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Reintrodução à natureza da ararinha-azul pode ocorrer antes de 2017
Três exemplares em cativeiro na Europa serão repatriados. Chegam ao Brasil no fim deste mês
Brasília (05/02/2013) – A volta à natureza da ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) pode ocorrer mais cedo do que se esperava. Três exemplares da espécie, mantidos em cativeiro na Espanha e Alemanha, serão repatriados para o Brasil no final deste mês. Eles estão em quarentena, e todos os exames requeridos pelo Ministério da Agricultura já foram realizados. Em maio, será feita a repatriação de um novo grupo.
Nesse ritmo, analistas do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que coordena o Plano Nacional (PAN) de Conservação da Ararinha-Azul, já pensam em antecipar as reintroduções na natureza, previstas para 2017. “Essa possibilidade já vem sendo discutida nas reuniões do comitê gestor do PAN”, disse João Luiz, chefe do Cemave.
A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) é considerada extinta na natureza desde 2000. Atualmente, há no mundo apenas 79 indivíduos, mantidos em programas de cativeiro. A maioria encontra-se em mantenedores no exterior e somente cinco compõem a população reprodutiva no Brasil. A história de uma ararinha-azul domesticada, descoberta nos EUA em 2002, inspirou o cineasta brasileiro Carlos Saldanha a fazer o filme de animação “Rio”, sucesso de bileteria no ano passado.
Transferência
Ontem (segunda-feira, 4), o Cemave coordenou uma importante transferência de ararinhas-azuis na Europa. O objetivo dessas ações, segundo a analista Camile Lugarini, que acompanhou os trabalhos, é aprimorar, o máximo possível, o pareamento e melhorar os índices reprodutivos da população em cativeiro.
A transferência incluiu um macho, Lampião, e uma fêmea, Bonita, da Fundação Loro Parque, em Tenerife, na Espanha, para a sede da Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP), na Alemanha. As duas instituições participam dos programas internacionais de cativeiro.
As ararinhas foram embarcados em um jato fretado especificamente para esse fim, o que garantiu o transporte separado de outros animais e com menos estresse. A viagem durou cerca de nove horas. Ao chegarem à ACTP, as aves foram colocadas diretamente na quarentena. “Eles não mostraram sinais de estresse, alimentaram-se durante o voo e passam bem”, informou Camile.
Plano nacional
O PAN da Ararinha-Azul foi instituído pelo ICMBio em 2012. Prevê um conjunto de medidas que visam a aumentar a população manejada em cativeiro e recuperar e conservar o habitat de ocorrência histórica da espécie até 2017. Para isso, o projeto “Ararinha na Natureza” desenvolve ações nas comunidades do município de Curaçá, na Bahia.
O grande desafio do plano é manejar a população em cativeiro como uma população única, geneticamente viável e com crescimento considerável de, no mínimo, seis indivíduos ao ano. A espécie possui baixos índices reprodutivos. Os mantenedores que têm obtido melhores índices de nascimento são a Al Wabra Wildlife Preservation, no Qatar, e a ACTP, na Alemanha.
Comunicação ICMBio
(61) 3341-9280