Projetos Apoiados em 2010
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Aspectos da biologia e distribuição de espécies endêmicas, raras ou ameaçadas na região do Parque Nacional da Chapada Diamantina
Ano: 2010
Resumo: O projeto de que trata este relatório abordou aspectos da estrutura populacional de cinco espécies nativas da Chapada Diamantina. Deve-se destacar os seguintes resultados:
1 – Para Mauritia flexuosa (buriti), foi possível verificar que, das sete populações examinadas, apenas duas tiveram recrutamento de novas plantas no período. Simulações feitas mostram que somente três delas devem persistir por mais de 200 anos, mas apenas se for possível evitar a ocorrência de incêndios nas área de ocorrência destas palmeiras. Caso contrário, somente uma das populações persistirá.
2 – Para Syagrus harleyi (coco de vaqueiro), uma palmeira endêmica, as populações amostradas não apresentam riscos imediatos de extinção. A espécie é muito comum e tem potencial ornamental, que deve ser explorado em outro projeto.
3 – Ipomoea sp nov, uma planta endêmica ainda não descrita para ciência e conhecida na região por batata-da-serra, é uma espécie ameaçada de extinção pela coleta. A única população bem estruturada encontrada fica dentro de um parque municipal, onde não é coletada. Guias locais, no entanto, relatam que esta planta pode ser manejada, de forma a permitir dar uma fonte de renda para a população, pois seus tubérculos são comestíveis e muito apreciados.
4 – Thelyschista guillanyi é uma espécie de orquídea endêmica da Chapada Diamantina, de flores esbranquiçadas pouco chamativas, mas que está ameaçada de extinção. A pesquisa conseguiu apurar apenas dados preliminares, que devem ser refinados, mas foi possível determinar que pode-se identificar a planta a partir das suas folhas, o que facilitará as próximas etapas do projeto
5 – Adamantinia miltonioides é uma espécie de orquídea restrita ao PNCD, da qual se conhecem menos de 100 individuos. A planta tem habitates muito reduzidos e é bastante incomum. No entanto, produz muitas sementes e isto será usado para multiplicar a planta junto a parceiros, tanto de instituições públicas como privadas.Responsável pelo Projeto Unidade Cezar Neubert Gonçalves
cccazevedo.goncalves@gmail.comParque Nacional da Chapada Diamantina -
Distribuição e abundância de espécies da herpetofauna: subsídios para o monitoramento da biodiversidade
Ano: 2010
Resumo: O Parque Nacional Nascentes do Lago Jari- PNNJ foi criado pelo Decreto Presidencial s/n° de 08 de maio de 2008, com uma área de 812.141 ha no interflúvio Purus- Madeira, que é considerado de alta prioridade para conservação (Portaria MMA n.9 de 23/01/2007). Além de objetivar preservar esta importante amostra de ecossistema, visa também deter os impactos negativos na biodiversidade que possam a vir ocorrer com a repavimentação da rodovia BR-319, que faz sua divisa na face leste. Em suas outras faces a unidade faz divisa com Unidades de Conservação federais, estaduais, terras indígenas e projetos de assentamento do INCRA. No seu limite sudoeste faz divisa com o Projeto de Desenvolvimento Sustentável Samaúma (PDS Samaúma/ INCRA), e possui uma área sobreposta a este, de aproximadamente 2.400 (dois mil e quatrocentos) hectares de extensão.
Apesar do conhecimento da alta relevância biológica desta área e dos possíveis impactos negativos a que futuramente estará sujeita, esta ainda apresenta uma lacuna no conhecimento de espécies. Historicamente os anfíbios e répteis apresentam-se, entre os grupos zoológicos, com maiores defasagens de estudos ecológicos e de história natural. Ao mesmo tempo, são importantes indicadores da qualidade do ambiente.
Esse estudo tem o objetivo de ser o passo inicial para o monitoramento da área contígua ao assentamento PDS Samaúma. Uma primeira etapa foi realizada em agosto 2010, na estação seca, e a outra etapa será realizada na estação cheia, possivelmente em abril de 2011.
