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Servidora do ICMBio ganha prêmio Transformadores
Servidora do ICMBio ganha prêmio Transformadores
Elmano Augusto
elmano.cordeiro@icmbio.gov.br
Brasília (25/10/2011) – O que é que figuras brilhantes e generosas, como o judoca e medalhista olímpico Flávio Canto, o ex-jogador de futebol Raí, o ativista Rubem Cesar, do Viva Rio, o centenário professor de ioga Hermógenes, o ator Marcos Palmeira e a chefe da Reserva Biológica (Rebio) do Atol das Rocas, Maurizélia de Brito Silva, a Zelinha, têm em comum?
Acertou quem disse que todos são ganhadores do Prêmio Transformadores. O prêmio, um dos mais importantes do cenário editorial brasileiro, é concedido anualmente pela revista Trip “a pessoas notáveis que dedicam seu tempo, trabalho e talento para fazer a diferença e inspirar mudanças positivas no Brasil e no mundo”, como informam seus organizadores.
Este ano, Zelinha dividirá a quinta edição do prêmio com outras 11 personalidades, entre elas, o neurocientista Miguel Nicolelis, um dos mais renomados pesquisadores sobre o cérebro humano e o primeiro brasileiro com chances de ganhar o Nobel de Medicina. Também será homenageado o casal de ambientalistas José Claudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, assassinado meses atrás por defender a floresta amazônica.
A solenidade de entrega da premiação será no dia 26, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo. Zelinha foi escolhida pelo esforço e dedicação demonstrados no trabalho de preservação do Atol das Rocas, o único atol do Atlântico Sul, um santuário da biodiversidade marinha, a milhas e milhas do continente, onde só se chega de barco após 25 horas de viagem a partir de Natal (RN).
ICMBIO – Servidora do ICMBio, ela ingressou no IBDF aos 19 anos, passando depois para o Ibama. Filha de servidores do órgão, botou os pés no atol pela primeira vez em 1991, para ajudar na implantação da reserva, que estava sendo criada. Desde então, não abandonou mais a ilhota. “Ali é meu lugar”, diz Zélia, que alterna, em média, 40 dias no atol com outros 40 no continente.
No atol, gerencia a estação científica, que abriga pesquisadores e servidores, e as bases do Tamar e da Rede de Encalhe de Mamíferos Aquáticos do Nordeste, e fiscaliza o cumprimento da proibição de pesca, que permite a reprodução de centenas de espécies, como lagostas e tartarugas marinhas, um dos sinais da vitalidade do local. No continente, mais precisamente em Natal, onde mora, está sempre envolvida em reuniões e articulações para aprimorar a gestão da Rebio.
Nesses anos todos, já perdeu a conta de quantas vezes cruzou o mar para chegar ao atol - “são mais de 150 expedições”, chuta -, coordenou a logística de dezenas de estudos científicos e publicou artigos sobre o ecossistema da região em parceria com outros servidores da reserva.
Pode-se dizer que a história do atol se divide em antes e depois de Zelinha. Sem a sua presença na reserva, sem a sua luta para estruturar a unidade, para dar condições de trabalho aos pesquisadores, para proteger aquele pedaço de paraíso no meio do oceano, a situação do atol seria outra.
Ascom/ICMBio
(61) 3341-9280