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Tamar estuda comportamento reprodutivo das tartarugas cabeçudas
Objetivo é saber quantas vezes fêmea desova e com que frequência volta à praia para fazer ninho
Brasília (19/04/2012) – Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas (Tamar), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), estão coletando dados para delimitar os parâmetros populacionais de uma das espécies de tartaruga marinha, a cabeçuda (Caretta caretta).
O estudo, que integra o Projeto Tamar, de conservação de cinco espécies de tartarugas marinhas, está sendo realizado na Praia do Forte, no litoral norte da Bahia. O objetivo da pesquisa é saber o número de vezes que uma fêmea cabeçuda desova na temporada reprodutiva e qual a frequência que as tartarugas dessa espécie voltam à praia de nascimento para fazer seus ninhos.
A Praia do Forte foi escolhida por ser uma das áreas de maior concentração de ninhos dessa espécie no Brasil. As fêmeas foram observadas em duas temporadas reprodutivas, 2009-2010 e 2010-2011, nos 5 km de praia que concentram 60% das desovas, monitorados durante cinco meses (outubro a fevereiro). A pesquisa de campo mostrou que as fêmeas fazem uma média de quatro ninhos por temporada, em um período de aproximadamente 15 dias.
Analisando dados do retorno de fêmeas marcadas, que indicam remigrações (entre temporadas de desova) dos animais, observou-se que as tartarugas voltam a desovar na mesma praia em intervalos de dois ou três anos.
Os resultados preliminares da pesquisa foram apresentados no 32º Simpósio Anual de Biologia e Conservação de Tartarugas Marinhas, em Huatulco, estado de Oaxaca, no México, no início deste ano. O estudo vai prosseguir por mais três anos. A expectativa é obter resultados com base em uma amostra mais significativa.
As tartarugas marinhas existem há mais de 150 milhões de anos e conseguiram sobreviver a todas as mudanças do planeta. Elas se reproduziram na terra e, ao longo de sua evolução, diferenciaram-se dos outros répteis, ocupando o ambiente marinho. Uma série de mudanças ocorreram para que essa espécie pudesse se adaptar à vida no mar.
Comunicação ICMBio
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