Na expedição realizada, foram encontradas na bacia do igarapé Jacinto 57 espécies, sendo 26 anuras, 15 lagartos, 12 serpentes, dois jacarés e duas tartarugas. As amostragens foram feitas nos diferentes ambientes que constituem a paisagem, igarapés, igapós e em trilhas na terra firme, próximos a ocupação humana e distantes.
Os dados coletados de riqueza, abundância e distribuição de espécies é o marco zero para visualização de possíveis influências que o Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Samaúma, do INCRA, irá causar na biodiversidade do Parque, podendo ser tomadas decisões e ações a partir do monitoramento dessas espécies.Responsável pelo Projeto Unidade Luiz Henrique Condrati
luiz.condrati@icmbio.gov.brParque Nacional Nascentes do Lago Jari -
Estudo de fenologia reprodutiva e instalação de Área de Coleta de Sementes
Ano: 2010
Resumo: No ano de 2008 iniciou-se a instalação de uma Área de Coleta de Sementes Florestais Nativas na Flona de Ibirama-SC, com objetivo de ter uma área para coletar sementes de espécies florestais da Mata Atlântica do Sul do Brasil. A área foi demarcada e foram plaqueteadas 952 árvores em cinco parcelas dispostas em faixas.
Posteriormente foi realizado o levantamento inicial das árvores marcadas. Devido à ausência de um técnico especializado em identificação vegetal, parte das árvores não teve a espécie definida, ou permaneceram dúvidas quanto à correta determinação da espécie.
O projeto foi desenvolvido visando realizar um estudo de fenologia reprodutiva das espécies encontradas na área demarcada, objetivando determinar qual a melhor época para a coleta das sementes florestais, realizar a substituição das placas afixadas em 2008 e a identificação dos indivíduos sem esta informação ou estando esta incompleta. As atividades de pesquisa e trabalhos de campo foram desenvolvidos durante todo o ano de 2010, com os levantamentos de fenologia reprodutiva sendo realizados em intervalos quinzenais. Acompanhou-se eventos de fenologia reprodutiva de 56 espécies florestais nativas da Mata Atlântica, dentre elas Euterpe edulis (palmito-jussara), Ocotea catharinensis (canela-preta), Ocotea odorifera (sassafrás), que se encontram na Lista das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção e outras espécies de importância como Aspidosperma parvifolium (peroba), Copaifera trapezifolia (pau-óleo), Nectandra lanceolata (canela-amarela), Cabralea canjerana (cangerana) e Cedrela fissilis (cedro) também foram abrangidas pelo projeto. Foi verificada a ocorrência dos eventos floração, desenvolvimento dos frutos e maturação e dispersão das sementes. Das espécies estudadas somente três não apresentaram nenhum evento fenológico reprodutivo, parte apresentou ciclo reprodutivo completo e parte incompleto, remetendo à necessidade da realização de estudos complementares visando abranger as lacunas encontradas. Também foram verificados diversos padrões de fenologia reprodutiva como espécies com ciclo curto anual, variando em média de três a sete meses; espécies que apresentam ciclo longo anual, com mais de sete meses entre a floração e dispersão das sementes; espécies que apresentam floração, frutificação e maturação dos frutos em mais de um período no decorrer do ano; espécies com floração bem definida, mas que se confunde com as fases de desenvolvimento dos frutos, maturação e dispersão dos mesmos, e espécies que apresentam ciclo que ultrapassa o ano, apresentando flores, frutos em desenvolvimento ou em
maturação do período anterior. Diversas espécies também indicaram sofrerem o efeito do fenômeno sazonalidade, ou seja, a produção de flores, frutos e sementes em anos alternados.
Na segunda etapa de execução do projeto cerca de 200 árvores foram identificadas a campo ou mediante a coleta de material e envio a herbário visando certificar a identificação. Esta atividade contou com a colaboração de um técnico especializado em identificação botânica, contratado com recursos do projeto. Foi verificada a ocorrência de 35 novas espécies para a área do estudo, ampliando o total para 74 espécies. Estudos de fenologia reprodutiva devem ser executados também abrangendo as novas espécies só agora registradas para a área da pesquisa. O objetivo do projeto é implantar efetivamente a Área de Coleta de Sementes Florestais Nativas na Flona de Ibirama, visando ampliar o fornecimento de sementes florestais para produção de mudas e a realização pesquisa científica, cumprindo assim com os objetivos de criação da Unidade de Conservação.Responsável pelo projeto Unidade Flávio Zanchetti
flavio.zanchetti@icmbio.gov.brFloresta Nacional de Ibirama -
Gestão da biodiversidade da ictiofauna pantaneira
Ano: 2010
Resumo: Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais (Cepta) retornaram da 2a expedição ao Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense, unidade de conservação gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no Mato Grosso. Nela, o grupo de pesquisadores especialistas em comunidade parasitária analisou 65 espécimes de peixes, componentes de 18 espécies.
