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Sete papagaios são devolvidos à natureza
Soltura das aves foi acompanhada por equipe do MMA e do ICMBio
Soltura das aves foi acompanhada por equipe do MMA e do ICMBio
Por: Renata Meliga (texto) e Jorge Cardoso (fotos), enviados especiais a Ponte Serrada (SC)
Edição: Alethea Muniz
Brasília (03/03/2016) - Em comemoração ao Dia Mundial da Vida Selvagem, sete papagaios-de-peito-roxo (três fêmeas e quatro machos) foram devolvidos ao local de onde nunca deveriam ter saído: a natureza. Com essa soltura, já são 83 aves reintroduzidas pela ONG Instituto Espaço Silvestre no Parque Nacional das Araucárias (SC).
Há mais de 30 anos era muito comum ver esses animais em Ponte Serrada e Passos Maia, municípios que abrigam o parque nacional. A perda de habitat, em função do desmatamento, e a coleta para abastecer o tráfico de animais silvestres, resultou na extinção dessas aves na região por quase 20 anos. Para tentar reverter esse quadro, a ONG iniciou em 2010 o projeto de devolução desses animais à natureza.
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SOLTURA
Antes de voltarem para a natureza, os papagaios passam por uma série de exames clínicos e laboratoriais. Depois de atestada a saúde do animal, eles começam a fazer treinamentos comportamentais, como o de voo, alimentação e reconhecimento de predadores. Segundo Vanessa Kanaan, coordenadora do projeto, a maioria dessas aves passou muito tempo com o ser humano como família. Eles precisam aprender a conviver com seus pares. De acordo com ela, todo esse processo demora entre quatro e seis meses.
Uma semana antes da liberdade, os animais são encaminhados para um recipiente de soltura, onde começam a se adequar com o local, barulhos, clima e tudo com o que vão conviver dali para frente.
Todos os papagaios que foram soltos na manhã de quarta-feira (02/03) foram resgatados de cativeiros. Carijó, a última a se juntar ao grupo, foi a primeira a deixar as grades para trás. A fêmea, de sete anos, vai dormir a primeira noite de sua vida sem nenhum limite. Vanessa explica que na primeira semana os papagaios costumam ficar próximos à área de soltura, até conhecerem melhor a região, saber onde encontram comida e espaços onde se sintam seguros.
Geralmente associado à Mata de Araucárias, no Brasil, o papagaio-de-peito-roxo é encontrado do Sul da Bahia ao Norte do Rio Grande do Sul. Estima-se que existam atualmente 2,5 mil no mundo inteiro. Segundo o diretor da Secretaria de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Ugo Vercillo, que acompanhou a soltura, o papagaio-de-peito-roxo compõe o plano de ação dos papagaios da Mata Atlântica. Esse plano faz parte do programa Pró Espécies, que tem como objetivo adotar ações de prevenção, conservação, manejo e gestão, visando minimizar as ameaças e o risco de extinção de espécies. “Além disso, o governo trabalhou na criação de um parque nacional, na recuperação de espécies, na apreensão, em centros de triagem. A sociedade civil unida trouxe a espécie de volta para cá. Engajando a comunidade local na preservação”.
IMPACTO SOCIAL
Além dos resultados com os papagaios, que já são vistos com frequência na região, o projeto tem provocado também um grande impacto na comunidade local. Segundo Vanessa, quatro vertentes sociais incentivadas pela ONG possibilitam que a população também participe da conservação da espécie. Um deles é o Cidadão Cientista. A Instituição incentiva que moradores anotem ou fotografem quando virem um papagaio. Com isso, quando os técnicos precisam ir a campo, fica mais fácil encontrar alguma ave. “Dessa maneira eles são parte do projeto. E acabam ajudando a preservar e fiscalizar. As pessoas estão mais atentas ao seu ambiente”, destaca Vanessa.
PARQUE NACIONAL
O Parque Nacional das Araucárias é gerido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Criado em 2005, tem com objetivo preservar ambientes naturais, possibilitar pesquisas científicas e atividades de educação ambiental. Com quase 13 mil hectares, também é um importante espaço de preservação de outras espécies ameaçadas de extinção como a jaguatirica, bugio, macuco, entre outros.
Segundo o chefe do Parque, Juliano Rodrigues Oliveira, projetos como o do papagaio-de-peito-roxo, além de ampliar as chances de conservação dessa espécie, também traz benefícios para comunidade. “Já existe comercialização de produtos industrializados com a marca do papagaio. Isso está trazendo renda para as pessoas, que começam a prestar atenção e defender o papagaio. Defendendo o papagaio elas também estão defendendo o Parque Nacional das Araucárias”.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA): (61) 2028-1353
Comunicação ICMBio: (61) 2028-9280