Notícias
Resgate de peixe-boi mobiliza ICMBio e parceiros
Filhote encalhado em praia no Piauí foi transferido para oceanário em Itamaracá (PE), numa operação durou cinco dias e revelou o compromisso e a dedicação dos técnicos
Brasília (05/04/2017) – A equipe da Área de Proteção Ambiental (APA) Delta do Parnaíba, no litoral do Ceará, Piauí e Maranhão, vivenciou uma experiência até então inédita: o encalhe de um filhote de peixe-boi marinho, espécie ameaçada de extinção. O resgate, que culminou com a transferência do animal para o oceanário do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversiade (ICMBio) em Itamaracá (PE), durou cinco dias e exigiu muita paciência, técnica e articulação.
O filhote ainda apresentava o cordão umbilical quando encalhou no dia 15 de abril, numa praia do município de Luís Correia, no Piauí, conhecida por Peito de Moça. A pequena fêmea, de 1,28 m, encontrada por uma turista e um pescador, estava viva e, ao ser descoberta, foi recolocada no mar pelas pessoas, na esperança de que encontrasse sua mãe.
Ao tomar conhecimento do fato, o ICMBio e as ONGs que trabalham na região com a conservação da biodiversidade – Comissão Ilha Ativa e Instituto Tartarugas do Delta – ficaram em alerta para outro possível encalhe do filhote, o que ocorreu. O animal encalhou na manhã do dia seguinte, 16, na Praia do Coqueiro, em Luís Correia, tendo sido reintroduzido novamente por pessoas que estavam no local.
Por volta das 22h, o filhote voltou a encalhar na mesma praia em que tinha aparecido a primeira vez, Peito de Moça. Começava, então, uma grande operação, coordenada pelo ICMBio, que contou com o apoio de diversos parceiros, para garantir a sobrevivência de Mocinha, nome dado pelos técnicos que cuidaram do filhote de peixe-boi.
Inicialmente, técnicos da Comissão Ilha Ativa e o responsável pela Base Peixe-Boi, na APA Delta do Parnaíba, Heleno dos Santos, resgataram Mocinha e a levaram para a sede do ICMBio em Cajueiro da Praia, no Piauí, que possui uma pequena piscina para atendimento de urgência a animais marinhos encalhados vivos.
A partir daí, a Associação para Pesquisa e Conservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), com experiência no atendimento de encalhes de mamíferos aquáticos, orientou os técnicos da Comissão Ilha Ativa, que ficaram à frente do manejo do animal.
No dia 17, foram iniciadas articulações para a transferência do filhote para o oceanário de peixe-boi marinho do ICMBio em Itamaracá (PE), já que tinham se passados três dias desde o primeiro encalhe e era remota a possibilidade de a mãe ser encontrada. O oceanário é gerido pelo Centro de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (Cepene).
No dia 20, após articulações feitas pela Coordenação Regional 5 (CR 5) do ICMBio, o animal foi, finalmente, transferido para Itamaracá em avião fretado pelo Governo do Estado do Piauí. No meio da tarde, Mocinha já estava em sua nova casa, o oceanário, onde ficará pelos próximos anos, até que esteja em condições de ser reintroduzida à natureza.
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280