Do total de peixes analisados, 57,6% estavam parasitados por pelo menos uma espécie de parasito. Entre elas o grupo de pesquisadores analisou o jaú, Zungaro jahu, presente na lista de espécies ameaçadas de extinção. Entre as espécies estavam o pintado (Pseudoplatystoma corruscans), a cachara (Pseudoplatystoma reticulatum), o dourado (Salminus brasiliensis), três espécies de piranha (Pygocentrus nattereri, Serrasalmus marginatus e S. maculatus), a sardinha (Triportheus nematurus) e a corvina (Plagioscion squamosissimus), entre outros. Todo o contexto que leva peixes a estarem com parasitos pode interferir na dinâmica de populações e influenciar na estrutura das comunidades, exercendo importante papel na seleção natural, o que pode levar a extinção ou não de espécies.
“Os parasitos podem ser um interessante indicador de mudanças na estrutura e função do ecossistema, como estresse ambiental, interação trófica, hipótese evolucionária e condições climáticas”, explica o analista ambiental e pesquisador que integrou a equipe na expedição, Leonardo Milano. O estudo do parasitismo normalmente chama atenção pela patologia e a doença causada ao hospedeiro. A equipe acredita que os resultados obtidos nesta expedição, somada a outras anteriores, fecham gradativamente lacunas de conhecimento acerca da parasitologia de peixes no Pantanal. Essas informações servirão também para desenvolver um instrumento de monitoramento da qualidade ambiental dos ecossistemas aquáticos do Parque Nacional do Pantanal Matogrossense, por meio da estrutura da comunidade de peixes e da adequação do Índice de Integridade Biótica. Para isto, foram feitas coletas de peixes em 13 pontos, que representam diferentes estratos da paisagem pantaneira: rios, baías e corixos. Os resultados estão sendo processados em parceria com o Laboratório de Biologia e Genética de Peixes da UNESP (campus Botucatu).
A 2ª expedição fez parte das ações do projeto “Gestão da Biodiversidade da Iictiofauna Pantaneira: subsídios para monitoramento de UCs por meio de indicadores” e foi coordenada pelos analistas ambientais do Cepta, Carla Natacha Polaz e Paulo Sérgio Ceccarelli e pelo chefe do Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense, José Augusto Ferraz de Lima. Os trabalhos começaram em 2009 e o projeto foi aprovado para o quadriênio 2009-2012.
Participaram da expedição os pesquisadores do CEPTA/ICMBio Carla Natacha Polaz, Luis Alberto Gaspar e Leonardo Milano, a pesquisadora doutora da Universidade de Taubaté (Unitau), Sonia Maria Cursino dos Santos, o pesquisador doutor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Edson Aparecido Adriano, pesquisadora mestre da Unversidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) Patrícia Barizon Cepeda, os pós-graduando Bruno Melo e Ricardo Britzke da Universidade Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP Botucatu) e equipe de apoio formada por Ricardo Afonso Torres de Oliveira, Benedito Aparecido Correia, Jairo Aparecido de Oliveira, Noel Donizeti Martins e Roberto Zólio.
Espera-se com os resultados deste trabalho possam dar respaldo para adoção de políticas públicas para proteção e conservação da biodiversidade presente no Pantanal. Outra expectativa é de que tais estudos possam servir como ferramenta para a gestão e o monitoramento continuado da biodiversidade pantaneira, considerando que levantamentos sobre a biodiversidade parasitária, diversidade genética e estrutura de populações de peixes subsidiam o desenvolvimento de indicadores de qualidade ambiental.Responsável pelo Projeto Unidade Paulo Sergio Ceccarelli
paulo.ceccarelli@icmbio.gov.brCEPTA -
Impacto demográfico sobre primatas em UC por febre amarela
Ano: 2010
Resumo: A Febre Amarela (FA) já foi citada como um dos fatores, dentre outros, como a caça e a degradação de hábitat, que promove a redução de densidade e de tamanho dos grupos de primatas em especial do gênero Alouatta (bugios e guaribas). A ausência ou as reduzidas densidades de bugios no planalto médio gaúcho já foi especulada como produto de surtos históricos de FA.
