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Tartaruga de pente monitorada por satélite retorna à Bahia
Oxosse, como foi batizada, já tinha recebido transmissor via satélite
Brasília (13/05/2011) - Uma tartaruga de pente retornou à Bahia para desovar pela segunda vez desde que passou a integrar o estudo sobre a Biologia das Tartarugas Marinhas por meio de Telemetria por Satélite, realizado pelo Tamar com a participação do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) e de outros parceiros.
Oxosse, como foi batizada, foi uma das tartarugas de pente que receberam na Bahia o transmissor via satélite, durante a temporada reprodutiva de 2004 a 2005. Ela foi flagrada desovando em frente à base de Arembepe, na manhã de 11 de fevereiro. Havia perdido as duas anilhas de marcação, mas ainda mantinha o transmissor acoplado ao casco, que já não emitia mais sinais por causa de danos ao equipamento.
Depois de receber o transmissor em fevereiro de 2005, Oxosse viajou no sentido nordeste e norte, atingindo o litoral do Estado do Pará, provavelmente em busca de áreas de alimentação. Na temporada 2006/2007, embora não tenha registro flagrante durante o monitoramento noturno, a equipe do Tamar na Bahia identificou seu retorno por meio dos sinais emitidos pelo transmissor do animal, indicando que teria retornado para desovar pela primeira vez após a instalação do equipamento. Seus deslocamentos podem ser observados através de mapa.
“O seu segundo retorno, agora na temporada 2010 a 2011, ou seja, quatro anos depois da instalação do equipamento, ajuda-nos a elucidar o comportamento migratório, conhecer as rotas utilizadas pelas diferentes espécies e dar continuidade aos estudos prioritários para conhecer melhor o ciclo de vida das tartarugas marinhas”, analisa o biólogo Gustave Lopez, coordenador regional do Tamar na Bahia.
O Estudo da Biologia das Tartarugas Marinhas por meio de Telemetria por Satélite, iniciado em meados do ano 2000/2001, tem como objetivo pesquisar os deslocamentos reprodutivos e pós-reprodutivos de quatro espécies, fazendo inclusive análises de DNA e avaliação da influência da pesca oceânica sobre suas populações.
Na época, o Tamar iniciou suas primeiras experiências através das bases de Comboios, no Espírito Santo, e Almofala, no Ceará, com a parceria de institutos de pesquisa internacionais. O Ceará monitorou sete juvenis de tartaruga-verde (Chelonia mydas) e o Espírito Santo rastreou oito fêmeas de cabeçuda (Caretta caretta).
Em uma segunda etapa, iniciada em 2005, foram instalados transmissores em 39 indivíduos, incluindo 10 cabeçudas (Caretta caretta), 10 olivas (Lepidochelys olivacea), 15 de pente (Eretmochelys imbricata) e quatro de couro (Dermochelys coriacea).
Com o monitoramento concluído, os dados recolhidos estão agora sendo analisados e organizados pelos pesquisadores do Tamar para divulgação dos resultados ainda esse ano em publicações científicas. Há três trabalhos prontos, em revisão, e um quarto em fase de conclusão.
Segundo ainda o biólogo Gustave Lopez, as informações recolhidas são muito importantes para o planejamento e execução das ações de conservação das tartarugas marinhas. “Serão úteis para subsidiar medidas de proteção, ordenamento da pesca, licenciamento ambiental e criação de áreas marinhas protegidas”, afirma Gustave.
Fonte: www.projetotamar.org.br
Ascom/ICMBio
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