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Projeto peixe-boi amazônico retoma atividades
Área de estudo foi ampliada para duas UCs no Pará
Brasília (26/04/2012) – O projeto de conservação do peixe-boi-amazônico ( Trichechus inunguis ) no baixo rio Negro reiniciou suas atividades no Parque Nacional (Parna) de Anavilhanas, no Amazonas. Nesta nova etapa, a área de estudo foi ampliada para o baixo Tapajós, no Pará, o que permitiu a inclusão de duas unidades de conservação: a Reserva Extrativista (Resex) Tapajós Arapiuns e a Floresta Nacional (Flona) do Tapajós. Com isso, o projeto passa a ser intitulado “Monitoramento de habitats e alimentação de peixe-boi amazônico no baixo Rio Negro e baixo Rio Tapajós”.
A iniciativa é coordenada pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica (Cepam), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos do ICMBio (CMA) e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Segundo a coordenadora do projeto e analista ambiental do Cepam, Luciana Crema, “tanto os resultados sobre alimentação, quanto os de qualidade de habitats poderão ser comparados entre ecossistemas bastante diferentes: os lagos formados pelas ilhas de Anavilhanas no baixo rio Negro e os lagos marginais encontrados nas unidades situadas ao longo do baixo rio Tapajós”.
Mais conhecimentos
A previsão é que o estudo desenvolvido em áreas tão distintas amplie o conhecimento sobre a biologia da espécie e sobre as características físicas e químicas dos lagos onde há indícios da presença do peixe-boi amazônico.
“Notamos que as espécies utilizadas na alimentação do peixe-boi no baixo rio Negro são bastante diferentes das que observamos já na primeira expedição no baixo Tapajós, realizada entre os dias 9 e 13 de abril. As águas do Tapajós são claras, muito transparentes, o que possibilita que plantas aquáticas submersas sejam bastante frequentes, bem diferente do que é observado no baixo rio Negro”, afirma Luciana.
O projeto não prevê apenas atividades de pesquisa dentro dos lagos, mas também envolve trabalhos realizados diretamente com as comunidades presentes nas unidades de conservação. Segundo Nivaldo dos Reis, analista ambiental da Resex Tapajós Arapiuns, “enquanto uma equipe visita os lagos, outra faz contato com as comunidades visitando escolas ou organizando rodas de conversa com os comunitários.
Na primeira saída de campo, realizada no Tapajós, em março, os pesquisadores, ainda segundo Reis, conseguiram dimensionar o tamanho das comunidades visitadas, conhecer suas expectativas e estabelecer meios de comunicação, o que auxiliará na condução dos trabalhos, principalmente nas atividades de sensibilização ambiental.
Apoio das comunidades
Maurício Santamaria, chefe da Resex Tapajós Arapiuns, disse que a iniciativa é importante para o manejo e conservação do peixe-boi amazônico não somente na unidade, mas em toda região do Tapajós. “O trabalho ganha mais importância por ser pioneiro na região. As comunidades acolheram o projeto de forma surpreendente a exemplo da comunidade de Anumã, onde foi realizado trabalho de reintrodução de peixes- boi pelo CMA", explica ele.
O projeto continuará com saídas de campo ao longo do ano, com maior número de expedições para as unidades de conservação do baixo Tapajós, já que o trabalho de mapeamento dos lagos nessa região acabou de ser iniciado. No baixo rio Negro, as expedições se manterão nas quatro fases do ciclo das águas (enchente, cheia, vazante e seca) devido aos lagos do Parna de Anavilhanas já terem sido mapeados e estarem em fase de monitoramento.
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