Considerando que as espécies de primatas no Rio Grande do Sul, como no resto do Brasil, já estão sujeitas a diversas interferências antrópicas negativas, que reduzem e isolam populações, a ocorrência de epizootias letais pode ser determinante para a extinção de populações locais e até mesmo de espécies. No verão de 2008/2009, um surto se abateu sobre o centro-sul do Brasil, com maior intensidade nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. Neste Estado, a Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) de FA teve início em novembro de 2008, sendo confirmados 19 casos em humanos em sete meses (BRASIL, 2009a, www.saude.rs.gov.br). Em São Paulo, a ESPIN de FA teve início em março de 2009, registrando até abril, 22 casos humanos confirmados (BRASIL, 2009b). Nestas duas Unidades Federativas, entre setembro de 2008 a abril de 2009 também foram notificados casos de mortes e suspeitas de epizootias por FA em primatas do gênero Alouatta. Estima-se que pelo menos 83 primatas morreram em 26 municípios de São Paulo. No Rio Grande do Sul registrou-se a morte de mais de 1.600 primatas em 117 municípios. O número real de animais mortos pode ser muito maior, tanto pela manifestação do surto quanto pelas mortes provocadas por populares receosos de contágio. Resumo completo.Responsável pelo Projeto Unidade Marcos de Souza Fialho
msfialho@yahoo.com.brCPB -
Inventário de mamíferos de médio e grande porte
Ano: 2010
Resumo: Este projeto tem por objetivo fazer um inventário das espécies de mamíferos de médio e grande porte no Parque Nacional da Serra dos Órgãos utilizando armadilhas fotográficas, para saber quais espécies ocorrem no parque e em que localidades. Em especial, espera-se confirmar a ocorrência de três espécies consideradas localmente extintas: a onça-pintada, a anta e o queixada. Até o momento, foram realizados três meses de amostragem em quatro trilhas do parque, num total de 1.354 dias-armadilha. Entre os resultados preliminares, destaca-se a presença da onça-parda em grande número de fotos, o que indica que esta espécie vem conseguindo se manter na área do parque, apesar da diminuição de habitat causada pelo desmatamento no entorno do parque e da caça ilegal, especialmente de suas presas, como cutias, pacas e porcos do mato. Durante o projeto, a equipe mapeou áreas pouco conhecidas do PARNASO. Os resultados indicam ainda a necessidade de ampliar ações de fiscalização contra a caça ilegal.
Responsável pelo Projeto Unidade Cecilia Cronemberger de Faria
cecilia.faria@icmbio.gov.brParque Nacional da Serra dos Órgãos -
Levantamento da ictiofauna e fauna parasitária do Parque Nacional da Serra da Canastra
Ano: 2010
Resumo: O projeto está realizando o inventário da ictiofauna, visando ampliar as informações sobre a biologia das espécies de peixes do PNSC e da Zona de Amortecimento (ZA). Quanto as Ações Gerenciais Gerais Externa propostas no Plano de Manejo, destaca-se a necessidade da elaboração de um programa de levantamento e monitoramento dos viveiros de criação de peixes e da erradicação das espécies de peixes exóticas que estejam sendo criadas na ZA. (MMA/IBAMA, 2005)
Os conflitos de uso do solo que interferem na conservação das espécies da ictiofauna como por exemplo, a introdução de espécies exóticas em cultivo, que estão ocorrendo em virtude de programa de incentivo do PRONAF/PESCA exigem ações de educação ambiental, visando discussão com os atores locais, prevenindo possíveis impactos para a ictiofauna nativa.Com apenas uma única coleta realizada em 2010 foram identificados 207 indivíduos, pertencentes a 2 ordens (Characiforme e Siluriforme), 6 Famílias (Characidae, Crenuchidae, Erythrinidae,Heptapteridae, Trichomycteridae e Loricariidae), 12 gêneros e 19 espécies, sendo um novo gênero de Hypoptopomatinae, e 12 novas espécies de siluriforme, bem como da problemática de introdução de espécie de peixes exóticos parasitados com o copépoda Lernea cyprinacea, implicando em parasitismo das espécies nativas com sérios complicadores podendo até levar a extinção.
