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Presidente participa do V Congresso de Jornalismo Ambiental
Em Painel sobre "O bem estar social e o uso/ocupação do território"
Sandra Tavares
sandra.tavares@icmbio.gov.br
Brasília (18/10/2013) – O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Roberto Vizentin, participou na sexta-feira (18), no Centro Universitário de Brasília (UniCeub), do Painel 'O bem estar social e o uso/ocupação do território', parte da programação do V Congresso de Jornalismo Ambiental, promovido pela Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental-RBJA.
Participaram também da palestra o geógrafo da UnB, Aldo Paviani, que falou sobre 'Ocupação urbana, crescimento e sustentabilidade', o secretário de Defesa Civil do Distrito Federal, coronel Luiz Ribeiro, que tratou sobre ' Ocupação desordenada e desastres naturais'; a consultora em Mudanças Sustentáveis, Alexandra Reschke que abordou 'Gestão Territorial- interesses e desafios'. Vizentin falou sobre 'Gestão e planejamento territorial no Brasil', com moderação feita pelo jornalista da RBJA e da Globo News, André Trigueiro.
Aldo Paviani deu ênfase à ocupação de Brasília que, mesmo tendo sido uma cidade planejada, enfrenta problemas estruturais, a exemplo do adensamento urbano nas cidades satélites e dos problemas de transporte público (ônibus e metrô). A verticalização de cidades como Águas Claras foi outro exemplo citado pelo geógrafo da UnB.
O coronel da Defesa Civil do DF, Luiz Ribeiro, explanou de forma simples e objetiva sobre como os grandes acidentes que são fruto da ocupação desordenada do solo acontecem e como, no caso de Brasília, os avanços históricos sobre o território tem se dado nas áreas mais sensíveis como próximo a áreas de preservação, como margens de rios e córregos.
Já a consultora em Mudanças Sustentáveis, Alexandra Reschke, usou um exemplo histórico da abolição da escravatura, para destacar que assim como os escravos, à época da abolição, não tinham para onde ir e muitos ficaram pelas ruas vendendo sua mão de obra a preços baixíssimos, a questão do território ainda é um impasse, quando se pensa que as áreas são planejadas tendo como premissa os interesses de grandes grupos econômicos ou sociais.
"A abolição interessou a quem naquela época? E a gestão dos espaços interessa a quem hoje? Nesse sentido é preciso assumirmos nosso ativismo político, tendo conhecimento de nós mesmos para que tenhamos um dia uma sociedade mais responsável por suas escolhas", destacou Alexandra. E reforçando esse pensamento o presidente do ICMBio, Roberto Vizentin, levantou um grande questionamento ao público: "O Brasil tem de fato uma política de planejamento territorial?".
Para ele, se cada cidadão não percebe esse planejamento na escala regional/local, em suas cidades, que dirá em escala nacional, no amplo território brasileiro. "E mesmo que essa política de planejamento existisse, de quem seria a competência de conduzi-la?", frisou ele.
Ele levou o público à reflexão de que, antes mesmo o Brasil precisa desenhar uma proposta de gestão do território que não seja fruto de uma visão fragmentada, com foco em modelos específicos de desenvolvimento. "Temos que ser ativos nesse processo de construção de um modelo que leve a sustentabilidade e o bem estar social para dentro do debate. Esse tem sido o grande desafio da área ambiental", destacou Vizentin ao público formado por estudantes e assessores de comunicação especializados em meio ambiente.
Segundo dados da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da Food and Agriculture Organization (FAO), citados por Vizentin, em breve a população do planeta será de nove bilhões de pessoas e será preciso mais alimentos. E nesse sentido, o Brasil é visto internacionalmente como o grande celeiro agrícola. "Mas se esquecem de que somos o grande celeiro de biodiversidade também", frisou o presidente do ICMBio, para quem a dimensão da sustentabilidade tem a ver "com a capacidade de suporte e de produção dos ecossistemas. E isso tem que ser respeitado", frisa Vizentin.
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