Notícias
Presidente do ICMBio dá coletiva a jornalistas alemães
Ele falou sobre as ações do ICMBio, Código Florestal e Rio+20
Elmano Augusto
elmano@icmbio.gov.br
Brasília (07/05/2012) – O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Roberto Ricardo Vizentin, concedeu, nesta segunda (7), em Brasília, entrevista coletiva a jornalistas da imprensa alemã. Entre outros assuntos, ele falou sobre as ações do ICMBio, Código Florestal e a Rio+20, conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável que ocorrerá em junho, no Rio de Janeiro.
O grupo de jornalistas está de passagem pelo Brasil e se prepara para cobrir a conferência. Eles fizeram questão de conhecer o Instituto por entender que a conservação da biodiversidade brasileira é fundamental para todo o planeta. Além do presidente Vizentin, Mauro Pires, ex-diretor do Departamento de Combate ao Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, participou da entrevista.
Apoio da GIZ
Os jornalistas estavam acompanhados de dirigentes da GIZ, agência de cooperação técnica e financeira alemã, que tem vários convênios com o governo brasileiro na área ambiental. Por isso mesmo, Vizentin abriu a coletiva, reconhecendo a importância desse apoio.
“Um bom exemplo de como essa cooperação vem dando certo são as unidades de conservação (UCs), muitas delas apoiadas técnica e financeiramente pela GIZ”, afirmou, ao citar que o Instituto administra 310 UCs federais, algo em torno de 78 milhões de hectares, quase 10% do território brasileiro.
“E isso são só as unidades federais. Temos ainda as estaduais e municipais. Nessas unidades, divididas em proteção integral e uso sustentável, além de conservarmos a natureza, procuramos dar alternativa de renda para as populações pobres”, acrescentou o presidente, ressaltando o aspecto socioambiental do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) .
Metas da CDB
Com o apoio de um mapa do Brasil, onde estão indicadas as UCs nos vários estados e regiões, Roberto Vizentin destacou o esforço que o Brasil vem adotando para cumprir as metas da CDB (Convenção da Diversidade Biológica), da ONU, de criação de áreas protegidas em, no mínimo, 17% de cada bioma.
“Na Amazônia, que equivale a quase metade do Brasil, já fizemos a nossa parte. Mais de 20% desse que é o nosso maior bioma estão protegidos legalmente. Nosso desafio agora é cuidar dos outros biomas, principalmente do Cerrado, onde a fronteira agrícola avança com rapidez”.
Código Florestal
Perguntado a respeito da recente aprovação pela Câmara dos Deputados do projeto de Código Florestal que traz mudanças com as quais o governo não concorda, Vizentin esclareceu que a presidente Dilma Roussef tem poder de veto, mas só deve tomar uma decisão depois de avaliar as questões jurídicas e ouvir os setores interessados.
Um dos jornalistas quis saber qual a maior ameaça à floresta amazônica, se o desmatamento para comercialização da madeira, para a criação de gado ou para a agricultura. Vizentin respondeu que cada uma das três variáveis tem seu peso, mas “a maior ameaça é não se implantar um modelo de desenvolvimento que incorpore as áreas desmatadas às novas matrizes sustentáveis”.
“Daí é importante obtermos tecnologia, no que a Alemanha e os países ricos podem ajudar em muito o Brasil. Estudos mostram que, com técnicas avançadas, podemos triplicar a nossa produtividade sem que seja preciso desmatar um só hectare a mais, além da área já usada atualmente”.
Ainda nessa linha, Vizentin fez questão de ressaltar o manejo sustentável de produtos madeiros e não-madeireiros e a adoção de uma agricultura integrada à preservação da floresta. “Tudo isso prova que é falso o argumento de que é preciso mudar a legislação (Código Florestal) para permitir o desenvolvimento no campo”.
Para reforçar a tese, Mauro Pires lembrou que recente pesquisa de opinião pública realizada no país mostrou que 80% das pessoas consultadas são contra mudanças no Código Florestal. Para elas, as modificações poderão acarretar graves problemas ambientais no futuro.
Rio+20
Indagado a respeito do anúncio feito na semana passada pela chanceler alemã, Angela Merkel, de que não virá ao Brasil para a Rio+20, o presidente do Instituto lamentou a decisão. Afirmou que a ausência de uma chefe de governo de um país tão importante não é uma boa notícia. "Com isso, perdem todos".
Em compensação, alertou ele, a vitória do socialista François Hollande nas eleições da França, no último domingo, aumenta a chance de uma representação do país europeu na conferência, já que Nicolas Sarkozy, derrotado no pleito, havia sinalizado que não viria.
Por fim, o presidente do ICMBio disse acreditar que, apesar da anunciada desistência de Merkel, os representantes do governo alemão que virão à conferência devem cumprir um papel muito importante nas negociações, dada a tradição e o protagonismo da Alemanha no que tange às causas ambientais.
Os jornalistas
Participaram da coletiva os jornalistas Sven Weidlich, do Frankfurter Neue Presse; Dagmar Dehmer, do Berliner Tagesspiegel; Thomas Mayer, do Leipziger Volkszeitung; Olaf Steinacker, do Westdeutsche Zeitung ; Thomas Thieme, do Stuttgarter Zeitung; Joachim Wille, do Frankfurter Rundschau; Martin Hofmann, do Südwestpresse; e Frank Specht, do Handelsblatt.
Os representantes da GIZ no Brasil, Helmut Eger e Anna Lena Schanz, e na Alemanha, Anja Tomic, acompanharam toda a entrevista. Ao final, Helmut e Anja fizeram questão de reafirmar o apoio do governo alemão, em especial da agência, às iniciativas em defesa da conservação da natureza tomadas pelo governo brasileiro.
Comunicação ICMBio
(61) 3341-9280