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Tamar realiza estudo genético de tartarugas de couro
Espécie de tartaruga marinha é uma das mais ameaçadas do planeta
Brasília (14/01/2013) - Desde 2002, os projetos Tamar e Albatroz mantêm uma cooperação no monitoramento da frota de espinhel, através de embarques em Santos, Itajaí e Rio Grande. O estudo de longo prazo tem gerado importantes resultados para a conservação de albatrozes e petréis e das tartarugas marinhas, contribuindo com o aprimoramento do conhecimento científico sobre essas espécies, principalmente, a tartaruga de couro.
De grande peso e tamanho, a tartaruga de couro dificilmente é embarcada e, por isso, entre outros fatores, é uma das espécies que menos se conhece em termos de suas fases oceânicas. Entre final de outubro e início de novembro de 2012, o Projeto Albatroz, com apoio do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), monitorou uma viagem de pesca na embarcação Marbella I, da empresa Kowalsky de Itajaí, com a participação do pesquisador do Tamar de Santa Catarina, Caiame Januário dos Santos.
Além do trabalho com as aves marinhas, neste cruzeiro foram capturadas 16 tartarugas, sendo dez tartarugas de couro e seis cabeçudas, todas liberadas vivas. Durante o embarque e com a colaboração da tripulação do Marbella I, dois indivíduos de tartaruga de couro foram colocados a bordo, para serem marcados e medidos. Também foram coletadas amostras de pele para a realização de estudos genéticos.
Conservação
Segundo a Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas de Extinção da União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN), a tartaruga de couro é uma das espécies de tartarugas marinhas mais ameaçadas do planeta. O conhecimento sobre a origem das que estão “navegando” no Oceano Atlântico Sul é escasso. Os estudos de genética permitirão mapear as colônias reprodutivas a que esses indivíduos pertencem e aprimorar as estratégias regionais de conservação dessas populações que interagem com a frota pesqueira oceânica que atua nessa região.
Muitas lacunas no conhecimento científico a respeito das tartarugas marinhas decorrem das dificuldades em acessar esses animais nas fases de vida oceânica, distante da costa e dos olhos dos pesquisadores. Além de cruzeiros de pesquisa, que têm alto custo e são limitados em relação ao tempo e continuidade, uma das únicas oportunidades de coleta de dados nessas áreas acontece pela via do monitoramento da pesca. A cooperação entre programas de conservação, empresas, mestres e pescadores, bem como o trabalho de observadores de bordo e pesquisadores que permanecem de 20 a 30 dias embarcados em cada cruzeiro, é fundamental para que isso aconteça.
(Com informações do Tamar)
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