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Resex do Rio Cajari investe no agroextrativismo sustentável
Thais Lima
thais.lima@icmbio.gov.br
Brasília (09/11/2011) - Trabalhar o agroextrativismo da castanha-do-Brasil com as comunidades locais tradicionais da Reserva Extrativista (Resex) do Rio Cajari, unidade de conservação (UC) localizada no sul do Amapá. Este é o objetivo de um projeto implantado na região visando fortalecer o extrativismo sustentável local e investir na cadeia produtiva da castanha-do-Brasil na região.
A iniciativa visa, ainda, combater os gases de efeito estufa (GEE) que contribuem para o aquecimento da Terra. Isso se dá por meio da expansão de populações naturais de castanheiras, mapeando-se os castanhais e quantificando a produção e o potencial de emissões evitadas; bem como está se dando a fixação de carbono por meio da expansão da população de castanheiras nas áreas de roçado.
Além de garantir a manutenção das populações de castanheiras já existentes, o projeto visa traçar diagnóstico, pesquisa e validação do sistema de manejo da 'castanha na roça' em até um hectare, abarcando cinco famílias de cada uma das 13 comunidades envolvidas. Ao todo serão trabalhados 65 hectares, cujos resultados serão difundidos para 300 famílias extrativistas tradicionais da região.
O projeto visa melhorar a infraestrutura e processos de coleta da castanha, bem como o armazenamento, beneficiamento e transporte da produção, envoendo capacitação ambiental, produtiva e gerencial; apoio à administração do projeto e gestão das associações e cooperativa.
O projeto se propõe ainda a servir como meio de promoção da educação ambiental, levando a ideia da conservação das florestas e da biodiversidade amazonense, com a implantação de uma infraestrutura de comunicação e de divulgação de práticas sustentáveis.
Um comitê gestor será formado por instituições que participam do conselho deliberativo da Resex do Rio Cajari com atribuição de apresentar, a cada três meses, relatório de acompanhamento para avaliação. Será criada ainda uma coordenação executiva e duas subcoordenações (administrativa financeira e logística) a serem contratadas pelo projeto.
O projeto é fruto da iniciativa da Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas da Reserva Cajari (ASTEX-CA), com apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Associação de Mulheres do Alto Cajari (AMAC), da Cooperativa Mista dos Trabalhadores Agroextrativistas do Alto Cajari (COOPERALCA), da Embrapa no estado do Amapá, da Escola Família Agroextrativista do Maracá (EFAEX-MA), da Escola Família Agroextrativista do Carvão (EFAC) e do Conselho Nacional das Populações Tradicionais (CNS).
Castanha-do-Brasil
A espécie Bertholletia excelsa Humb. & Bonpl. é uma árvore nativa e típica da região Amazônica da qual se coletam frutos para produção da castanha. Seu fruto é um dos produtos florestais não madeireiros mais importantes para a Amazônia, sendo a atividade econômica de maior rentabilidade para comunidades tradicionais. Apesar de sua ocorrência em grande parte do bioma Amazônico, populações inteiras já foram destruídas devido ao avanço das fronteiras agrícolas.
A castanha-do-Brasil é um dos principais produtos que gera divisas para o estado do Amapá por meio da exportação. Além disso, é um produto de grande interesse para o agricultor de baixa renda, muito nutritivo, e largamente utilizado na alimentação familiar local. Além do tradicional mercado para nozes, já estabelecido, principalmente em países da Comunidade Européia, existe forte apelo para que o consumo de castanha-do-Brasil cresça mundialmente.
Resex do Rio Cajari
Criada pelo Decreto n° 99.145, de 12 de março de 1990, a unidade de conservação sob gestão do ICMBio possui características naturais relevantes e representa em primeiro plano uma conquista histórica das populações extrativistas tradicionais do sul do Amapá. Tem por objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações e assegurar o uso sustentável de parcela de seus recursos naturais em uma área de 501.771,1014 hectares.
Ascom/ICMBio
(61) 3341-9280