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BIODIVERSIDADE MARINHA
Tartaruga-de-pente monitorada por 15 anos é reencontrada em Noronha
- Foto: Rodolfo Willdner
Pesquisadores do Centro Tamar – ICMBio re capturaram a mesma tartaruga que foi avaliada em julho de 2008. A identificação do retorno evidencia o sucesso do trabalho de proteção ambiental realizado no arquipélago de Fernando de Noronha e o monitoramento de longa duração de espécies na Unidade de Conservação.
Os biólogos Dênis Sana e Arthur Thomazi reencontraram, depois de 15 anos da primeira captura, uma tartaruga-de-pente ( Eretmochelys imbricata ) . A espécie está categorizada como criticamente em perigo de extinção segundo a Lista Vermelha da IUCN e em perigo de extinção, de acordo com a classificação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
“O trabalho de conservação das tartarugas traz esses resultados de sobrevivência. Demonstra , também, a proteção que o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha proporciona aos juvenis de tartaruga-de-pente e tartaruga-verde que utilizam o arquipélago como refúgio para alimentação e crescimento, como é o caso desta”, afirma o Doutor em Biologia Animal, Dênis Sana.
A tartaruga foi encontrada na praia do Boldró , localizada na Área de Proteção Ambiental (APA) de Fernando de Noronha. De acordo com os pesquisadores, quando o animal foi capturado pela primeira vez , em 2008 , pelo coordenador do Tamar em Noronha, Cláudio Bellini, seu casco media 31cm de comprimento por 27cm de largura . Agora, mede 74cm de comprimento por 64cm – o que indica a transição do animal para a fase adulta e um aumento de mais de 1 00% no tamanho . Segun do Bellini, as tartarugas-de-pente no arquipélago crescem em média de 3,4 a 2,2 cm por ano.
Na primeira vez que foi capturada, a tartaruga estava na Praia de Sancho , localizada no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha . De acordo com as avaliações feitas pelos biólogos, ainda não é possível identificar se a tartaruga é um macho ou fêmea . A diferença entre os dois só pode ser identificada com idades mais avançadas , pelo tamanho da cauda – o macho tem cauda bem maior do que a das fêmeas.
Na ocasião, diversos dados sobre o animal foram coletados, que integram o monitoramento de longa duração realizado pela equipe do Centro Tamar –
ICMBio
e Fundação Projeto Tamar
. Segundo
Sa
n
a
, a importânci
a é possibilitar que dados científicos mais robustos p
ermitam
tomadas de decisões mais adequadas na conservação das espécies, como na elaboração de políticas públicas.
O biólogo afirma que as tartarugas são animais longevos, o que reforça ainda mais a importância do acompanhamento para saber as tendências populacionais, a taxa de crescimento dos indivíduos e maturidade sexual, deslocamentos locais e utilização do ecossistema onde vivem, além das migrações realizadas. Assim, é possível acompanhar mais histórias de crescimento e atuar com medidas de conservação efetivas para o contexto.
Foto: Rodolfo Willdner
A tartaruga, além de ser ameaçada de extinção, realiza um importante papel auxiliando no equilíbrio do ecossistema marinho. “São adaptadas para alimentarem-se em corais, possuindo um bico mais alongado, ajudando a controlar as populações das espécies das quais se alimentam e mantendo o equilíbrio nestes ecossistemas”, explica o especialista Dênis Sana.
Sobre a unidade
Noronha representa um refúgio para as tartarugas, pois o arquipélago , além de ser área de reprodução da tartaruga-verde, é utilizado p or esta e pela tartaruga-de-pente para alimentação dos juvenis. Por estar no meio do Atlântico Sul, é tida como um oásis: os animais vêm de uma longa travessia sem tanto alimento, por conta da profundidade e no arquipélago conseguem encontrar fartura no meio do oceano.
Para acessar a pesquisa científica realizada em Noronha durante 30 anos de monitoramento da espécie tartaruga-de-pente, realizada pelo servidor Cláudio Bellini e colaboradores , clique aqui .
Comunicação ICMBio
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