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Projeto inédito usa hidrofones para captar som das baleias francas
A comunicação entre mães e filhotes é fundamental para a manutenção da proximidade entre eles
Brasília (21/11/11) – Projeto inédito no Brasil está utilizando hidrofones para gravar os sons que as baleias fazem para se comunicar embaixo da água, principalmente entre as fêmeas e seus filhotes. O pioneirismo deste trabalho vem da parceria entre pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA), vinculado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Projeto Baleia Franca, das universidades federais de Santa Catarina (UFSC) e do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Universidade da Pensilvânia (EUA).
Como chega ao fim da temporada reprodutiva, as francas começam a se preparar para a migração às áreas de alimentação próximas à Antártida. “A comunicação entre mães e filhotes é fundamental para a manutenção da proximidade entre eles uma vez que o filhote depende da mãe para sua sobrevivência até a chegada ao destino”, explica a bióloga e diretora Projeto Baleia Franca, Karina Groch.
O analista ambiental do CMA, Paulo Flores, destaca que esse estudo é importante para que se possa compreender como as francas se comunicam em um ambiente com pouco ruído subaquático.
“Os pesquisadores sabem que nos Estados Unidos as francas estão tendo dificuldade de se encontrar em função da poluição desse habitat, o que consequentemente afeta a reprodução. Há 15 anos existiam cerca de oito mil baleias no Hemisfério Sul. Hoje comemoramos o número de 13 mil baleias existentes, ou seja, quase o dobro”, disse Flores.
Saiba mais
Durante quase quatro séculos as baleias francas que frequentam a costa brasileira sofreram com a ação de caçadores. Por ser bastante dócil, a espécie era alvo fácil e quase foi extinta.
Devido trabalhos desenvolvidos para a conservação da espécie, como o do Projeto Baleia Franca, que há 29 anos pesquisa e monitora os hábitos desses animais, a espécie está se recuperando.
Hoje há 670 francas catalogadas no Brasil, o dobro do que havia há oito anos - recuperação que também pode ser observada em outras áreas de ocorrência da espécie.
Ascom/ICMBio
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