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Reserva no Pará bate recorde na produção de borracha
Atividade cresce mês a mês e gera renda para os extrativistas
Brasília (19/07/2012) – Desde que retomou a produção da borracha em fevereiro deste ano, a Reserva Extrativista (Resex) Tapajós Arapiuns, no Pará, vem batendo sucessivos recordes: foram 150 kg comercializados em março; 800 kg em abril; 1,5 tonelada em maio; e 9,5 toneladas em junho. A previsão é de 30 toneladas por mês a partir de setembro.
Nesse ritmo vertiginoso de negócios, os produtores e as organizações de base se articulam para ter acesso à Política de Pagamento de Preço Mínimo (PGPM), do governo federal, melhorando assim o valor de mercado do produto. Atualmente o preço é de R$ 3 por quilo, pago à própria comunidade, no interior da Resex, sem custos de transporte.
Toda a logística de escoamento da produção conta com apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que administra a reserva e faz a articulação com as usinas compradoras da borracha. O Instituto também é responsável pelo mapeamento da origem do produto como, por exemplo, identificação de produtor, comunidade, lote etc.
Mauricio Santamaria, gestor da Resex Tapajós Arapiuns, está animado. “Ficamos muito felizes com a retomada desta cadeia produtiva, que não gerava renda há vários anos, devido à falta de mercados compradores na região. Sem falar que a seringueira e a produção da borracha foram os principais motivos que impulsionaram a criação da Tapajós Arapiuns”.
Nivaldo Martins dos Reis, coordenador de projetos da Resex Tapajós Arapiuns, demonstra satisfação ao ver os extrativistas vendendo sua produção e recebendo pagamento pelo seu trabalho. Para ele, “é mais uma fonte de renda digna para a população carente da região.”
Mercado
Por ano, o Brasil consome aproximadamente 342 mil toneladas de borracha e produz apenas 108 mil toneladas. A produção representa 1% do mercado mundial. O País já foi o maior exportador de borracha natural do mundo. Hoje importa 234 mil toneladas por ano, aproximadamente 70% do seu consumo.
Oitenta por cento da produção nacional se concentra no estado de São Paulo, nas áreas de plantio homogêneo. A borracha natural da Amazônia, nativa, tem melhor qualidade em comparação as produções de plantios homogêneos de São Paulo, Panamá, África e Malásia, por ter maior poder de elasticidade (PSI) devido à diferenciação na complexidade da cadeia do carbono. Ela é utilizada especialmente para produtos diferenciados como pneus de competição e retentores de alta pressão.
Leia também: ICMBio discute retomada da produção da borracha
Comunicão ICMBio
(61) 3341-9280