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Plano de Ação Territorial Xingu avança em coletas de informação sobre espécies ameaçadas
- Foto: Expedição PAT Xingu
Uma expedição de 20 dias em agosto, no Xingu, fruto de ação coordenada de diferentes instituições, levantou informações e estratégias para preservação de espécies da flora e da fauna presentes em cavernas. A atividade integra o Plano de Ação Territorial para Espécies Ameaçadas de Extinção do Xingu (PAT Xingu) e também realizou levantamentos sobre espécies ainda não descritas pela ciência.
A coordenação ficou à cargo do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (IDEFLOR-Bio), e contou com a participação de servidores do Instituto Chico Mendes e de pesquisadores de universidades públicas. O PAT Xingu visa a conservação de oito espécies-alvo e seus habitats. O plano integra o projeto Pró-Espécies: Todos contra a extinção, que tem o objetivo de adotar ações de prevenção, conservação, manejo e gestão que minimizem as ameaças e o risco de extinção de espécies.
Em uma das atividades iniciais, foi realizada uma visita técnica na caverna do Limoeiro, em Medicilândia (PA), que é habitada por um inseto que não era registrado há mais de 25 anos, o Troglobius brasiliensis. É um animal que está classificado como Criticamente em Perigo de extinção (CR) e é uma das espécies-alvo do PAT Xingu. O inseto não possui olhos ou pigmentos e só foi encontrado em ambientes cavernícolas, contribuindo para a biodiversidade do ambiente. Os especialistas presentes na expedição visitaram outras cinco cavernas da região para avaliar o estado de conservação dos locais. Esses levantamentos são essenciais para trazer novas informações sobre a fauna subterrânea, que possibilitará uma melhor gestão para a preservação do meio ambiente. A investigação também busca identificar quais são ameaças às espécies, se elas se mantêm as mesmas das primeiras avaliações ou se novos impactos contribuem para aumentar o risco de extinção das espécies essenciais para o equilíbrio do ecossistema.
“As ações do PAT Xingu vão diminuir lacunas de conhecimento e isso ajuda a obter elementos para justificar a conservação e uso regrado dessa terra e até a criação de Unidades de Conservação. Conhecendo um pouco mais sobre a fauna e a realidade deste território, teremos a possibilidade de propor estratégias”, afirma o analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (Cecav/ICMBio), Daniel Mendonça.
O CECAV
O trabalho de pesquisas nas cavernas no Brasil é coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (CECAV) e, por isso, a participação de representantes do ICMBio na expedição do PAT Xingu estava prevista desde a elaboração do plano. Esses ambientes são bens da União, segundo a Constituição Federal, e seus ecossistemas e patrimônio genético devem ser preservados para gerações futuras. São 23 mil cavernas cadastradas no Brasil, mas há uma estimativa de que em todo o território nacional existam 150 mil ambientes cavernícolas em diferentes tipos de rochas.
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