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Sobrevoo revela maior número de baleias no litoral catarinense
"Ivone", identificada em 1999, estava entre os 28 animais avistados
Brasília (24/11/11) – O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e o Projeto Baleia Franca (PBF) acabam de promover o terceiro sobrevoo de monitoramento de baleias francas no litoral catarinense.
Ao todo, foram avistadas 28 baleias francas, sendo 14 pares de mães e seus respectivos filhotes. A maioria (26) estava concentrada nas enseadas das praias da Ribanceira e Ibiraquera, em Imbituba, e Gamboa, em Paulo Lopes. Outro par de mãe e filhote foi observado no Cabo de Santa Marta.
Durante o sobrevoo, uma surpresa: a baleia "Ivone", identificada em 1999, foi avistada novamente entre os animais. É a primeira vez que o projeto registra a presença de uma baleia no litoral do Estado em intervalo de tempo tão longo.
Esse foi o último sobrevoo na temporada de 2011. O trabalho contou com a participação do biólogo Paulo Flores, analista ambiental do CMA/ICMBio e da oceanógrafa Luciana Moreira, analista ambiental da APA da Baleia Franca.
“A técnica de sobrevoo é valida para que se possa fazer a identificação e localização dos animais, permitindo uma melhor compreensão sobre os locais de concentração e tempo de permanência, além de uma análise consistente da dinâmica populacional, fundamental para a conservação da espécie”, afirmou Flores.
TEMPORADA – O fim da temporada das francas em Santa Catarina está se mostrando como um dos melhores dos últimos anos. Os pesquisadores ficaram animados, uma vez que, desde 2002, quando se iniciaram os voos mensais, não havia sido registrado número tão grande de francas no mês de novembro no litoral catarinense.
De acordo com a Diretora de Pesquisa do projeto, Karina Groch, esse dado se explica por dois motivos. “Primeiramente, estamos registrando o maior número de francas durante uma temporada (172), o segundo maior índice em 29 anos de pesquisa. O segundo motivo seria as boas condições físicas das mamães baleias. As francas adultas não se alimentam em Santa Catarina, elas ficam durante toda a temporada em jejum e começam a voltar para a Antártida para poderem comer. Este ano, um número maior de baleias permaneceu por mais tempo alimentando os filhotes”, destaca Karina.
Segundo ela, o número de encalhes ficou abaixo da média. Apenas dois filhotes chegaram à praia sem vida. O único animal que encalhou vivo, em um banco de areia, foi resgatado com sucesso. “Isso revela que todo o esforço das pessoas que se dedicam à conservação da espécie está valendo a pena”, revela Karina.
Os sobrevoos realizados pelo Projeto Baleia Franca trouxeram um resultado importante que foi a identificação da principal área de concentração da espécie no Brasil, resultando na criação da Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca, administrada pelo ICMBio. “A APA abrange 130 km de costa, desde o sul da Ilha de Florianópolis até o Balneário de Rincão, e tem por objetivo proteger as baleias francas e garantir que a espécie possa continuar utilizando esta região como principal área de concentração reprodutiva no Brasil”, afirmou Karina.
Ascom/ICMBio
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