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Tamar soltará tartaruga de quase um metro e cem quilos
Animal, reabilitado no centro, será libertado neste sábado em Ubatuba
Brasília (06/12/2012) – No próximo sábado (8), a base do Projeto Tamar em Ubatuba (SP) fará a soltura de uma tartaruga marinha resgatada com o apoio dos pescadores na Praia de Almada. O projeto é desenvolvido pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Tartatugas Marinhas (Tamar), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A tartaruga é da espécie Caretta caretta , popularmente chamada de cabeçuda, e foi encontrada em setembro encalhada na Praia da Almada. O animal, de 95 cm de comprimento de casco, é uma fêmea adulta e já tem tamanho para se reproduzir. Tartarugas dessa espécie e com esse tamanho são raros na região.
“Os pescadores nos avisaram e, ao chegar, notamos que a tartaruga estava bastante debilitada e tinha a nadadeira esquerda amputada. Um pescador da região nos ajudou a transportá-la de barco até o carro”, disse o técnico do Tamar Thiago Mariano.
Tratamento
No centro de reabilitação do Tamar, foram retirados quase dois quilos de parasitas da pele do animal e identificada uma profunda anemia. “Iniciamos o tratamento médico e adotamos cuidados alimentares especiais. Como a tartaruga teve dificuldade em aceitar a dieta reforçada, colocamos seu alimento preferido, o siri, dentro de lulas e polvos”, explicou o médico veterinário do Tamar, Renato Velloso.
O resultado foi positivo e a tartaruga recuperou peso, chegando a quase 100 quilos.
As tartarugas cabeçudas possuem uma cabeça grande e uma mandíbula extremamente forte, para triturar caranguejos, moluscos, mexilhões e outros invertebrados. Desovam no litoral norte do Rio de Janeiro e da Bahia, Espírito Santo e Sergipe. Podem atingir 1,40 m de comprimento de casco e até 180 quilos.
“O Tamar sempre busca soltar os animais reabilitados nos locais onde foram encontrados. Além disso, a soltura na praia da Almada vai contar com a participação dos monitores do ecoprojeto Desenvolvimento do Ecoturismo na praia da Almada, realizado pela ONG Aicás. O projeto, apoiado pelo Tamar, capacitou monitores para conduzir roteiros de ecoturismo no local, incluindo a observação de tartarugas marinhas em seu habitat”, explica Henrique Becker, coordenador técnico do Projeto Tamar Ubatuba.
Ameaçadas de extinção, as tartarugas marinhas interagem com diversas modalidades de pesca artesanal e industrial, acabando presas nas redes onde podem perder membros por estrangulamento ou, ainda, se afogar, pois respiram por pulmões como os seres humanos.
Comunicação ICMBio
(61) 3341-9280