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Quelônios da Esec de Pirapitinga são monitorados
Publicado em
01/07/2019 20h13
Atualizado em
04/07/2019 19h56
Objetivo é monitorar possíveis impactos na unidade de conservação, advindos do rompimento da Barragem I do Córrego do Feijão em Brumadinho-MG.
O cágado-de-barbicha é considerado importante “sentinela” quanto à bioacumulação de metais pesados. (Foto: Rafael Valadão)
A equipe do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN) realizou a 2ª Campanha de Monitoramento de Quelônios na Estação Ecológica (Esec) de Pirapitinga. A ação aconteceu entre os dias 28 de maio e 6 de junho, e é parte do esforço do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em monitorar possíveis impactos na unidade de conservação e no seu entorno, advindos do rompimento da Barragem I do Córrego do Feijão em Brumadinho (MG).
Para isso, foram instaladas 77 armadilhas tipo covo (“funnel trap”) no Lago de Três Marias (MG) ao longo do perímetro da Unidade de Conservação. Na Vereda Grande, definida como área controle por ser um local fora do efeito dos prováveis contaminantes, foram instaladas 40 armadilhas. O objetivo foi capturar espécimes de Phrynops geoffroanus, o “cágado-de-barbicha”, considerado importante “sentinela” quanto à bioacumulação de metais pesados.
Ao final da expedição foram capturados 51 indivíduos da espécie de interesse, sendo 33 no reservatório da UHE Três Marias (17 machos, 12 fêmeas e 4 jovens) e 18 espécimes na Vereda Grande (2 machos, 13 fêmeas e 2 e 1 filhote). Os espécimes capturados foram marcados a partir de um esquema numérico de cortes nos escudos marginais da carapaça, para sua individualização e posterior reconhecimento em caso de recapturas futuras. Todos os indivíduos tiveram dados biométricos coletados. Devido ao tamanho diminuto do filhote, não foram coletadas amostras biológicas.
A equipe colheu ainda amostras de sangue para análises ecotoxicológicas (metais pesados), estudos de hemoparasitas e preparação de esfregaços para contagem de micronúcleos de 50 indivíduos. Para análises de metais pesados também foram coletadas amostras de garra, membrana interdigital e escudo marginal, resultante do processo de marcação dos indivíduos. Posteriormente todos os indivíduos foram soltos no exato local de sua captura.
Durante a expedição, 60 armadilhas foram danificadas por ataques de piranhas, traíras e jacarés. Somando os dados da primeira e segunda Campanha forma capturados o total de 98 indivíduos. Os resultados serão importantes para avaliar o impacto sobre a população das espécies, por meio do monitoramento populacional ao longo de 5 anos, afirma Sônia Mendonça, analista ambiental do RAN. Todo o trabalho foi realizado em parceria com a equipe da Esec de Pirapitinga.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) relacionados:
Comunicação ICMBio
(61) 2028 9280
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