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Revista BioBrasil chega a sua quinta edição
E traz como temas o estado de conservação dos crocodilianos e de 28 mamíferos carnívoros
Carolina Lobo
ana.lobo@icmbio.gov.br
Brasília (18/10/2013) – Esta semana foi lançado o 5º número da revista científica eletrônica Biodiversidade Brasileira, a BioBrasil, que traz os resultados do processo de avaliação do estado de conservação das seis espécies de crocodilianos e de 28 mamíferos carnívoros brasileiros – famílias Canidae, Felidae, Mustelidae, Procyonidae e Mephitidae –, em duas seções, realizadas coletivamente pelos pesquisadores especialistas de cada grupo.
Cada seção apresenta informações sobre o processo de avaliação e uma síntese em relação às avaliações anteriores do mesmo conjunto de espécies. Assinando a apresentação da seção sobre os carnívoros, Beatriz de Mello Beisiegel, Ronaldo Morato, Rogério Cunha de Paula e Rose Lilian Gasparini Morato, todos do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap/ICMBio), que destacam que os carnívoros têm requisitos ecológicos diversos e têm sido pesadamente afetados por ameaças que vão da caça retaliatória e esportiva ao desmatamento e à mortalidade por doenças adquiridas de animais domésticos.
Ressaltam, também, que a avaliação do estado de conservação de parte das espécies de carnívoros adotou a abordagem inovadora de avaliar separadamente o estado de conservação em cada um dos biomas, pois ele não é o mesmo – enquanto a Amazônia e o Pantanal ainda possuem vastas extensões de ambiente adequado para as espécies de grande porte, os demais biomas já se apresentam em grande parte degradados e os problemas de conservação das espécies nos remanescentes destes são mais críticos do que no restante do país.
Já no caso da seção sobre os crocodilianos, Yeda Bataus e Sônia Mendonça, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN/ICMBio), William Magnusson, da Coordenação de Pesquisas em Ecologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e Luciano Verdade, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, frisam que o objetivo é apresentar o resultado completo da avaliação do estado de conservação dos crocodilianos no Brasil para que seja usado como instrumento de base para as avaliações futuras, bem como para tomadas de decisões voltadas à conservação dos jacarés no Brasil.
Esta é a primeira edição temática do ano e, segundo Kátia Torres Ribeiro, coordenadora-geral de Pesquisa e Monitoramento do ICMBio e editora-chefe da publicação, trata-se da última edição com este tipo de conteúdo, porque os grupos seguintes com dados ainda não publicados acerca de seus estados de conservação contêm muitas espécies ainda pouco estudadas e que não justificam artigos individualizados sobre cada análise. "Além disso, por uma questão de necessária agilidade perante os grandes números – 10 mil espécies a serem avaliadas até 2014 –, a validação das avaliações não se dá mais por meio do tradicional processo editorial, e sim em oficinas, e os resultados serão publicados em documentos técnicos, de acordo com a equipe da Coordenação de Avaliação do Estado de Conservação da Biodiversidade. A seção temática Estado de Conservação das Espécies passará a receber, de forma independente, artigos de síntese, analíticos ou metodológicos sobre o processo de avaliação do estado de conservação das espécies, sejam experiências brasileiras ou estrangeiras", explica.
Kátia avalia que a revista "fortalecerá seu papel de apoio à discussão sobre gestão e manejo das espécies e das áreas protegidas, com temas diversos, sempre reunidos na forma de seção/números temáticos, que promove uma visão ampla e aprofundada de cada tema a cada momento e favorecendo o diálogo entre pesquisadores e gestores, o que é uma característica distintiva desta publicação".
Quatro edições publicadas
Criada em 2011, a BioBrasil é editada duas vezes por ano. O primeiro número teve como tema "Avaliação do estado de conservação das tartarugas marinhas"; o segundo tratou de "Manejo do fogo em áreas protegidas"; o terceiro abordou "A avaliação do estado de conservação das espécies de ungulados do Brasil", que correspondem aos cervídeos, antas e porcos-do-mato; e a avaliação do estado de conservação de espécies pouco conhecidas e o manejo de recursos vegetais em unidades de conservação foram os temas da quarta edição. A próxima edição, sobre espécies exóticas invasoras, está prevista para ser lançada ainda este ano, no mês de dezembro.
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A revista
A BioBrasil é uma publicação eletrônica do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), sob responsabilidade da Coordenação-geral de Pesquisa e Monitoramento (CGPEQ), da Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade (Dibio), e tem como objetivos a consolidação, a divulgação e a discussão das experiências e estratégias de conhecimento, conservação e manejo da biodiversidade brasileira e das unidades de conservação e a disponibilização dos resultados científicos da avaliação do estado de conservação das espécies da fauna brasileira.
Avaliação da biodiversidade
O governo brasileiro tem o compromisso junto à Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) de avaliar o estado de conservação da biodiversidade brasileira. Serão avaliadas todas as espécies de vertebrados que ocorrem no território brasileiro e seletivamente as de invertebrados, até 2014. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade está responsável por coordenar a avaliação da fauna e conta com seus centros de pesquisa e conservação para realização dessa missão.
O método de avaliação adotado pelo governo brasileiro para avaliação da biodiversidade é o mesmo utilizado pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês), que avalia o risco de extinção de cada espécie.
O processo técnico-científico conduzido pelo Instituto possui uma etapa de compilação das informações sobre história natural, hábitat, descrição das principais ameaças e mapeamento da distribuição das espécies; uma etapa de consulta ampla à comunidade científica e consulta direcionada aos especialistas de cada espécie ou grupo taxonômico; a oficina de avaliação, na qual os especialistas determinam a categoria de risco de extinção das espécies; e, por fim, uma validação dos resultados da avaliação, no caso dos artigos submetidos à revista. Em todas as etapas há participação voluntária da comunidade científica.
Cabe ao ICMBio a divulgação do resultado das categorias e critérios atribuídos às espécies e ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) a publicação oficial da lista das espécies ameaçadas de extinção e extintas. Outro produto da etapa técnico-científica é a publicação do resultado da avaliação completa, contendo, além das categorias e critérios da avaliação, a justificativa da categorização e informações sobre história de vida, ameaças e área de distribuição de cada espécie.
Comunicação ICMBio
(61) 3341-9280