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Sítios arqueológicos em UCs ganham sinalização
Publicado em
28/11/2019 20h10
Atualizado em
29/11/2019 12h48
Equipamentos foram instalados dentro do Parque Nacional de Brasília e na Reserva Biológica da Contagem, algumas áreas serão abertas à visitação,
Ponto de passagem das Estradas Reais, entre os séculos XVIII e XIX, o Parque Nacional de Brasília (PARNA) e a Reserva Biológica (REBIO) da Contagem abrigam vestígios históricos de ocupação humana desde a era pré-colonial. Parte desses principais pontos ocupados no passado poderá ser conferida pelos visitantes a partir do dia 29 de novembro.
Ao todo, oito sítios arqueológicos históricos, identificados no local, vão ser sinalizados. As placas, implantadas sob a coordenação da Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Distrito Federal (Iphan-DF), serão inauguradas no dia do aniversário do Parque Nacional de Brasília, que completa 58 anos. O evento de inauguração de sinalização dos sítios históricos será às 8h, na área próxima às piscinas do Parque.
A chefe do Parque Nacional de Brasília e da Reserva Biológica da Contagem, Juliana de Barros, ressalta que a iniciativa reforça a importância das áreas protegidas, além da conservação ambiental. Segundo ela, a região possui um patrimônio histórico e cultural relevante para a capital federal e para o Brasil.
Segundo o superintendente do Iphan-DF, Saulo Santos Diniz, a sinalização é um presente para o Parque e para os seus frequentadores. São vinte e duas placas, algumas indicativas e outras descritivas, que serão mantidas em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que ficará responsável pela manutenção dos equipamentos.
A arqueóloga do Iphan-DF, Margareth de Lourdes Souza, conta que nessa área, há alguns sítios arqueológicos de ocupação pré-histórica – com sítios líticos dos caçadores e coletores de até 11 mil anos atrás, como também os do período colonial brasileiro, tendo vestígios de postos fiscais, estradas reais e cemitérios. Outro que merece destaque está ligado à implantação de Brasília, incluindo desde o Acampamento da Comissão Cruls (Comissão Exploradora do Planalto Central e Comissão de Estudos da Nova Capital da União) até as áreas extrativistas que serviram de apoio para a construção da nova Capital Federal.
Parte das áreas sinalizadas encontra-se em uma região do Parque já aberta à visitação. Já as demais só poderão ser acessadas pelo público por meio de visitas guiadas de caráter educativo e com autorização prévia da unidade de conservação. Quatro pictogramas foram criados para sinalizar os sítios. Um dos ícones indicará a localização de cemitério rural usado por moradores de áreas distantes dos núcleos urbanos, entre os séculos XVIII e XIX.
Outro ícone sinalizará o Valo - um tipo de vala ou rego seco escavado no chão, usado para marcar divisas de propriedades, áreas de moradias, pastagens e para a contenção de gado. Os valos geralmente eram construídos pelos escravos e possuíam de 2,10 a 2,40 m de largura e entre 1,30 a 1,60 m de profundidade.
Já os demais sinalizarão as Estradas Cavaleras utilizadas antigamente para o trânsito de pessoas, mercadorias e caravanas nos séculos XVIII e XIX; e também as Estradas Reais, abertas no século XVIII, no atual território do Distrito Federal e do Estado de Goiás, como forma da Coroa Portuguesa controlar a entrada e saída do ouro, mercadorias e pessoas, numa época em que mais de três mil comitivas passavam pela região.
As estradas que foram abertas nos séculos XIX e XX interligaram os atuais municípios goianos do entorno, como Luziânia, Formosa e Planaltina. Esses trajetos receberam também essa denominação por se interligarem à Estrada Real da Bahia ou Estrada Real do Nascente, que seguia para o Rio de Janeiro.
Serviço:
Inauguração da Sinalização do Parque Nacional de Brasília
Data: 29 de novembro, às 8h.
Local: Parque Nacional de Brasília – área próxima às piscinas.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280