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Reservas do Marajó discutem turismo de base comunitária
Ideia é capacitar moradores a desenvolver melhor essa atividade
Brasília (06/02/2013) – O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) acaba de promover o primeiro intercâmbio sobre turismo de base comunitária para as unidades de conservação da Ilha do Marajó, no Pará. As reuniões, que ocorreram de 27 de janeiro a 1º de fevereiro, foram realizadas na Vila do Pesqueiro, na Reserva Extrativista (Resex) Marinha de Soure. Além dessa unidade, participaram moradores das Resex Terra Grande Pracuúba, pioneira nesse tipo de discussão, e de Mapuá.
Os debates sobre o turismo de base comunitária nas reservas do Marajó começaram se intensificar no ano passado com a realização de um estudo sobre o potencial turístico da Resex Terra Grande Pracuúba, feito em parceria com o Instituto Peabiru, e de um seminário sobre o tema. O seminário, ocorrido em dezembro com o apoio da Coordenação Geral de Uso Público do ICMBio, reuniu representantes de 11 UCs do Pará e Amapá.
O intercâmbio teve objetivo de incentivar o diálogo sobre o tema por meio da experiência dos moradores das reservas com os turistas que os visitam. Ao todo, participaram 11 comunitários das Resex Terra Grande-Pracuúba e Mapuá e mais 20 da Reserva Marinha de Soure. Durante uma semana, eles receberam capacitação sobre os conceitos e desafios do turismo de base comunitária, organização social e alimentação.
As oficinas abordaram assuntos como conceitos e vivências criativas, o fortalecimento da identidade e diversidade cultural, valorização da biodiversidade, pertencimento à comunidade e à Resex, valorização do sujeito como protagonista de sua história, desenvolvimento sustentável, extrativismo, impactos do turismo sobre o meio ambiente, o patrimônio cultural, a comunidade e as ameaças do turismo sexual.
Foram tratados ainda temas como boas práticas na manipulação de alimentos, matéria prima local e suas características nutricionais, alimentação voltada ao turismo e alternativas de utilização da matéria prima local.
“O momento e local da atividade foram ideais para trabalharmos esses tópicos. As comunidades estão entendendo os desafios e as oportunidades do turismo de base comunitária e aproveitamos para identificar possíveis alternativas para os moradores que já desenvolvem a atividade”, afirmou Aline Simões, Chefe da Resex Terra Grande-Pracuúba.
O intercâmbio contou com o apoio das secretarias de Educação e Trabalho do Pará, das universidades Federal do Pará (UFPA) e Federal Rural do Pará (UFRA). Foram também programadas ações futuras, como a elaboração de um plano de ação e a realização de um segundo módulo do intercâmbio em setembro.
O turismo de base comunitária é uma realidade para muitas comunidades extrativistas no Brasil. O ICMBio, por meio da Coordenação de Uso Público, trabalha o tema com as comunidades e, com o apoio de parcerias instituições públicas e privadas, busca oferecer capacitação aos moradores.
“Só assim, com o envolvimento da comunidade e parceiros, poderemos diminuir as dificuldades e criar uma rede de ação para desenvolver as atividades do turismo de base comunitária com mais consciência e participação, gerando novas oportunidades e buscando um desenvolvimento sustentável para as reservas extrativistas”, concluiu Aline.
Comunicação ICMBio
(610 3341-9280