita - pode impactar diferentes grupos de animais vertebrados. Para isso, foram realizados levantamentos pelo método de distância (Distance sampling), bem como levantamento de registros fotográficos através de ciência cidadã. Não foram obtidos transectos suficientes para a análise do Distance sampling. O levantamento de imagens apontou que os répteis estão sendo os mais afetados pela passagem do fogo, especialmente na Amazônia. Mas quando os efeitos são indiretos esse cenário muda, pois as aves passam a ser o grupo mais afetado, especialmente no Cerrado. Ambos os resultados independem do tipo de fogo, queima prescrita ou incêndio florestal.
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Impactos do uso religioso na REBIO do Tinguá
Coordenador do Projeto: Gisele Silva de Medeiros / gisele.medeiros@icmbio.gov.br
Unidade responsável pelo desenvolvimento do projeto: NGI Serra Fluminense / REBIO Tinguá
A Reserva Biológica do Tinguá está localizada na região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, entre a Região Serrana e a Baixada Fluminense. Abrange aproximadamente 25 mil hectares, nos municípios de Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Petrópolis e Miguel Pereira. É um dos maiores fragmentos de Mata Atlântica contínua e preservada do país e tem como seu atributo especialmente protegidos os mananciais de água que abastecem parte da Baixada Fluminense. Uma reserva biológica em normas gerais não permite a visitação a qualquer título e as atividades humanas devem ser limitadas à pesquisa, ao monitoramento e à fiscalização, exercidas somente em casos especiais (SNUC, 2000). Desta forma, o objetivo deste trabalho foi compreender o conflito ambiental decorrente do uso religioso na Reserva Biológica do Tinguá e pontuar os impactos socioambientais decorrentes dessa prática. Neste contexto, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio no ano de 2021 se debruçou nesse conflito com foco nas duas áreas com maior trânsito para uso religioso, Boa Esperança e Pico do Tinguá. O mapeamento das áreas conflituosas, aplicação de questionários semiestruturados, sensibilização, conscientização, reconhecimento e monitoramento foram as estratégias de gestão utilizadas para demonstrar a importância da proteção da REBIO do Tinguá que tem como premissa a manutenção de áreas prístinas dos ambientes, ou seja, livres ou com baixo impacto de atividades humanas e indicação de possíveis áreas contíguas ou no entorno onde o trânsito de pessoas para prática religiosa possa ser compatibilizado e legitimado pelo Poder Público.
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Monitoramento de javalis em unidades de conservação: ferramenta para guiar esforços de manejo
Coordenador do Projeto: Lilian Bonjorne de Almeida, lilian.almeida@icmbio.gov.br
Unidade responsável pelo desenvolvimento do projeto: CENAP
O javali da Eurásia (Sus scrofa) é atualmente considerado como uma das 100 espécies com maior potencial invasor do planeta. Depois do ser humano, esta é a espécie de mamífero de grande porte com maior distribuição ao redor do mundo, sendo encontrado em todos os continentes, exceto na Antártica. Em muitos casos, a distribuição da espécie tem sido expandida pela própria ação humana. No Brasil é especialmente o javaporco, híbrido do javali (Sus scrofa scrofa) e do porco-doméstico (Sus scrofa domesticus), que tem aumentado sua área de distribuição. As primeiras ocorrências do javali no Brasil foram reportadas no Rio Grande do Sul, próximo à fronteira com o Uruguai, em 1989. A partir dos anos 2000 novas introduções foram realizadas acidental ou deliberadamente por criadores da espécie em diversas regiões, facilitando a expansão de sua distribuição pelo país. O javaporco ou javali podem ocasionar uma série de prejuízos à agropecuária (causando danos a culturas agrícolas, ataques a animais de criação, como cordeiros, aves e cães), à saude (transmitindo doenças a animais e humanos) e à biodiversidade (causando, por exemplo, danos à vegetação natural e a alteração de processos ecológicos). Muitas unidades de conservação brasileiras já possuem populações estabelecidas de javaporco ou javalis em seu interior, especialmente nas regiões sul e sudeste. Considerando o potencial de impactos desta espécie para a biodiversidade local, é importante avaliar a extensão da ocupação pelo javaporco nas unidades de conservação, assim como sua tendência populacional. Desta forma, este projeto teve o objetivo de identificar as áreas ocupadas e a tendência populacional do javaporco na Floresta Nacional de Ipanema, de forma a contribuir para a gestão da unidade de conservação (UC) no que concerne ao manejo desta espécie exótica invasora. Na Floresta Nacional de Ipanema houve coleta de dados em quatro amostragens: de dezembro de 2019 a março de 2020, de janeiro a abril de 2022, de dezembro de 2022 a fevereiro de 2023 e a partir de