Pretende se durante a execução do projeto ter catalogado as espécies de peixes e seus parasitas na PNSC, e implementado um plano de manejo para a conservação destas espécies, bem como na erradicação das espécies exóticas.Responsável pelo Projeto Unidade José Augusto Senhorini
jose.senhorini@icmbio.gov.brCEPTA -
Levantamento e monitoramento de herpetofauna e mastofauna
Ano: 2010
Resumo: O projeto Levantamento e monitoramento da mastofauna e herpetofauna nas áreas de concessão florestal da Floresta Nacional do Jamari abordou aspectos relevantes que antes tanto o ICMBio, quanto o SFB, não haviam chegado a uma definição. Esse aspecto é o monitoramento da biodiversidade nas recentes áreas que passam por concessões florestais.
A partir desse projeto, a coordenação de monitoramento do SFB, a equipe da Floresta Nacional do Jamari e instituições de pesquisa, como o INPA, se reuniram para definir metodologias padronizadas e sistematizadas de monitoramento da biodiversidade já existentes e que fossem respeitadamente reconhecidas. Sendo assim, chegou-se a conclusão de que as áreas de concessão florestais passarão a ter monitoramentos de impactos, e, conseqüentemente, da biodiversidade, por meio da metodologia RAPELD (RAP – inventários rápidos; PELD – Projetos Ecológicos de Longa Duração) aplicada há alguns anos pelo Programa de Pesquisa da Biodiversidade do INPA e já disseminado em alguns biomas brasileiros, principalmente o bioma amazônico.
Posteriormente a essas definições, o SFB e os concessionários florestais serão obrigados a instalar módulos de pesquisa, conforme o método RAPELD nas áreas de manejo florestais. Com isso, a FLONA do Jamari decidiu aderir a esse método nas demais zonas da unidade, como a zona de mineração e zona de conservação, para que os dados levantados nessa pesquisa fossem possíveis de serem comparados e complementados. Essas complementações e comparações também podem ser feitas em um âmbito maior que o da Unidade, podem ser feitas com outros módulos ou grades de pesquisa que utilizam o método RAPELD em outras localidades, tendo uma amplitude não só local, e sim, uma abrangência enorme conforme a distribuição desse método. Além disso, o método RAPELD também sistematiza o banco de dados, fornecendo um banco de biodiversidade mais amplo.
No ano de 2010, a equipe da FLONA se responsabilizou a implantar um módulo de pesquisa na zona de conservação, este fato foi concluído no final do ano. Por sua vez, o SFB se responsabilizou que no ano de 2011 implementará os outros módulos de pesquisa nas três áreas de manejo florestal (UMF 1, 2 e 3). Existem negociações com as mineradoras que trabalham na unidade para que outros dois módulos sejam implantados na zona de mineração da FLONA.
Portanto, esse projeto promoverá uma análise de avaliação padronizada e sistematizada dos impactos da concessão florestal. Ao longo do tempo, um monitoramento, com o intuito de analisar a recuperação ambiental dessa exploração madeireira dentro de uma unidade de conservação terá um banco de dados confiável. Além disso, possivelmente se descobrirão bioindicadores que avaliem esse tipo de atividade antrópica, e, como conseqüência, levantará dados sobre a biodiversidade da Amazônia da região, principalmente dados sobre espécies ameaçadas de extinção.Responsável pelo Projeto Unidade André Gustavo Campos de Oliveira
andre.oliveira@icmbio.gov.brFloresta Nacional do Jamari -
Manejo experimental para controle de espécies invasoras
Ano: 2010
Resumo: Com relação ao MLCD, restrito à Mata Atlântica da região sudeste da Bahia e extremo nordeste de Minas Gerais (Raylands et al., 2002), classificado como “Em Perigo” pela IUCN e pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Não constava no planejamento inicial do projeto essa demanda, ela emergiu em 2010 demandada por parte de membros do Comitê Internacional e especialistas após a divulgação de um recente relatório coordenado pelo Instituto Pri-Matas para a Conservação da Biodiversidade, sobre o levantamento da população de micos–leões-da-cara-dourada introduzidos no Parque Estadual da Serra da Tiririca e adjacências, no estado do Rio de Janeiro. Neste relatório é citada a presença de 15 grupos de L. chrysomelas com um total de 107 indivíduos, todos observados na Serra da Tiririca e no Parque Municipal Darcy Ribeiro, evidenciando uma população com potencial para dispersar rapidamente.
