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Boas práticas na gestão de UC serão disseminadas
Decisão foi tomada ao final de seminário do ICMBio que discutiu 36 experiências bem sucedidas
Brasília (29/02/2016) – O II Seminário de Boas Práticas na Gestão de Unidades de Conservação, promovido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Brasília, chegou ao seu final com a decisão dos participantes de trabalhar, a partir de agora, para reproduzir em outras unidades as experiências bem sucedidas, apresentadas durante o evento.
De acordo com a analista ambiental Camilla Silva, uma das participantes do seminário, o foco do último dia de atividades foi construir estratégias de reprodução das experiências de sucesso, considerando o contexto atual e as fontes de recursos disponíveis. "Foram definidos planos de ação dentro das áreas temáticas ( voluntariado, uso público e visitação, manejo de fauna, proteção, gestão participativa e pesquisa em biodiversidade)", afirmou ela.
Três dias de muito trabalho
O II Seminário de Boas Práticas foi encerrado na quinta-feira (25), após três dias de intenso trabalho e rica troca de experiências. Durante o evento, foram apresentadas 36 iniciativas de gestão bem-sucedidas nas mais diversas áreas em unidades de conservação (UC). O objetivo foi valorizar e divulgar práticas exitosas no âmbito da gestão de áreas protegidas.
Realizado no Centro Cultural Brasília (CCB), o seminário contou com a parceria do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e da Gordon and Betty Moore Foundation. Durante os três dias, o evento propiciou um ambiente de aprendizagem institucional por meio de apresentações, debates e grupos de trabalho.
Gestão integrada de APA
Uma das experiências relatadas no seminário foi a implementação da Gestão Compartilhada, Integrada e Participativa (GCIP) da Área de Preservação Ambiental (APA) das Ilhas e Várzeas do Rio Paraná. A GCIP tem o intuito de viabilizar a administração de um território amplo e alvo de pressões diversas (agronegócio, mineração, problemas decorrentes da zona de fronteira com o Paraguai).
Esse modelo de gestão baseia-se na parceria com as prefeituras municipais da região da APA, articuladas por meio de consórcios. “A APA é densamente povoada e engloba 25 municípios. Os consórcios fazem o elo entre o ICMBio e as comunidades”, explica Erick Xavier, chefe da UC e um dos idealizadores da experiência.
A iniciativa começou a ser posta em prática em 2013. De lá para cá, muita coisa mudou para melhor: divisão da unidade em quatro seccionais (permitindo maior capilaridade na gestão), aumento da participação social (foram retomadas as atividades do Conselho da APA, hoje o maior do país, com 55 cadeiras) e elaboração de diagnóstico para subsidiar o Plano de Manejo da UC.
Teatro do oprimido
Outra prática apresentada durante o evento foi a utilização do teatro do oprimido (método que reúne jogos e técnicas teatrais elaborado pelo teatrólogo Augusto Boal, com o objetivo, entre outros, de mudar a realidade por meio do diálogo). A iniciativa trouxe ótimos resultados para a gestão participativa na APA de Cairuçu (RJ), onde residem comunidades indígenas, quilombolas e caiçaras, segundo Bruno de Brito, chefe da unidade.
“Nas reuniões em que usávamos o formato tradicional a dispersão era grande, por isso resolvemos propor abordagens alternativas”, lembrou Bruno de Brito.“As técnicas do teatro do oprimido trabalham o corpo e estimulam a reflexão e o senso crítico. Assim, foi possível construir uma relação de confiança com os comunitários”, disse ele.
Hoje, para tratar de temas como revisão do Plano de Manejo ou renovação do conselho consultivo da unidade, os gestores lançam mão das técnicas teatrais. “Acredito que essa proposta ousada pode ser replicada em outras UCs. Tenho muita convicção de seus resultados positivos na gestão ambiental”, concluiu o chefe da APA.
Comunicação do ICMBio
(61) 2028-9280