dezembro de 2023 (amostragem em curso até fevereiro/março de 2024). Na primeira amostragem, em 2019/2020, os 18 pontos amostrados mostraram que a quantidade de pontos amostrais era baixa para a estimativa da área ocupada pelo javaporco de forma adequada (intervalos de confiança muito próximos de 0 a 1). Com isso, a partir de 2022, aumentaram-se os pontos amostrais para 35, de forma que foi possível obter uma estimativa de ocupação adequada para o javaporco na Floresta Nacional de Ipanema. Até o momento, a área ocupada pelo javaporco na UC permanece estável, mas isso pode se dever ao intervalo de menos de um ano entre as amostragens com esforço amostral adequado para as análises. Com as novas análises que serão realizadas em 2024, será possível completar 2 anos entre as amostragens para checar se houve alguma mudança em relação à área ocupada na UC. Além disso, a partir das amostragens de 2022/2023 e 2023/2024 será realizada uma tentativa de estimativa da população de javaporco usando método proposto para espécies não marcadas. O alto número de detecções de javalis na Floresta Nacional de Ipanema (a espécie foi a segunda com maior número de detecções independentes, aquelas com intervalo maior que 60 minutos, N=51, só estando atrás de Didelphis aurita, com N=71) chama bastante atenção considerando que o javaporco é uma espécie exótica invasora que antes de 2015 ainda nem tinha registro oficial na UC. Desta forma, considerando o potencial de impacto do javaporco tanto nos ambientes como sobre as espécies nativas, a condução do manejo e monitoramento da espécie se mostra como essencial para a redução da ocorrência da espécie na UC.
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Participação comunitária no monitoramento da biodiversidade - avanços e desafios
Coordenador do Projeto: Erika Ikemoto - erika.ikemoto@icmbio.gov.br
Unidade responsável pelo desenvolvimento do projeto: CNPT / Base avançada SC
O I Intercâmbio Comunitário compõe o projeto ‘Integra Pesca Artesanal Sul – Comunidades Costeiras e Unidades de Conservação (UC)’, coordenado pela Comissão Nacional para o Fortalecimento das Reservas Extrativistas e Povos Extrativistas Costeiros e Marinhos (CONFREM) e pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Sociobiodiversidade Associada a Povos e Comunidades Tradicionais (CNPT) do ICMBio, no âmbito do Projeto GEF Mar. Ele foi realizado entre os dias 17 a 23 de setembro de 2023, em caráter itinerante, passando por localidades com interface com UC marinho-costeiras. As vivências foram lideradas pelas lideranças comunitárias locais, com o apoio do CNPT e gestores de cada UC, e abordaram o histórico de organização e participação social de cada maretório e território.
Em Florianópolis e Imbituba/SC, dialogamos sobre a tradicionalidade da pesca e os modos de vida locais, a gestão participativa nas UC municipais, os desafios frente à especulação imobiliária e ao turismo de massa, as limitações de acesso aos locais de pesca por empreendimentos locais, e à iniciativa do rancho de pesca “humanizado”. Em Guaraqueçaba/PR, conversamos sobre o conflito com as UCs sobrepostas ao territórios pesqueiros tradicionais, e a importância de documentos de luta como o protocolo de consulta e o termo de compromisso da pesca do cerco-fixo. Em Cananéia/SP, consolidamos discussões iniciadas nos dias anteriores, além de explorar sobre iniciativas de turismo comunitário e agregação de valor à produção pesqueira
As atividades integraram mais de 80 pessoas, ao incluir pescadores/as artesanais e outros atores sociais (gestores, consultores e bolsistas, outros integrantes do SISNAMA, conselheiros e parceiros das UC) de cada localidade visitada. A iniciativa foi fundamental para a troca de experiências e o compartilhamento de saberes locais, tradicionais, técnicos e científicos, contribuindo para a construção coletiva do conhecimento, a formação política dos participantes e o delineamento de estratégias conjuntas.
Entre os encaminhamentos do intercâmbio, destacamos a demanda e oportunidade para continuidade de ações de pesquisa participativa sobre a identidade coletiva da pesca artesanal e sobre as especificidades das práticas pesqueiras em cada maretório e território. Essas ações subsidiariam outras demandas, como a revisão de normativas relacionadas à definição do segmento da pesca artesanal, à lista de espécies ameaçadas e à restrição à utilização de determinados petrechos de pesca. Foram demandadas também novas atividades de capacitação e intercâmbios, bem como propostas ações específicas de fortalecimento da identidade pesqueira artesanal (organização social, direitos de povos tradicionais, integração de mulheres pescadoras, formação de novas lideranças e valorização sociocultural), estímulo ao beneficiamento e novas possibilidades de comercialização do pescado e participação mais ativa de comunitários na gestão ambiental pública.