Conforme exposto acima, o MLCD é um táxon alóctone no estado do Rio de Janeiro ocupando uma área de distribuição original das populações autóctones de Leontopithecus Rosália(mico-leão-dourado) que ocorrem em alguns remanescentes da Mata Atlântica localizados em áreas restritas da região costeira do estado do Rio de Janeiro e também considerado em perigo de extinção nas listas de espécies ameaçadas da IUCN e brasileira. Segundo o relatório, os MLCD invasores podem ocupar os territórios e expulsar os micos-leões-dourados nativos, através da competição direta e/ou introduzindo doenças que originalmente não existiam na região, alem disso, as espécies poderiam se misturar, dando origem a uma população híbrida que ocuparia os remanescentes da Mata Atlântica e poderia, inclusive, extinguir os micos-leões-dourados na natureza.
É o único caso conhecido no Brasil de uma população alóctone de primata ameaçado de extinção com potencial invasor sobre populações autóctones de outro primata ameaçado de extinção, com o agravante de serem congêneres.Responsável pelo Projeto Unidade Plautino De Oliveira Laroque
plautino.laroque@icmbio.gov.brCPB -
Monitoramento da biodiversidade marinha no sul do Brasil
Ano: 2010
Artigo: Com o objetivo de serem coletadas informações atualizadas sobre a composição de espécies demersais e bentônicas no sul do Brasil, seus níveis de abundâcia e padrões de distribuição, este projeto realizou oito expedições científicas ao litoral catarinense, com o Np Soloncy Moura do CEPSUL. Foram realizadas coletas com rede de arrasto de fundo e armadilhas no talude e plataforma continental de Santa Catarina, incluindo a REBIO Arvoredo e suas adjacências, em profundidades que variaram de 15 a 970 m. Até o presente foram identificadas várias espécies de mamíferos, aves e tartaruga marinhas (avistagens), coletadas cerca de 200 espécies de peixes e mais de 100 espécies de invertebrados, tendo sido registrada a presença de espécies ameaçadas de extinção. Estas informações fornecerão subsídios à gestão das Unidades de Conservação envolvidas, a medida que amplia o conhecimento de sua área e entorno, bem como disponibilizará informações para definição do status de conservação das espécies estudadas, tão utilizado na construção de listas de espécies ameaçadas e planos de ação, ou mesmo para avaliação de estoques de espécies utilizadas como recursos pesqueiros.
Responsável pelo Projeto Unidade Roberta Aguiar dos Santos
roberta.santos@icmbio.gov.brCEPSUL -
Pesquisas genéticas e produtivas para a conservação da Piracanjuba Brycon orbignyanus
Ano: 2010
Resumo: O projeto abordou os aspectos ambientais que levaram a Brycon orbignyanus a constar no “livro Vermelho” da fauna ameaçada de extinção.
Os resultados obtidos indicam que a piracanjuba vem sofrendo drástica diminuição de suas populações devido à perda de seu habitat, ocasionado principalmente por barramento dos rios para construção de usinas hidrelétricas, introdução de espécies exóticas, destruição das matas ciliares, pesca, e que as medidas tomadas para a manutenção e conservação da espécie necessitam de um redirecionamento, priorizando-se a identificação e localização de espécimes selvagens, o conhecimento da variabilidade genética e criação de áreas de proteção (Unidade de Conservação Fluvial), em locais de corredor de migração e reprodução. Um plano de ação para a espécie se torna necessário e urgente, isto beneficiaria não só a piracanjuba, mas para mais 10 espécies em processo de extinção como também servira como medida preventiva para futuras espécies candidatas a figurarem na lista de extinção na Bacia do Prata.
