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Reserva Biológica Atol das Rocas registra primeira ocorrência de peixe-leão
- Foto: Carlos Ferreira
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) informa que, no dia 30 de abril, foi capturado um peixe-leão de 23 cm na piscina Garoupinha, localizada na Reserva Biológica Atol das Rocas. O peixe estava a 1,2 metros de profundidade e, após sua imediata retirada, ações de monitoramento foram intensificadas na unidade.
De acordo com a gestora, Maurizélia de Brito Silva, não houve novos registros após esta única captura."As ações de monitoramento foram intensificadas desde que o animal foi visto em Fernando de Noronha. Após o avistamento, aumentamos os esforços na área que capturamos o animal e nas piscinas das imediações", conta Maurizélia. Grande parte das atividades ocorrem em piscinas fechadas e abertas. Alguns dos locais onde estão ocorrendo o monitoramento são Barreta de Noroeste (Barretinha), Barreta de Nordeste (Barretão), Laguna e em áreas próximas ao anel do recife.
Uma equipe técnica permanece em campo realizando atividades de monitoramento com mergulhos que devem durar cerca de dois meses. A previsão é que as ações sejam estendidas para a área externa das piscinas, cumprindo a segunda parte do plano de ação iniciado em 2020.
Este trabalho é coordenado pelo ICMBio e conta com o apoio de pesquisadores e técnicos convidados, capazes de contribuir em caso de novos registros do peixe-leão. Todas as ações consideram aspectos como segurança, técnicas de manejo e estudos científicos.
Como a Reserva Biológica não é aberta para visitantes, a presença deste peixe não afeta turismo ou visitação. A Reserva recebe apenas pesquisadores, e todos são informados pela equipe da UC sobre os cuidados em relação a possível presença de mais indivíduos.
O peixe-leão mede até 47 cm, e possui 18 espinhos venenosos. Tem corpo listrado de branco e tons de vermelho, laranja e marrom.
Por que o peixe-leão é uma espécie invasora
O peixe-leão é uma espécie oriunda do Pacífico, ou seja, ele não é da fauna brasileira, e por isso, pode causar um grande impacto para a nossa biodiversidade. Ele se alimenta de animais do mesmo tamanho e consegue comer mais de 20 peixes em uma hora. Além disso, se reproduz bastante: põe cerca de 30 mil ovos. Logo, ele ocupa o território de espécies nativas, diminuindo a população destas e reduzindo a quantidade de peixes em recifes. Por não ser um animal nativo do Brasil, não há predador natural para o peixe-leão aqui no Brasil, portanto, não há controle da população.
O aumento populacional do peixe-leão causa impactos até mesmo para o ser humano, já que diminui a quantidade e variedade de pescado. Adicionalmente, por ser venenoso, oferece riscos à saúde de mergulhadores e banhistas. O veneno pode causar dor, náuseas e até convulsões, e demora cerca de 90 minutos para começar a agir.
No caso de encontrar um peixe-leão em unidade de conservação, o ICMBio recomenda que o mergulhador/banhista não interaja com o animal, pois os espinhos contém veneno. O recomendado é entrar em contato imediato com a chefia da unidade e informar o local de avistamento. Se for possível, informar a profundidade e levar imagens para facilitar a identificação. No caso de pescar acidentalmente um peixe-leão, recomenda-se que não se devolva ao mar: capture, removendo cuidadosamente os espinhos e, se possível, entregue ao ICMBio mais próximo.
Comunicação ICMBio
comunicacao@icmbio.gov.br