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ESPELEOLOGIA
Pesquisa analisa potencial turístico de cavernas da Bahia
Gruta dos Brejões - Morro do Chapéu, Bahia (BA) - Foto: Ricardo Pereira
A Bahia possui quase duas mil cavidades naturais subterrâneas em seu território, é o terceiro estado brasileiro com o maior número de cavernas conhecidas, ficando atrás apenas de Minas Gerais (10.570) e Pará (12,63%), conforme aponta o Anuário Estatístico do Patrimônio Espeleológico Brasileiro de 2022. Embora a região apresente um grande potencial turístico relacionado às cavernas (espeleoturismo), problemas como falta de infraestrutura e baixo índice de desenvolvimento socioeconômico atrapalham o desenvolvimento da atividade. Buscando estudar esse cenário e oferecer soluções para essa realidade, foi desenvolvida a pesquisa “Caracterização e Regionalização dos Terrenos Cársticos, em Rochas Carbonáticas, no Estado da Bahia”.
O projeto foi realizado ao longo dos anos de 2021 e 2022, quando foram percorridos cerca de 10.500 Km no estado. Dentre os resultados, foi publicado um artigo na Revista Brasileira de Espeleologia e em dois livros, que devem ser lançados ao longo dos próximos anos, afirma o coordenador do projeto, Ricardo Pereira. A pesquisa aponta que atividades como mineração e agricultura, além de estruturas como rodovias e plantas eólicas, ameaçam a integridade de cavernas e do carste. Por meio de práticas sustentáveis de gestão, proporcionadas e incentivadas pelo turismo espeleológico, os pesquisadores concluíram que há um alto potencial de desenvolvimento para as comunidades no entorno das principais cavernas. O projeto aponta que o espeleoturismo com um trabalho correto de manejo pode assegurar uma maior proteção do patrimônio de cavernas do Estado, que conta com regiões como Iraquara, na Chapada Diamantina, onde essa atividade está bem consolidada, mas ainda há perspectivas de ampliação. Por meio da síntese de uma análise SWOT, uma ferramenta de planejamento estratégico utilizada para identificar situações e auxiliar na tomada de decisões, o trabalho apresentou os fatores de força, fraqueza, oportunidades e ameaças relacionados à exploração da atividade turística em cavernas baianas.
O projeto foi financiado a partir de uma cooperação entre o ICMBio - por meio do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (Cecav), e a Vale S.A., com contribuição dos membros do Núcleo de Estudos Hidrogeológicos e do Meio Ambiente (NEHMA - IGeo/UFBa): Tarsila Carvalho, Carlos Gleidison da Purificação, Leo Linke e Raphael Parra, sob a coordenação do prof. Ricardo Pereira.
De acordo com a pesquisa, as cavernas do estado são ameaçadas por atividades potencialmente degradantes, tais como mineração, agricultura e instalação de grandes estruturas como estradas, barragens e plantas eólicas. Além disso, a ocupação humana desordenada nos arredores das cavernas e, especialmente, a baixa cobertura de saneamento básico em muitos dos municípios detentores de cavidades, causam impactos negativos nesses sistemas.
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