O resultado sobre a variabilidade genética da espécie para uso em reforço de estoque nos proporcionara encaminhar a DIBIO uma minuta de portaria normatizando a soltura de peixes nos rios para fins de reforço de estoque e outros objetivos, bem como um Plano de Ação para a sub Bacia do Rio Invinhema/MS, corredor de migração e área de reprodução não só da piracanjuba, mas de outras espécies migradoras presentes na lista estadual (SMA 2009).Responsável pelo Projeto Unidade José Augusto Senhorini
jose.senhorini@icmbio.gov.brCEPTA -
Primatas em unidades de conservação da Amazônia
Ano: 2010
Resumo: A Amazônia possui cerca de 20% das espécies de primatas do mundo, incluindo 10 ameaçadas de extinção e 14 Deficientes em Dados (DD) para uma correta avaliação do seu estado de conservação. A intenção do presente projeto é dar continuidade a formação de uma rede de trabalho que permita levantar e integrar informações sobre
em UC da Amazônia para subsidiar planos de manejo destas unidades e contribuir com a avaliação do estado de conservação e planos de ação das espécies.
A rede de trabalho vem sendo formada por Analistas Ambientais do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica (CEPAM), responsável pela coordenação executiva do projeto, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB), responsável pela coordenação científica, e de Unidades de Conservação da Amazônia que contam com servidores com formação e/ou experiência em primatologia. Pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e Wildlife Conservation Society (WCS) compõem ainda a rede de parceiros do projeto.
A localização geográfica das UC envolvidas vem permitindo a execução de atividades nos principais interflúvios da Amazônia, contemplando atividades em UC de proteção integral e de uso sustentável, em sua maioria com lacunas significantes de conhecimento a respeito de suas comunidades de primatas, suas flutuações populacionais, e a interface destas com as populações humanas. Até o momento, já foram registradas 24 espécies de primatas, sendo que quatro
destas apresentam status de conservação que justificam maior coleta de informações em campo, sobretudo
relacionadas a atividades e empreendimentos humanos potencialmente impactantes as suas populações.Responsável pelo Projeto Unidade Nome: Marcelo Derzi Vidal
Email: marcelo.derzi.vidal@gmail.comCEPAM -
Sistema de manejo para o Óleo de Carapa Guianensis Aubl. e Copaifera ssp.
Ano: 2010
Resumo: O Projeto “Sistema de Manejo para o Óleo de Carapa guianensis Aubl. (Andiroba) e Copaifera ssp. (copaíba) na Floresta
Nacional do Tapajós” tem por objetivo “Viabilizar um sistema de manejo de óleo de andiroba e copaíba como alternativa para o desenvolvimento de comunidades extrativistas na FLONA DO TAPAJÓS”. Contudo, a proposta para manejo destas espécies terá fundamentação em conhecimentos científicos sobre a autoecologia das espécies, por isto, o projeto pretende avaliar os efeitos da exploração madeireira (Manejo Florestal realizado pela OOMFLONA) sobre a regeneração natural e estrutura das populações destas espécies. Além disto, foram feitas coletas de alíquotas do óleo de copaíba e em parceria com a UFOPA (Universidade Federal do Oeste do Pará) e UNICAMP iremos avaliar a qualidade do óleo coletado, diferenciar as diversas espécies de copaíba existentes e propor uma metodologia adequada para coleta do óleo. Para a espécie Carapa guianensis Aubl iremos a partir da próxima safra (Jan a Jul/2011) estabelecer uma metodologia de coleta de sementes da espécie (O óleo é extraído destas sementes) e avaliar a produção na época da safra. Por fim o projeto pretende propor recomendações para o manejo de populações naturais de andiroba e copaíba.
No ano de 2010 executamos duas expedições, sendo a primeira de 02.08 a 07.08/2010 com o intuito de instalar as parcelas de monitoramento, totalizando 25 conglomerados, um por árvore selecionada, constituídos por quatro parcelas - uma em cada ponto cardeal. Na segunda expedição, realizada de 24/09 a 02/10/2010 instalamos mais 12 conglomerados, totalizando 37 conglomerados (16 no entorno de árvores da espécie Carapa guianensis Aubl e 21 em Copaifera ssp.). Na segunda expedição, todas as parcelas de 5 m x 50 m (1000m² por conglomerado) foram inventariadas. Além disto, coletou-se óleo das árvores da espécie copaíba e em outro momento será coletado o material botânico da árvore para identificação dos diversos tipos de copaíba existentes e se há diferença na qualidade do óleo de determinadas variações da espécie que na forma tradicional de coleta são misturadas.
