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Pesquisadores desenvolvem levantamento florístico
Publicado em
08/03/2019 18h38
Atualizado em
27/03/2019 16h11
A flora dos Lençóis Maranhenses é importante para a estabilidade do ecossistema e conservação da fauna.
Foto: Selma Ramos
O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses recebeu durante os dias 16 a 19 de fevereiro uma equipe de botânicos da Universidade Federal do Maranhão para coletas de campo para o levantamento florístico da unidade de conservação. Embora a vegetação da restinga do Parque tenha baixa riqueza de espécies se comparadas a outras restingas do Brasil, a unidade está posicionada no ecótono entre os biomas Caatinga, Cerrado e Amazônia, formando uma comunidade única de transição. É possível, por exemplo, encontrar indivíduos do cactus mandacarú (Cereus jamacuru), típico da caatinga, próximo à um pedorreiro (Parinari campestris) que é típico da amazônia.
A flora dos Lençóis Maranhenses é importante para a estabilidade do ecossistema e conservação da fauna. Pesquisas recentes registraram uma riqueza de 59 espécies de abelhas nativas apenas na região da Ponta do Mangue. As atividades de campo tiveram apoio logístico da equipe do parque e participação de uma voluntária. A pesquisa está devidamente autorizada no SISBIO sob o nº 65368.
Leia a entrevista pingue-pongue com professor Eduardo Bezerra de Almeida Júnior, do Laboratório de Estudos Botânicos, do Departamento de Biologia, Universidade Federal do Maranhão.
Parque: Qual a importância da pesquisa pra conservação da flora do parque?
Eduardo Almeida:
A pesquisa é importante devido a ausência de estudos pra área. E que a maior riqueza da área está na composição de espécies herbáceas, que são plantas menores e que conseguem se desenvolver em ambientes como as Dunas. Além disso, o parque precisa ser mais explorado cientificamente pra que seja possível identificar espécies endêmicas ou ameaças de extinção, e até espécies novas, que precisam de um olhar diferenciado. E conhecendo a flora, a gente consegue ter um conhecimento maior das interações dela com a fauna (principalmente polinizadores) para que se possa propor mais medidas de conservação para a área.
Parque: O que vc achou do apoio pelo programa voluntariado?
Eduardo Almeida:
Sobre o programa de voluntariado ele é fundamental pra que diferentes alunos tenham uma vivência em campo, conheçam metodologias de diferentes pesquisas e que possa ter contato com diferentes pesquisadores. Às vezes, o graduando não tem aulas de campo ou até mesmo aulas práticas e busca o voluntariado pra ter essa experiência. Sendo uma importante contribuição para a formação do aluno. E essas vivências de campo ajudam no crescimento do estudante como pesquisador e permitem que o aluno possa interagir com diferentes pessoas nas diferentes linhas de pesquisa.