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Reunião avalia projeto Caminho da Mata Atlântica
Ideia é criar trilha de longo percurso, ligando o extremo norte do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro. Trajeto abrangerá 60 UCs e terá 3 mil quilômetros de extensão
Brasília (08/07/2016) – Representantes de diversas instituições ligadas à conservação da natureza e ao ecoturismo reuniram-se em Florianópolis (SC) para discutir a implementação do projeto Caminho da Mata Atlântica, que prevê a criação de uma trilha de longo percurso, ligando o extremo norte do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro.
A iniciativa é do WWF-Brasil e tem o apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). No âmbito de Santa Catarina, o principal incentivador é o Instituto Çarakura.
Segundo Anna Carolina Lobo, coordenadora do Programa Mata Atlântica e Marinho do WWF-Brasil, a intenção é desenvolver um movimento social com o objetivo de proporcionar às pessoas o contato com a biodiversidade da floresta, através de uma trilha de longo percurso na Mata Atlântica.
Esse movimento terá um conjunto de ferramentas online e campanhas que irão evoluir para uma plataforma digital, com formas de engajamento e intercâmbio de ideias, experiências e ações concretas. A ação foi denominada de “Movimento Borandá”, um neologismo que une as palavras “bora” e “andar”.
O trajeto esta sendo estudado e deve abranger mais de 60 unidades de conservação, entre federais, estaduais e municipais, iniciando no Parque Nacional de Aparados da Serra (RS) e terminando no Parque Estadual do Desengano (RJ), totalizando cerca de 3.000 km. A proposta é fortalecer as comunidades e os negócios locais em torno da conservação, com forte integração das UCS.
Exemplos
O chefe do Parque Nacional da Tijuca, Ernesto Viveiros de Castro, um dos idealizadores da trilha, apresentou exemplos que inspiraram o projeto e destacou a importância de trilhas de longo curso para a conservação. “Trilhas como essa são verdadeiras ferramentas de conservação, estimulando a recuperação de corredores florestais e conquistando apoio na sociedade”, disse ele.
Uma das experiências apresentadas por Ernesto foi a Trilha Transcarioca, que vem sendo implantada no Rio de Janeiro com forte apoio de gestores e voluntários. Segundo ele, boa parte do Caminho da Mata Atlântica já existe, mas falta conectá-lo e desenvolver um trabalho de articulação entre os parceiros para definir os trajetos e estruturas de apoio ao longo do percurso.
Ainda segundo o chefe do parque da Tijuca, será necessário, também, criar um padrão geral para a trilha de sinalização e estabelecer um modelo de governança para tomar as decisões e fazer o projeto caminhar.
Estados do Sul
Na reunião foi apresentada proposta de trajeto da trilha, sendo discutida uma primeira versão para os estados do Sul. João Daniel Simões Pires, do Instituto Çarakura, disse que a intenção é potencializar o que já existe, ampliando a integração entre os diferentes setores da sociedade, e fortalecer as boas experiências.
Instituições como a Fundação Estadual de Meio Ambiente (FATMA), Secretaria Estadual de Turismo Cultura e Esporte (SOL), Associação Catarinense de Escalada e Montanhismo (ACEM), Núcleo de Educação Ambiental da UFSC (NEAmb) e outros importantes protagonistas regionais já se envolveram na proposta.
O coordenador regional do ICMBio no Sul, Daniel Penteado, que também participou da reunião, disse que o Instituto, por meio da Coordenação Regional e das UCs que farão parte do trajeto, vai se empenhar na concretização do projeto.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280