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UCs no Espírito Santo celebram 7 anos de criação
APA Costa das Algas e Refúgio de Vida Silvestre de Santa Cruz aproveitaram a reunião do conselho para, além de comemorar o aniversário, discutir temas relativos à gestão das duas unidades
Sandra Tavares
sandra.tavares@icmbio.gov.br
Brasília (25/08/2017) – A Área de Proteção Ambiental (APA) Costa das Algas e o Refúgio de Vida Silvestre (RVS) de Santa Cruz, unidades de conservação (UCs) geridas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no litoral do Espírito Santo, comemoraram sete anos de criação este mês. O marco foi lembrado durante reunião do conselho consultivo das duas unidades, em Aracruz (ES).
O chefe das duas UCs, Roberto Sforza, frisou que, apesar da contenção orçamentária e dos desafios para a gestão de áreas protegidas, o papel dos conselheiros como divulgadores e apoiadores da agenda da conservação tem sido crucial.
“A APA e RVS estão completando sete anos. Não estamos em um cenário inicial, de quando elas acabaram de ser criadas, mas também elas não estão totalmente consolidadas. Existem uma série de perspectivas à frente, a exemplo da possibilidade de aplicação dos recursos de compensação ambiental e do Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta (TTAC) assinado entre governos e a Samarco, em estudos que poderão trazer informações sobre a biodiversidade marinha existente na APA e RVS”, frisou Sforza.
Um dos conselheiros, Luiz Cláudio Ribeiro, resgatou o histórico do processo de criação das duas UCs. “Se contarmos a luta para criá-las, estaríamos celebrando não sete mas cerca de 20 anos. Apesar de todos os desafios, os conselhos não podem desaminar, pois nós temos que cumprir uma parte importante de consolidação dessas UCs” frisou ele.
Um dos pontos elencados pelo conselheiro foi a necessidade, nesse processo de consolidação, de serem definidas as estruturas físicas (sede) das UCs, a geração de conhecimentos na forma de pesquisas, o plano de manejo das unidades a fim de melhor geri-las, além de buscar uma articulação junto a outras intuições públicas.
Roberto informou sobre a formalização do Protocolo de Intenções entre o ICMBio e a Universidade Federal do ES (Ufes), que potencializará a parceria para compartilhamento de espaço, realização de pesquisas e apoio técnico para questões relacionadas à gestão das UCs.
Efeito tóxico na água e sedimento
Logo em seguida a pesquisadora e doutora em Oceanografia Biológica, Tatiana Heid Furley, apresentou os resultados de sua pesquisa intitulada ‘Avaliação de potencial de efeito tóxico existente na água e no sedimento da APA/RVS de Santa Cruz’.
O projeto surgiu da necessidade de ampliar os estudos sobre APA e RVS, em especial quanto ao seu papel como áreas de conservação da biodiversidade, destacando que na prática elas conseguem proteger fisicamente os organismos que estão dentro dos limites preestabelecidos, mas não impede a chegada de baixos níveis de ameaças químicas associadas a qualidade da água e sedimento. Daí a importância de se entender os potenciais impactos que podem vir a ocorrer essas áreas protegidas.
“Dentre os objetivos desse estudo estão avaliar os efeitos do potencial tóxico da água e do sedimento, sendo que este permite apresentar a história da contaminação do local, além de subsidiar a demarcação de áreas realmente limpas e aquelas com potencial de risco, apoiando na definição de ações de gestão”, explicou a pesquisadora Tatiana. Inicialmente, segundo ela, estavam previstas duas coletas, mas foi inserida mais uma visando abarcar os períodos de férias (janeiro), totalizando 15 pontos amostrais.
Resultados
A compilação dos resultados das análises físico-químicas e ecotoxicológicas na água e sedimento permitiram agrupar as áreas amostradas de acordo com o potencial de efeito tóxico verificado. Dentre os aspectos analisados, mereceu destaque a concentração de fósforo verificada nos pontos amostrais, que excedeu os limites do Conama 357/2005 em muitos pontos amostrais, em todas as campanhas.
Do total de 15 pontos amostrais, cinco foram considerados pontos sem potencial de efeito tóxico na água e no sedimento; dois foram considerados pontos com leve sinal de efeito tóxico na água; cinco com leve sinal de efeito tóxico no sedimento; e apenas 3 pontos foram considerados pontos com potencial confirmado de efeito tóxico no sedimento.
Ao final da apresentação, o chefe da APA Costa das Algas, Roberto Sforza, ressaltou que o projeto foi apoiado pela Rede de Cooperação em Estudos, Extensão e Pesquisa sobre Ambientes Costeiros e Marinhos Capixabas (Recepac), sendo que outros três trabalhos foram apoiados por meio da Rede e possuem uma interface com as UCs. “Convidaremos os demais pesquisadores para que apresentem os resultados de suas pesquisas aos Conselhos”, afirmou ele.
A reunião contou com um momento de celebração, na forma de uma confraternização, em comemoração ao aniversário de 10 anos do ICMBio e aos sete anos de criação da APA Costa das Algas e do RVS de Santa Cruz.
Vídeo
Um vídeo contendo depoimentos de conselheiros de unidades de conservação e gestores (como presidente, diretores e coordenadores do ICMBio Sede, em Brasília, e nas unidades descentralizadas) está para sair. A ideia é trazer para a sociedade informações sobre as pessoas que atuam nos conselhos, suas falas e depoimentos sobre como é atuar em uma unidade de conservação como conselheiro(a), bem como de agradecimento a todos os que dedicam esse tempo em prol da conservação da natureza. Roberto destacou que tão logo o link seja disponibilizado para acesso público, que fará divulgação.
A analista ambiental do RVS de Santa Cruz, Lígia Coser, frisou na reunião a frequência de participação nas reuniões do atual mandato, destacando, a título de exemplo, a participação ativa e frequente dos representantes do IEMA – Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do ES. “Precisamos trabalhar para que a frequência seja uma constante, e que as faltas, uma vez ocorridas sejam justificadas” frisou ela aos membros.
Comunicação ICMBio – (61) 2028-9280 – com informações da Ascom do Tamar-ES – (27) 3222-1417