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Percepção ambiental de algumas comunidades das UCs da Ararinha Azul sobre a reintrodução de uma espécie ameaçada, Curaçá/BA
Coordenador do Projeto: IRIS RIANNE SANTANA ALVES
Unidade responsável pelo desenvolvimento do projeto: APA e REVIS Ararinha Azul
Este projeto de pesquisa buscou compreender como os moradores se percebem inseridos nesse processo e nas pautas que tratam o tema “reintrodução da ararinha-azul”? O que eles esperam do projeto? Durante o levantamento da percepção dos moradores das UCs foi utilizada a técnica denominada de “árvores dos sonhos”, através da qual os participantes deveriam indicar o “qual o seu sonho para as ararinhas e o projeto de soltura num prazo de 01 ano” e “como podemos alcançar este sonho?” Esses sonhos foram guardados em uma caixa denominada “Caixa dos sonhos” para consultas futuras, após a segunda soltura. Assim as ações indicadas serão revisitadas e reavaliadas, indicando se foram suficientes e quais adequações e sugestões podem ser inseridas para efetivo sucesso do projeto de soltura. De maneira geral eles indicaram como sonhos/expectativas uma reintrodução bem sucedida, maior e continuo envolvimento comunitário para o sucesso do projeto e mais medidas de proteção para a espécie ameaçada.
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Pesquisa e manejo do turismo interativo com cavalos-marinhos (Hippocampus reidi) no litoral nordeste brasileiro
Coordenador do Projeto: Marcelo Derzi Vidal marcelo.vidal@icmbio.gov.br
Unidade responsável pelo desenvolvimento do projeto: CNPT
O projeto analisa o turismo interativo com cavalos-marinhos (Hippocampus readi), atividade baseada na captura e contenção temporária de indivíduos em ambiente natural, desenvolvido em áreas de manguezal do Parque Nacional de Jericoacoara e da Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba. Resultados indicam a importância desta atividade na geração de renda de moradores do interior e/ou entorno destas Unidades de Conservação, mas também explicitam impactos negativos sobre o bem-estar dos cavalos-marinhos e sobre os parâmetros populacionais da espécie nas áreas onde a atividade turística se desenvolve. O estudo em andamento contribui para o melhor conhecimento do uso do ambiente por H. reidi e dos impactos negativos do turismo sobre a espécie, classificada como “Vulnerável” na Lista Brasileira de Espécies Ameaçadas de Extinção e inserida no Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Ambientes Coralíneos, subsidiando o desenvolvimento de estratégias voltadas para minimizar estes impactos e aumentar os benefícios do turismo com esta espécie.
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Placas de assentamento como ferramentas de detecção precoce de espécies exóticas invasoras em um banco de recifes costeiros e substratos artificiais na APA Costa dos Corais
Coordenador do Projeto: Eduardo Machado de Almeida - eduardo.almeida@icmbio.gov.br
Unidade responsável pelo desenvolvimento do projeto: Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais (APACC)
Um dos principais objetivos de criação da Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais (APACC) é: “I - garantir a conservação dos recifes coralígenos e de arenito, com sua fauna e flora”. Dessa forma, considerando que as espécies exóticas invasoras (EEI), em especial o coral-sol (Tubastraea spp.) estão entre as principais causas de alteração nos ecossistemas marinhos costeiros e são frequentemente associadas a comunidades bentônicas sésseis, especialmente em estruturas artificiais, como marinas e portos. Assim, o monitoramento dessas comunidades é uma importante ferramenta para avaliar a introdução e disseminação do coral-sol na UC. Importante citar o risco de invasão em cascata (invasional meltdown), processo pelo qual o impacto causado por uma espécie invasora proporciona o sucesso de outras (Von Holle, 2011), resultando numa amplificação dos seus impactos. O coral-sol é o principal organismo séssil que oferece risco aos recifes de corais da costa do Nordeste suas características biológicas potencializam seu sucesso como bioinvasora, competindo com as espécies nativas e alterando o ambiente marinho. Assim se faz necessário estabelecer ações e medidas para prevenir a introdução e a dispersão do coral-sol em áreas não afetadas, além de promover a sua detecção precoce e resposta rápida em áreas prioritárias, conforme preconizado GUIA DE ORIENTAÇÃO PARA O MANEJO DE ESPÉCIES EXÓTICAS INVASORAS EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO FEDERAIS (ICMBio, 2019).
Até o momento os principais locais de ocorrência dessa EEI se deram em ambientes artificiais e costões rochosos próximos aos ambientes artificiais, exceção na Baía de Todos os Santos, que vem sofrendo impactos negativos com essa invasão.
