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SERRA DO ITAJAÍ REALIZA OPERAÇÃO DE FISCALIZAÇÃO
Ação desmontou uma estrutura de caçadores e traficantes de aves
Brasília (01/10/2012) - A introdução de espécies exóticas e os crimes contra a fauna foram alvos de fiscalização realizada entre os dias 22 e 23 de setembro no Parque Nacional da Serra do Itajaí, em Santa Catarina. Com apoio dos analistas ambientais da Floresta Nacional de Ibirama e dos soldados do 10° Batalhão da Polícia Militar Estadual, a iniciativa teve por objetivo a realização de inspeções, o desmanche de uma estrutura de caça ilegal na unidade de conservação (UC) e a captura dos objetos associados ao tráfico de aves silvestres, com a finalidade de proteger a biodiversidade.
Um dos objetivos centrais da força tarefa, o de desmontar uma estrutura de caçadores e traficantes de aves que agiam em propriedade no município de Bela Rússia, apreendeu gaiolas, arapucas, rede de neblina e armas, que totalizaram três espingardas e um rifle, com variedade de munição. Com destaque especial, foi apreendida uma arataca de ferro, constituída por duas mandíbulas dentadas, impelidas por uma mola que captura o animal pela pata.
Não houve prisão no ato da fiscalização. O proprietário da terra foi autuado e o material apreendido será encaminhado à Polícia Federal para a instauração do inquérito que responsabilizará os envolvidos pelo crime ambiental, ocorrido na UC, uma das mais importantes áreas contínuas de Mata Atlântica do sul do país, que hoje corresponde a cerca de 58 mil hectares em Santa Catarina, distribuídos em um território de nove municípios.
Inspecionar as fazendas existentes nos municípios de Botuverá e Guabiruba, onde estudo de satélite revelou a supressão da vegetação nativa e introdução de árvores exóticas, como o eucalipto, também foi um dos objetivos da operação. A plantação de eucalipto, de acordo com o Plano de Manejo do Parque Nacional, foi erradicada, uma vez que seus ecossistemas são complexos e podem causar a perda de biodiversidade. Durante o ato de fiscalização, foi visto que os proprietários impediram a regeneração natural da vegetação nativa do terreno para realizar a plantação de eucalipto.
De acordo com o coordenador da operação, o analista ambiental Mário Celski de Oliveira, não se tinha registro de um desmatamento tão grande desde a criação do parque, em 2004. “As imagens indicaram que as intervenções foram feitas depois de 2010 e, em campo, comprovamos que esse ano novas mudas de eucalipto foram plantadas”, diz. Segundo ele, um dos proprietários das fazendas chegou a facilitar a supressão da cobertura vegetal nativa com fogo, um dano para a unidade que pode acarretar uma pena de até cinco anos de reclusão e multa que pode atingir o valor de R$ 100 mil. Dentro do ordenamento jurídico do país, ao responder criminalmente pelos danos, caberá aos responsáveis a reparação do dano causado, que deve ser feito por meio da execução de um Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD), mediante análise e autorização prévia do ICMBio.
Comunicação ICMBio
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