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Pesquisa avalia saúde de aves em parque no Paraná
Estudo no Saint Hilaire/Lange vai subsidiar plano de manejo
Brasília (05/04/2013) – Pesquisa que vem sendo feita no Parque Nacional de Saint Hilaire/Lange aponta indícios de que há relação entre a saúde das aves que habitam a unidade de conservação (UC), gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), no Paraná, e as atividades humanas e as alterações climáticas registradas na região.
O estudo, comandado pelo médico veterinário José Carlos Roble Júnior, aluno de mestrado da Universidade Federal do Paraná (UFPR), já identificou impactos de origem antrópica (provocados pelo homem) sobre a distribuição e a diversidade de aves florestais, indicando que há uma correlação entre diferentes graus de urbanização, carga parasitária e estado de saúde dessas aves.
Para permitir a padronização e comparação dos dados, a pesquisa é focada em quatro espécies de aves: sabiá-coleira ( Turdus albicollis ), tiê-da-mata ( Habia rubica ), flautim ( Schiffornis virescens ) e limpa-folha-coroado ( Philydor atricapillus ). A avaliação física consiste em um exame clínico do animal e coletas de ectoparasitas e de sangue para posterior identificação de hemoparasitas.
Agropecuária, mineração e psicultura
A pesquisa no parque e em seu entorno busca ainda informações sobre outro tipo de ambiente florestal e diferentes atividades humanas, ampliando o diagnóstico da situação, já que as áreas amostradas incluem matas próximas a atividades agrícolas, pecuária, piscicultura, mineração e zona urbana, além de duas áreas dentro da UC.
Para Beatriz Gomes, médica veterinária e analista ambiental do parque, estudos como esse são importantes para que se tenha a real dimensão da influência que as atividades humanas exercem sobre a saúde dos animais silvestres, especialmente daqueles que vivem na fronteira entre a floresta e as zonas rural e urbana.
Ainda segudo ela, a pesquisa é importante também para a gestão do parque. Além de contribuir com informações para a elaboração do plano de manejo da unidade, permitirá a adoção de estratégias de conservação das aves em conjunto com as atividades econômicas do entorno.
Levantamento das espécies
A pesquisa, que começou em 2002, é realizada em conjunto com o levantamento das espécies de aves que ocorrem na UC, do qual participam pesquisadores da UFPR vinculados ao Centro de Estudos do Mar e ao campus Palotina, além da equipe do parque.
Em seu projeto, o pesquisador destaca a importância do estudo para preencher lacunas de informações sobre parasitas de aves da região de Mata Atlântica e para enriquecer a discussão com relação à influência das atividades humanas e do clima sobre a saúde das aves, iniciado em 2010 pelo médico veterinário Paulo Mangini, que estudou a questão em vilas de pescadores no litoral paranaense.
Comunicação ICMBio
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