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Peixe-boi será reintroduzido na Costa dos Corais
Ação é coordenada pela equipe do CMA/ICMBio
Thaís Alves
thais.lima@icmbio.gov.br
Brasília (16/09/2013) - Nesta terça-feira (17), um exemplar de peixe-boi será reintroduzido na natureza pela equipe do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Assu, um macho de aproximadamente 13 anos, será solto dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, unidade de conservação federal sob gestão do ICMBio, no rio Tatuamunha, em Porto de Pedras, Alagoas.
A ação é coordenada pelo ICMBio/CMA, em parceria com o Instituto Mamíferos Aquáticos, e conta com o apoio de diversas instituições como, por exemplo, a Petrobras e o Fundo Brasileiro para Biodiversidade (Funbio). Ainda há o apoio da equipe da APA Costa dos Corais e seus parceiros: Fundação SOS Mata Atlântica e Fundação Toyota do Brasil e uma rede de colaboradores locais que integram o conselho da unidade de conservação.
Monitoramento
Após a soltura do animal ele continuará sendo monitorado por meio do sistema de telemetria satelital, que emite sinais em frequências VHF/PTT/GPS. Segundo Sheila Janaina Gomes, da base do CMA em Alagoas, Assu receberá em sua cauda um transmissor para o monitoramento.
"O transmissor fica dentro do housing, um equipamento parecido com uma casinha que protege o transmissor do contato com a água. O housing estará fixo no cabo flexível acoplado no cinto colocado no pedúnculo caudal", explica a bióloga. Uma equipe de técnicos e veterinários manterão o monitoramento diário, observando o comportamento e os deslocamentos do animal.
Atualmente, a base avançada do CMA em Alagoas acompanha 12 animais soltos na natureza. A partir do mês de outubro, existe a previsão de translocar mais cinco peixes-bois da sede nacional do ICMBio/CMA, na Ilha de Itamaracá, em Pernambuco, para a APA Costa dos Corais.
Segundo dados do ICMBio, 32 peixes-bois foram reintroduzidos desde sua criação, sendo 26 reintroduzidos no litoral alagoano. Saiba mais sobre o CMA .
Assu
O peixe-boi ficou aos cuidados da equipe da sede do CMA/ICMBio durante 11 anos. Em 2011, Assú foi translocado para um recinto em ambiente natural e reside desde então no rio Tatuamunha, em Porto de Pedras, Alagoas.
Ele foi encontrado ainda filhote, encalhado na praia de Retiro Grande, no Ceará, em 23 de fevereiro de 2000. Na ocasião, Assú foi resgatado pela organização não governamental Aquasis e encaminhado seis dias depois para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), na sede do Projeto Peixe-Boi/ICMBio/CMA, localizada na Ilha de Itamaracá.
Fêmea Telinha
No dia 2 de setembro deste ano, mais um peixe-boi foi reintroduzido na área da APA Costa dos Corais. Desta vez foi uma fêmea, chamada de Telinha, que também encalhou quando era filhote, mas no município de Areia Branca, no Rio Grande do Norte, em 2007.
Durante um período de aproximadamente quatro anos, Telinha passou por um processo de reabilitação até chegar à idade adulta. Após avaliação clínica e comportamental, ela foi translocada no dia 05 de abril de 2011 para o cativeiro natural, localizado no rio Tatuamunha, onde passou por algumas adaptações, como oscilação de maré, gradiente de salinidade e oferta de alimentos naturais (algas marinhas e bancos de capim-agulha).
Em março de 2012 ela foi liberada do cativeiro com o equipamento de monitoramento. Um ano depois, Telinha apareceu com peso abaixo do ideal e debilitada. Após avaliação clínica, através da coleta de sangue e outros parâmetros, ficou diagnosticado um quadro de desidratação, provocado pela ingestão insuficiente de nutrientes. Provavelmente a fêmea não estava encontrando alimentação natural no meio ambiente.
Devido aos riscos, a equipe técnica do CMA/ICMBio optou pelo retorno do animal ao cativeiro natural para passar por um novo período de reabilitação antes de uma nova soltura no início deste mês. Além do trabalho de monitoramento comportamental, a equipe têm atraído Telinha para as áreas de alimentação presentes na região, com o intuito de corrigir o problema apresentado anteriormente.
Comunicação ICMBio
(61) 3341-9280