Notícias
Voluntários mapeiam micos na Flona de Capão Bonito
Mico-leão-preto é espécie endêmica de São Paulo está em perigo de extinção
A Floresta Nacional de Capão Bonito iniciou, neste ano, um projeto de mapeamento permanente dos grupos de mico-leão-preto (
Leontopithecus chrysopygus
). A espécie é endêmica do estado de São Paulo e está em perigo de extinção.
Estudo realizado em 2013 pelo pesquisador da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Lucas Caldano, constatou que a população da Flona é uma das maiores conhecidas da espécie: 35 indivíduos, o que faz da espécie um dos principais alvos de conservação da unidade. No entanto, como esses animais são pequenos e silenciosos, os registros oportunísticos são extremamente raros e o esforço para obter amostras mais significativas é alto.
Por estes motivos, o projeto de mapeamento tem como finalidade facilitar o acesso dos pesquisadores aos grupos conhecidos na área atualmente, respondendo às necessidades de atualização do conhecimento da equipe da UC sobre o estado de conservação da espécie. Dessa forma, espera-se saber melhor quais as possíveis ameaças ao mico e como atuar para dirimi-las.
O projeto é executado em conjunto com o Programa de Voluntariado do ICMBio, já que também é um objetivo despertar e fomentar o interesse pela espécie e sua conservação na região. Para buscar os animais, utiliza-se uma vocalização de longo alcance utilizada por eles para comunicação entre grupos. A gravação foi cedida pelo pesquisador e chefe do Centro de Conservação da Fauna do Zoológico de São Paulo, Cauê Monticelli. Oplayback, nome conhecido desta técnica, é largamente utilizada por ornitólogos e primatólogos.
Apesar da natureza arisca e do comportamento tímido dos micos, as primeiras saídas de campos já localizaram dois grupos. “O esforço foi alto, pois os grupos encontrados estavam em locais distantes, de difícil acesso, e os próprios voluntários chegaram ao melhor esquema de playback e sugeriram a busca nos mesmos locais mapeados pela equipe da UFSCar/Zoo SP/Ipe, portanto a localização dos dois grupos foi uma conquista conjunta”, avalia a analista ambiental e coordenadora da pesquisa, Beatriz Beisiegel.
“Foi gratificante cada resposta do mico. Sendo meu primeiro voluntariado, digo que me deu vontade de fazer mais por aquilo que acredito e defender com força e garra nosso meio ambiente”, afirma a técnica em silvicultura Michele Oliveira. “Foi uma aventura e tanto, uma experiência maravilhosa. Adorei estar em campo e procurando os micos”, exalta o estudante de ciências biológicas, Breno Souza.
Comunicação ICMBio
(61) 20289280