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Resex Baixo Juruá fiscaliza desova dos quelônios
Publicado em
14/09/2018 18h56
Objetivo da ação é resguardar os tabuleiros de desova, oportunizando que os quelônios nidifiquem nas praias.
Preocupada com o período de desova dos quelônios nas praias, a Resex do Baixo Juruá, em parceria com a Polícia Militar do Amazonas, realizou a Operação Desova entre os dias 24 de agosto a 6 de setembro. O resultado foi 10 autos de infração, sendo 8 relacionados a quelônios, os outros dois foram de tráfico de aves e transporte ilegal de Pirarucu (Arapaima gigas). Os quelônios apreendidos pela fiscalização foram soltos no rio Juruá. A proximidade da cidade de Juruá aumenta a pressão de captura sobre a espécie, demandando a intensificação de operações de fiscalização, aliadas à vigilância comunitária, realizada pelos beneficiários da unidade de conservação.
De acordo com o coordenador da Operação, o técnico ambiental Gerson Roessle Guaita, o objetivo da ação é resguardar os tabuleiros de desova, oportunizando que os quelônios nidifiquem nas praias. Paralelamente, foi realizada a vistoria nas embarcações de pequeno, médio e grande porte, que navegam o rio Juruá, e, frequentemente, transportam os animais para comercialização. Gerson enfatiza, ainda, a importância da sensibilização, junto aos tripulantes das embarcações e moradores da cidade, durante as abordagens, para a conservação das espécies de quelônios.
“A educação ambiental proporciona o senso de pertencimento do homem junto ao ambiente natural, consciente disso, ele repensa suas atitudes em relação à exploração dos recursos. A fiscalização é adotada para coibir aqueles que, apesar da informação e ciência da legislação, continuam com ações predatórias”, ressalta.
Nos meses de verão amazônico, quando as chuvas diminuem e os níveis dos rios abaixam, surgem as praias fluviais, transformando o cenário da região e estabelecendo um novo ciclo de vida à fauna. No período, os quelônios realizam a desova nas praias, conhecidas como tabuleiros. Na Resex do Baixo Juruá, banhada pelo rio Juruá, as desovas concentram-se em três tabuleiros principais, Antonina, Botafogo e Forte das Graças.
Entretanto, é nesta etapa do ciclo reprodutivo dos quelônio que eles estão mais susceptíveis a captura, tanto das matrizes reprodutoras, quanto dos ovos nos ninhos. Os quelônios e seus ovos são muito apreciados na culinária amazônica, sendo a captura indiscriminada, o principal fator de diminuição do tamanho populacional da tartaruga da amazônia, tracajá e iaçá, todos quelônios do gênero Podocnemis. De acordo com o plano de manejo da unidade de conservação, os beneficiários possuem o direito de consumir quelônios e seus ovos, quando estão nas comunidades ribeirinhas, sendo proibido o transporte para a cidade e a comercialização.
Na oportunidade da expedição, a equipe pode, ainda, acompanhar a pesca comunitária do pirarucu manejado. O manejo da espécie é realizado na UC, desde 2006, e o monitoramento atesta o aumento populacional do pirarucu. O técnico ambiental do Parna do Iguaçu e integrante da equipe de fiscalização, Carlos Henrique Bernardes, que participou da Operação Desova, ressalta a importância do manejo aliado a fiscalização contra a pesca e comércio ilegal, para o crescimento populacional da espécie. “Com isso, temos maior geração de renda para os beneficiários da Resex, cumprindo, dessa forma, a missão do ICMBio de proteger o patrimônio natural e promover o desenvolvimento socioambiental", ressalta.
Comunicação ICMBio
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