Dessa forma, a fim de estabelecer uma técnica para detecção precoce e resposta rápida da bioinvasão, inicialmente foi feito um projeto piloto com placas de assentamento confeccionadas artesanalmente com chapas galvanizadas, desenhada de forma que permitisse a remoção parcial. Posteriormente foi optada pela utilização de um uma estrutura de concreto e barro queimado, devido ao baixo custo e pela efetividade de assentamento em comparação as chapas galvanizadas.
A seguir, considerando o disposto na literatura, forma instaladas, em 4 sítios de análise distintos, localizados nos limites norte e sul da APACC em ambientes rasos (cerca de 5 metros) e profundos (cerca de 25 metros), 14 conjuntos de tijolos em cada sítio.
Anualmente a equipe visita cada um desses sítios e retira parte dos tijolos para identificar como está se dando a colonização e se há registro de bioinvasão.
Até o momento não se identificou a presença de coral-sol ou outra EII e foi verificada a predominância de assentamento das placas foi formado por Extrato de Algas Marinhas (EAM), foi observado também incrustação de espécies de corais e esponjas nas placas.
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ESTRUTURA FUNCIONAL DA ICTIOFAUNA NOS RIACHOS DO PARQUE NACIONAL DA TIJUCA
Coordenador do Projeto: leonard.schumm@icmbio.gov.br
Unidade responsável pelo desenvolvimento do projeto: PARNA Tijuca
O Parque Nacional da Tijuca (PNT) é uma Unidade de Conservação (UC) formada por fragmentos isolados do bioma Mata Atlântica, cercados pela matriz urbana da Cidade do Rio de Janeiro. Pouco se sabe sobre a composição da comunidade aquática dos riachos do PNT. Assim, este projeto, em paralelo com o levantamento detalhado da fauna aquática do PNT, que incluiu peixes e crustáceos, visa caracterizar a estrutura funcional da ictiofauna desses riachos, compreender as respostas ecológicas causadas por diferentes fatores históricos e impactos antrópicos atuais, e analisar as interações entre essas espécies e suas distribuições. Os dados das medidas ecomorfológicas nos permitirão observar possíveis diferenças na estrutura funcional da ictiofauna entre os diferentes riachos do PNT, relacionadas ao grau de preservação do riacho e seu redor, a partir de uma nota gerada por uma avaliação de riachos para Mata Atlântica. Dentro do espaço funcional formado a partir dos atributos funcionais medidos, é possível observar que as espécies de maior semelhança funcional são as espécies de maior semelhança morfológica: Gymnnotus pantherinus (Gymnotidae) e Synbranchus marmoratus (Synbranchidae), de corpos alongados, e as espécies da família Poeciliidae Poecilia reticulata, Xiphophorus sp. e Phalloceros spp. O setor Floresta apresenta maior riqueza funcional comparada ao setor Serra da Carioca. Floresta possui exclusivamente apenas o siluriforme N. microps. Porém, esta espécie contribui mais que qualquer outra para a diversidade funcional dos riachos. Isso torna a conservação do hábitat dessa espécie ainda mais importante, visto que, com a perda de uma espécie, temos uma grande perda de diversidade, o que pode resultar em perdas de funções ecossistêmicas do ambiente.
Palavras chave: diversidade funcional, ictiofauna, atributo funcional, conservação
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Estudo de capacidade ambiental do Distrito de Caraíva, interior do Parque Nacional Histórico do Monte Pascoal.
Coordenador do Projeto: Raiane de Melo Viana, raiane.viana@icmbio.gov.br
Unidade responsável pelo desenvolvimento do projeto: Parque Nacional e Histórico do Monte Pascoal
O estudo de capacidade ambiental do Distrito de Caraíva, interior do Parque Nacional Histórico do Monte Pascoal realizou importantes ações do setor litorâneo da Unidade, dentre as quais, um censo sobre a ocupação do solo de Caraíva, e sobre o perfil dos seus moradores; o levantamento da situação dos veículos e condutores terrestres de visitantes, que subsidiou a elaboração do edital de credenciamento desse serviço; o levantamento de espécies vegetais do Parque, especialmente nas áreas de restingas e mussunungas, ainda pouco estudadas, ocasião em que foi encontrada uma espécie de cacto endêmica e Vulnerável. O recurso desse projeto pôde ser bem aplicado e bem direcionado para importantes desafios da gestão da Unidade, em importantes agendas, como uso público, gestão socioambiental, conservação da biodiversidade, além de permitir mais presença institucional da equipe gestora em campo e fortalecer a relação comunitária em um território integralmente sobreposto à áreas com populações tradicionais, indígenas e extrativistas. Este projeto permitiu também evidenciar a relevância do território e dos atributos protegidos no Parque Nacional e Histórico do Monte Pascoal.
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Percepção ambiental de algumas comunidades das UCs da Ararinha Azul sobre a reintrodução de uma espécie ameaçada, Curaçá/BA