No ano de 2011, com a aprovação da continuidade do projeto, pretendemos executar mais um levantamento, no final do
primeiro semestre, na área que já foi alvo de atividade madeireira pela COOMFLONA (Exploração da UPA – Unidade de
Produção Anual – Nº 5) para avaliar os efeitos da exploração madeireira sobre as espécies não madeireiras. Ainda no primeiro semestre, executaremos com parceria da EMBRAPA Amazônia Oriental a atividade de coleta de sementes de andiroba para quantificação da produção da espécie. Por fim, pretendemos viabilizar a produção científica com os dados gerados neste projeto de fomento a produção não madeireira, mas que se fundamenta na capacidade produtiva das espécies.Responsável pelo Projeto Unidade Dárlison Fernandes Carvalho de Andrade
darlison.andrade@icmbio.gov.brFloresta Nacional do Tapajós -
Veredas: o uso do fogo pode transformá-las em um grande sertão?
Ano: 2010
Resumo: A ocorrência das veredas condiciona-se ao afloramento do lençol freático, exercendo papel fundamental na manutenção do sistema hidrológico. Dessa forma, as veredas desempenham papel essencial na proteção de nascentes, sendo consideradas áreas de preservação permanente pelo Código Florestal Brasileiro. Além disso, as veredas são ecossistemas únicos no Cerrado, possuindo espécies, interações e processos ecológicos particulares (Tubelis 2009).
As veredas, assim como os campos úmidos associados a elas são áreas úmidas, caracterizadas por solos encharcados e, portanto, são também grandes armazenadores de carbono (Meirelles et al 2006) e estão hoje entre os ecossistemas mais ameaçados. Apesar dessa importância, as Veredas têm sido progressivamente pressionadas em várias localidades do bioma Cerrado pelas atividades agrícolas e pastoris. Uma grande ameaça à conservação de veredas são as queimadas realizadas por atividades antrópicas dentro de Unidades de Conservação. Essa é uma prática bastante comum em Unidades do Norte do Cerrado (Piauí, Maranhão, Tocantins). Uma grande extensão de veredas é normalmente queimada para estimular a rebrota da camada de gramíneas e servir de alimento para o gado ou para abrir roças. Somando-se a essas atividades, na Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins (EESGT) há ainda a exploração do capim dourado associado às veredas, que possui sua floração estimulada pelas queimadas nas veredas.
Dessa forma, a pesquisa em questão buscou testar o efeito das queimadas em veredas sobre a a riqueza de aves, Odonata (libélulas) e anfíbios, selecionando veredas queimadas e não queimadas há pelo menos quatro anos na ESEC Serra Geral do Tocantins. Constatou-se que todas as sete veredas estudadas, independentemente do tratamento, já apresentam conseqüências do impacto do fogo, como assoreamento dos cursos d’água e colapso do solo e margem dos riachos e nascentes. Também registramos a presença da espécie ameaçada Anodorhynchus hyacinthinus (Latham, 1790) (Arara-azul-grande) apenas nas três veredas do tratamento não queimada, sendo que esta espécie poderá ser um provável alvo de monitoramento dentro Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, podendo indicar a qualidade das veredas da Unidade.
Os resultados alcançados ainda são preliminares e a complexidade dos regimes de incêndio sobre as veredas ainda exigem mais estudos para uma melhor tomada de decisão. De qualquer forma, os resultados obtidos representam a primeira pesquisa sobre o impacto do fogo na biodiversidade da ESEC Serra Geral do Tocantins, uma das Unidades que mais pega fogo no país, e auxiliarão nas discussões do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com residentes em relação ao uso do fogo em veredas.Envolvidos Contatos Lara Gomes Côrtes
lara.cortes@icmbio.gov.brEstação Ecológica Serra Geral do Tocantins
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Aspectos da biologia e distribuição de espécies endêmicas, raras ou ameaçadas na região do Parque Nacional da Chapada Diamantina